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Fic: Quando Amo Você [Parte 4 de ?]
Autora:
molkitaBeta: Ninguém! D: Então, desde já, vão desculpando os erros.
Fandom: Tenimyu / Burimyu
Par: TutixNagayan
Classificação: PG-13, só pelo fato dessa fic ser slash (se bem que muito provavelmente não terá nada explícito). Songfic (música: That's when I love you - Aslyn)
Sobre a fic: Cada pedaço da música me serviu de inspiração para escrever uma mini-fic, como ainda não terminei tudo, resolvi postar cada pedaço como um capítulo (mesmo sendo capítulos pequenos), dessa forma pude postar a fic originalmente
especialmente para o aniversário da Leti. Ah! Só por garantia de um melhor entendimento, aviso que os capítulos seguem sim uma seqüência, mas os acontecimentos não são todos do mesmo dia, são passagens de tempo diferentes, ok?
Nota: Minha primeira songfic. Nunca tinha me interessado muito pelo gênero, mas acho que era apenas porque a música certa ainda não tinha aparecido! xD Desde o momento em que ouvi essa música, soube que teria que escrever uma fic TutiNaga com ela. Bem, espero que vocês gostem de ler tanto quanto gostei de escrever!
Quando Amo Você - 04
"So here's my promise made tonight
you can count on me for life
Cuz that's when I love you
when nothin' you do can change my mind"
Mesmo com o volume alto da música que emanava do pequeno rádio que eu havia colocado sobre a cama para me entreter enquanto arrumava as malas, pude ouvir o toque ritmado de meu celular.
"Sim?"
"Já está de saída?" Não pude deixar de sorrir ao reconhecer sua voz, não precisava conferir o nome no visor do aparelho, sabia que era você.
"Ainda não," apontei para os inúmeros itens sobre a cama esperando para serem colocados na mala, como se você pudesse os ver. "Preciso terminar de organizar umas coisas."
"Mas não falta muito pra você viajar, certo?"
"É, acho que só precisarei de mais meia hora e estarei saindo."
Um silêncio incômodo seguiu seu suspiro. Eu aguardava um novo comentário, na verdade não estava entendendo essa sua atitude, não era como se eu nunca tivesse viajado a trabalho antes e... Por que eu sentia como se você estivesse incomodado com isso agora?
"Então boa viagem." O falso tom de empolgação me deixou ainda mais alarmado.
"Tuti, está tudo bem?"
"Está!" Soou ainda mais forçado. "Está sim, só queria desejar uma boa viagem ao meu amigo, algo errado nisso?" E a tentativa de rir com sarcasmo pareceu-me um riso cheio de nervosismo.
"Não, nada errado." Cocei a base de meu pescoço em confusão, mas o que estava acontecendo, afinal? "Mas você já me desejou isso umas vinte vezes ontem quando saímos juntos."
"Bem, desejar uma vez mais não machuca ninguém, não é mesmo?"
Sorri. "Verdade, mas isso já está estranho, parece até que você não quer que eu viaje." Usei ar de riso.
E você riu. "Oi, não comece a falar como se você fosse especial! Cuidado com esse ego!"
E quando as risadas cessaram nos encontramos em meio ao silêncio novamente. A ansiedade crescia dentro de mim, me perguntava o que viria em seguida.
"Queria te ver antes que você partisse, será que dá tempo?"
"Tuti," movi a cabeça em descrença, mas um sorriso curvava meus lábios, havia me preparado para vários possíveis comentários seus, mas nenhum deles era esse. "Se for esperar que você chegue aqui com certeza vou perder o metrô. Além disso, não foi exatamente para nos despedirmos que fomos ao bar ontem?"
"É," e lá estava a risada cheia de nervosismo outra vez. "Mas é que..." limpou a garganta antes de continuar. "Ontem nem pareceu despedida."
Tive que rir. "E como uma despedida tem que ser afinal? Saímos juntos, nos divertimos e no fim da noite você me desejou boa viagem. Também não é como se eu fosse embora pra sempre, Tuti, são apenas duas semanas."
