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Fic: Quando Amo Você [Parte 3 de ?]
Autora:
molkitaBeta: Ninguém! D: Então, desde já, vão desculpando os erros.
Fandom: Tenimyu / Burimyu
Par: TutixNagayan
Classificação: PG-13, só pelo fato dessa fic ser slash (se bem que muito provavelmente não terá nada explícito). Songfic (música: That's when I love you - Aslyn)
Sobre a fic: Cada pedaço da música me serviu de inspiração para escrever uma mini-fic, como ainda não terminei tudo, resolvi postar cada pedaço como um capítulo (mesmo sendo capítulos pequenos), dessa forma pude postar a fic originalmente
especialmente para o aniversário da Leti. Ah! Só por garantia de um melhor entendimento, aviso que os capítulos seguem sim uma seqüência, mas os acontecimentos não são todos do mesmo dia, são passagens de tempo diferentes, ok?
Nota: Minha primeira songfic. Nunca tinha me interessado muito pelo gênero, mas acho que era apenas porque a música certa ainda não tinha aparecido! xD Desde o momento em que ouvi essa música, soube que teria que escrever uma fic TutiNaga com ela. Bem, espero que vocês gostem de ler tanto quanto gostei de escrever!
Quando Amo Você - 03
"And when you're mad cuz you lost a game
Forget I'm waitin' in the rain
Baby I love you
I love you anyway"
"O que você tem?" Perguntei quando já não agüentava sua quietude. Convenhamos, você não costuma ficar assim tão calado.
"Eh?" Só depois de minha pergunta pude ter sua atenção voltada para mim. Era fato que você não tinha ouvido nem parte de meu monólogo de quase meia hora. O que estaria ocupando tão completamente seus pensamentos?
"Tem algo te incomodando." Declarei e voltei a tomar o meu café gelado.
"Tem?" Questionou tentando esconder atrás do humor e de um sorriso forçado suas preocupações.
"Tem. Claro que tem." Comecei a girar o canudo no recipiente vazio, tentando assim conter minha leve irritação. Detestava quando você mentia. "Você não fala nada desde que os pedidos chegaram!"
"Isso porque eu estava comendo, Takashi."
Lancei-lhe uma ameaça através do olhar. "Tuti, quer mesmo insistir em tentar me enganar?"
Respirou fundo e coçou o pescoço. "Não quero te perturbar com meus problemas." Sua voz estava estranhamente desanimada.
Revirei os olhos em descrença antes de me inclinar um pouco pra frente, apoiando o cotovelo na mesa e lhe dirigindo um olhar sério. "Mas eu quero." Disse simplesmente e fiquei feliz ao ver um pequeno sorriso curvar seus lábios. "Desde quando conversar com um amigo sobre seus problemas é perturbação?" Voltei a recostar as costas no espaldar da cadeira. "Pensando assim... venho te perturbando muito nos últimos dias, né?"
"Não! Claro que não..." Apressou-se em retrucar parecendo quase ofendido. "Não diga algo assim, já falei que gosto de ouvir tudo o que você tem pra falar." Olhou para a mesa ao lado, fingindo interesse nos jovens que conversavam com entusiasmo quando na verdade ambos sabíamos que você estava tentando evitar meu olhar. "E fico feliz por poder opinar e tentar te ajudar."
Dispensei o sorriso feliz que tentou curvar meus lábios com suas palavras. Tinha que me manter sério se queria descobrir o que havia de errado com você, sabia que se permitisse você encobriria o que estava sentindo com piadas e brincadeiras. "Você acha que também não quero tentar te ajudar?"
Ficou me olhando como se não soubesse ao certo o que responder.
"Adoraria ter a chance de tentar te ajudar." Sorri com esperteza. "E mesmo que não consiga ajudar muito, garanto que você vai se sentir melhor quando falar sobre seja lá o que tenha acontecido."
Você suspirou e se deu por vencido através do sorriso que me direcionou, um sorriso cheio de apreciação. "Está bem, se você quer tanto, eu falo." Declarou fingindo desdém e eu pude identificar o leve incômodo que continuava em sua voz. Na certa uma parte sua ainda o torturava dizendo que não era uma boa idéia compartilhar assuntos que te perturbavam.
Eu sabia bem que você estava precisando conversar. Mas é difícil se falar de assuntos sérios quando as outras pessoas esperam que você seja sempre divertido e empolgado, não é? Eu queria muito te ouvir, pouco me importava o que você tinha para falar, saber que você dividiria seus pensamentos comigo sempre me deixava feliz.
"Mas não aqui." Você continuou.