"Eu sei."
E voltamos a rir, simplesmente porque não sabíamos o que dizer, mas também não queríamos desligar. Não agora.
Nos últimos dias eu havia sido presenteado com bastante tempo livre, provavelmente estavam querendo me dar férias improvisadas antes dessas duas semanas dedicadas exclusivamente ao trabalho. Graças a isso tínhamos saído bastante juntos, não sabia como, mas você sempre arrumava um tempinho entre um ensaio e outro para atender aos meus convites. Talvez essa oportunidade que tivemos de passar tanto tempo juntos seja a culpada por seu comportamento estranho de agora.
"Acho que estou com um pressentimento ruim, só isso." Você declarou quando comecei a achar que não tínhamos mais desculpas para mantermos nossos telefones conectados.
"Pressentimento ruim? Está tentando me deixar com medo?" Questionei enquanto escolhia mais duas camisas para colocar na bagagem.
"Por quê? Já ficou com medo?" Gargalhou. "Não, é só que não estou me agradando muito dessa idéia de viagem."
"Tuti, nada vai acontecer, já viajei a trabalho outras vezes e voltei em segurança, sou bem crescidinho e sei me cuidar, está bem? Você está até parecendo a minha mãe." Ri colocando um par de meias com listras azuis junto das outras. "Confesse que você está é pressentindo que sentirá uma saudade insuportável!" Reguei a frase com o melhor ar de sarcasmo que consegui e ri assim que terminei de falá-la.
Você riu, mas foi um riso baixinho, não havia real divertimento nele, o que me deixou intrigado. "Vai ver é isso mesmo."
Tive que prender a respiração. Senti minhas faces esquentarem ante seu tom tão sincero e agradeci o fato de você não poder me ver naquele momento. Engoli com dificuldade e esperei que você continuasse.
"É que, não sei..." Será que você sempre ria quando estava nervoso? "Provavelmente ainda estou chateado porque você não vai poder ver minha apresentação no sábado." Limpou a garganta e tive de conter a vontade de pedir para que você se acalmasse, era como se eu estivesse sentindo a tensão que te envolvia... Ou talvez essa tensão fosse minha. "Acho que nem preciso dizer, mas... Sua opinião é importante... Sua presença lá... Você sabe, não sabe?"
"Sei." Me esforcei ao máximo para que minha voz saísse firme. Mas não sabia ao certo o que poderia dizer agora. Na verdade, mil coisas passavam por minha cabeça naquele momento e eu sentia vontade de dizer todas de uma só vez, mas não tinha coragem para falar uma sequer. Em momentos como esse, descobrimos o quanto somos covardes.
"E você vai mesmo fazer falta por aqui." Você realmente parecia disposto a falar, por mais que não tivesse um retorno de minha parte. "Quem vai me arrastar pra ver um monte de peças desconhecidas no final de semana?" Riu. Era como se agora você estivesse pensando alto. Ao contrário de mim, você não parecia querer esconder seus pensamentos. "Você também vai?" A última pergunta saiu apressada, incerta.
"Quê?" Franzi o cenho tentando entender.
"Sentir minha falta, quero dizer." Tentou transformar sua seriedade em piada com um risinho.
Meu sorriso foi involuntário.
"Claro que não! Vou estar muito ocupado com trabalho por lá pra sentir falta." Gargalhei quando ouvi sua exclamação de surpresa. "Besta, depois de passar as últimas semanas te vendo praticamente todos os dias o que você acha?"
"Acho que você vai chorar todas as noites." Declarou em meio ao riso. "Mas você pode me ligar todos os dias, eu deixo." Claramente uma sugestão disfarçada de provocação.
"Ah, é mesmo? Como você é caridoso." Retribuí com sarcasmo. "Acho que vou ligar então. Pode se preparar para ouvir relatórios diários do que vou fazer por lá."
"Acho que posso agüentar isso." Afirmou e pude sentir a seriedade voltando a se instalar em seu tom. "Você vai ligar mesmo?"
"Vou sim," Sorri largamente quando uma sensação boa invadiu meu peito. "Ligarei todas as noites e é bom que você atenda."
"Vou atender. E se você não ligar, ligarei."
"Já disse que vou ligar!" Falei em meio ao riso. "Por acaso quer que eu faça uma promessa?" Brinquei.
"Quero." Usou o disfarce do tom de brincadeira outra vez, mas sua seriedade era inegável.
"Dessa forma até parece que você é uma criança carente por atenção quando, na verdade, todo mundo sabe que você tem vários outros amigos que com certeza vão te fazer companhia por todos esses dias e-"
"Mas nenhum deles é você." Sua afirmação inesperada me calou completamente. Você respirou fundo antes de continuar. "De alguma forma... Sinto-me mais à vontade… Relaxado, ou algo assim, quando estou com você." Fez uma pausa, como se estivesse avaliando suas próximas palavras com cuidado. "Você age diferente... Não espera que eu seja nada, simplesmente me deixa ser."
Senti-me tonto de repente. Era como se todos os sentimentos que um ser humano tem permissão para sentir tivessem se unido para formar um só. E eu o sentia tão forte no momento, esse sentimento, que achava que seria incapaz de suportar algo tão grandioso... Mas ao mesmo tempo eu queria muito ser forte para suportá-lo, não havia nada que eu desejasse com tanta intensidade.
"Mas não comece a se achar muito importante por isso! Não sei se agüento um Takashi com um ego ainda maior do que o que já tem." Provocou. Perguntava-me se você estava com medo de ter me assustado de alguma maneira com o que havia falado.
"Está me chamando de convencido? E quem aqui está se achando importante?" Perguntei em tom esnobe.
O silêncio que nos envolvia agora era confortável, quase como se finalmente o objetivo daquela ligação tivesse sido cumprido.
"Então," você quis retomar a conversa. "Vai fazer a promessa ou não?"
Gargalhei. "Eh? Isso é mesmo necessário?”
"Como posso confiar em algo que você diz sem prometer?" E um tom inquestionável de piada acompanhou a frase inteira.
"Assim você me ofende!" Entrei na brincadeira. "Mas já que você faz questão, tudo bem, eu prometo." Fingi um suspiro de perturbação. "Feliz?"
Você riu.
"Tá, agora posso confiar, acho que você não seria capaz de quebrar uma promessa, não é mesmo?" Sequer me deu tempo para responder. "Mas vá, não quero lhe dar motivos para que você fique me culpando por chegar atrasado."
"Eu jamais faria isso." Usei meu melhor tom inocente.
"Sei." Pude imaginar com perfeição sua expressão de desconfiança fingida e cheia de divertimento. "Boa viagem, Takashi."
"Obrigado, Tuti." Joguei tudo o que faltava dentro da mala e comecei a fechar o zíper sem nem mesmo me incomodar com a arrumação. "Até a volta."
"Até." Suspirou. "Estarei te esperando."
A ligação foi encerrada com um ruído baixo, guardei o celular em minha bolsa, ergui a mala e apressei-me em direção à porta. Com o peso daquela bagagem, o melhor era pegar um táxi até a estação de metrô na qual havia combinado de encontrar com meu agente. Antes mesmo que chegasse ao elevador, ouvi meu celular anunciar a chegada de uma nova mensagem, me esforcei para tirar o aparelho da bolsa e ri com descrença quando chequei no pequeno visor quem era o remetente.
"Quase esqueci: não deixe de comprar um presente pra mim. Estarei esperando sua ligação de hoje, heim!
Otote-kun"
"Besta." Olhei o relógio. "É, você conseguiu." Declarei em voz alta ao pensar que já estava ansioso pela volta antes mesmo de viajar.
♥♥
Nota: Só pra informar quem não sabe, Tuti costuma chamar a si mesmo de Otote-kun. Ele inclusive assina alguns dos posts em seu blog dessa maneira. ;D