"Meu apartamento?" Sugeri já esticando o braço para pegar minha bolsa na cadeira ao lado e começando a me erguer.
"Já?" Questionou-me rindo.
"Já terminei meu café, não faz sentido ficarmos aqui se você vai continuar calado desse jeito."
Vi você assentir e se apressar em me seguir quando rumei em direção à porta do estabelecimento.
Não demorou até que eu estivesse colocando minha chave na fechadura da porta de meu apartamento. Agradeci mentalmente por termos escolhido uma cafeteria próxima, seu silêncio durante o percurso me deixou ainda mais preocupado. Comecei a me perguntar se essa não seria a primeira vez que estava te vendo tão pra baixo.
"Sinta-se em casa. Vou beber água." Falei assim que consegui tirar minhas botas e segui para a cozinha. "Chá?" Perguntei quando já estava no meio do caminho.
"Não obrigado." Murmurou enquanto tirava o tênis de forma preguiçosa.
"Água?"
"Não obrigado." Repetiu dessa vez me lançando um olhar de divertimento, obviamente se perguntando se eu insistiria em oferecer mais alguma coisa.
Sorri enquanto o observava seguir na direção da cama, sentando-se nela logo em seguida, fiz uma nota mental para lembrar de investir meu próximo salário em um sofá. "Suco?" Tentei uma última alternativa.
Você gargalhou. "Não, Takashi, estou bem, obrigado. Não precisa se preocupar, de verdade."
Ainda lhe lancei um olhar desconfiado - o que te fez rir novamente - antes de seguir para a cozinha, feliz pelo simples fato de ter conseguido te fazer sorrir.
"Então, o que está te incomodando?" Perguntei quando já estava sentado ao seu lado na cama.
"Não é nada demais, acho que só estou exagerando na preocupação." Respondeu e pude sentir que a tensão estava de volta em seu tom.
Decidi não dizer nada por enquanto, fiquei te olhando, esperando alguma reação.
"O quê?" Perguntou sorrindo quando a intensidade de meu olhar finalmente começou a te incomodar.
"Estou esperando." Declarei enquanto apoiava meu pé esquerdo sobre a cama, abraçando minha própria perna. "Pode continuar falando."
Moveu a cabeça negativamente, como se quisesse dizer que eu não tinha jeito, mas seu sorriso me fazia crer que você estava apreciando a insistência de meu interesse.
"Está bem..." Respirou fundo. "É só que hoje fiz um teste para um papel em uma peça e..." Calou-se e coçou a base do pescoço, parecendo sem jeito.
"Você não conseguiu o papel?" Perguntei vacilante na tentativa de te fazer voltar a falar.
"É..." Confirmou com um suspiro. "Eles nem ao menos quiseram pensar... me descartaram logo de cara e me senti mal por ver que alguns de meus concorrentes, atores sem experiência nenhuma no ramo, ficaram de receber ligações para confirmação." Claramente você estava evitando contato visual enquanto brincava com a barra de sua calça. "Sei que isso é normal e que eu já deveria estar acostumado com esse tipo de coisa depois de tantos anos, mas é que... não sei, meu trabalho é uma das poucas coisas da qual me orgulho, dou tudo de mim no que faço e não consigo deixar de ficar desapontado quando tratam com indiferença meu esforço... é difícil aceitar que meu progresso é insignificante aos olhos dos outros..."
Você estava falando baixo, muito baixo se comparado ao seu tom normal, parecia até que estava me revelando um segredo... Era tão difícil assim para você falar com outras pessoas sobre coisas pessoais? Perguntava-me quantos conheciam esse seu lado sério e tão diferente do homem descontraído e divertido que sempre se mostrava quando você estava em ambiente de trabalho.
"Desculpe estar te incomodando com essas coisas." Finalmente me dirigiu o olhar, porém apenas por breves segundos antes que passasse a mão pelo rosto e risse. "Não sei nem por que estou fazendo esse drama todo, se eu não consegui o papel é porque não me esforcei o suficiente. Da próxima vez com certeza vou melhorar!" Finalizou em tom empolgado, mas não conseguiu me convencer.
"Se não te selecionaram é porque foram incapazes de perceber o quão talentoso você é." Falei honestamente, vi seu olhar desconfiado em minha direção. Minhas palavras obviamente haviam te deixado sem graça, pude deduzir isso pela forma inquieta que você se moveu na cama, parecendo procurar uma posição mais confortável. "Você sabe que não sou do tipo que sai por aí elogiando os outros só para ser simpático." Esperei que você movesse a cabeça afirmativamente, confirmando meu comentário. "Então acredite quando digo que você é um dos atores mais competentes que conheço." Foi minha vez de ficar sem graça. Não pude evitar e acabei desviando os olhos dos seus antes de continuar. "Admiro muito o seu trabalho." Detestei ouvir minha voz sair tão baixa mesmo quando estava forçando para que ela saísse clara e firme. "Não estou falando isso só porque somos amigos, sei que ainda te admiraria mesmo se não fossemos próximos. Você é muito talentoso." Passei a mão pelos meus cabelos querendo aparentar casualidade. Não conseguia entender como poderia estar tão nervoso pelo simples fato de estar sendo sincero.
A expressão que encontrei em seu rosto quando adquiri coragem suficiente para voltar a te encarar me deixou confuso. Não consegui a ler e isso fez meu coração se acelerar. Você estava me encarando tão cheio de seriedade, seus olhos quase me perfuravam com a intensidade daquele olhar. O que estaria passando por sua cabeça? Será que eu tinha selecionado as palavras erradas?
"Takashi..." E sua voz soou tão grave naquele momento que senti um frio percorrer minha coluna. "Quero..." Me vi mordendo meu lábio inferior em ansiedade pelo que você tinha para dizer. "Vou abraçar você."
Antes mesmo que aquela frase fosse terminada, eu já estava sentindo seus braços me envolvendo. Puxou-me com tanta força que tive que fechar os olhos ante o impacto de meu peito de encontro ao seu.
Sua respiração estava pesada, era quase como se você tivesse tido que fazer um grande esforço para tomar aquela decisão. Ou talvez você estivesse nervoso esperando alguma reação de minha parte? Não sabia ao certo. O abraço estava tão apertado que chegava a ser quase sufocante, meu queixo estava sendo pressionado contra seu ombro à medida que suas mãos tentavam me trazer para mais junto, mesmo que isso fosse impossível sem que, para tal, nos fundíssemos. Agradeci por você não ter meios para ver meu rosto naquele instante, seria embaraçoso se você visse o quanto eu estava sem graça...
Após alguns momentos me concentrando na tarefa de controlar minha respiração e meus batimentos cardíacos acelerados, resolvi finalmente retribuir o abraço. Ergui os braços e envolvi sua cintura com cuidado, gesto que pareceu te acalmar consideravelmente. Logo percebi sua respiração normalizando e não demorou até que a força empregada no abraço fosse se transformando em uma espécie de afeto discreto e silencioso.
Estando tão próximo assim de você, me peguei pensando mais uma vez no quanto somos bons juntos. Por mais que nos falte coragem para admitir, sei que nós dois já percebemos isso, o quanto nos completamos e precisamos um do outro.
"Obrigado." Ouvi com clareza seu sussurro. "Obrigado por querer me ouvir." O sorriso se fazia presente em sua voz. "Obrigado por se importar."
Meu coração se aqueceu com suas palavras. Nada poderia ser melhor que isso. Nada poderia ser melhor do que ter a permissão de conhecer esse seu lado que aparecia tão raramente. Nada poderia ser melhor do que conseguir deixar claro para você a importância que isso tudo tinha para mim.
"Não precisa agradecer." Esclareci, afrouxei o abraço sem desfazê-lo e olhei em seus olhos, sorrindo. "Só estou retribuindo favores."
Seu sorriso se alargou com este comentário. "É, talvez, mas ainda assim preciso pedir desculpas pelo abraço roubado." E o dito abraço foi desfeito da mesma forma inesperada que fora iniciado.
Ri de sua expressão sem jeito. "É verdade, você me assustou por um segundo com aquele abraço." E isso fez seu rosto corar suavemente.
"Aah... eu acho que estava precisando." Falou passando a mão pelos cabelos.
"De um abraço?" Questionei só para me certificar.
Assentiu.
"Quando precisar outra vez, estarei aqui." Provoquei com uma piscadela que aumentou grandemente o tom rubro em suas faces. Mas você estava rindo de minha suposta brincadeira e movendo a cabeça negativamente em sinal de descrença. Eu tinha minhas razões para acreditar que você tinha entendido que aquele comentário nada mais era que a verdade disfarçada de piada. "Quer ver um filme?" Perguntei depois de alguns segundos, não pretendia alongar aquele assunto e pelo que conhecia a seu respeito, você também não tinha essas pretensões.
"Tem algo bom aí?"
"Nada novo do Ghibli, mas acabei de comprar Shrek, serve?"
"Serve!" Seu entusiasmo me fez rir satisfeito.