Fic: Days ‘After’ You Came - 10

Jun 09, 2010 16:24




Fic: Days ‘After’ You Came - 10
Autora: molkita
Beta: Ninguém! D: Então, desde já, vão desculpando os erros.
Fandom: Placebo
Par: Nenhum nesse capítulo.
Classificação: PG-13 (pela temática, slash e uma ou outra palavra inapropriada)
Sobre a fic: Seqüência da fic Days Before You Came (é melhor lê-la antes de começar essa aqui), fala sobre a formação e início da banda.
Nota: Essa fic ainda está incompleta (escrevi-a há anos e até hoje não consegui a terminar - perdi dois capítulos que não havia postado em um backup e acabei ficando sem ânimo e inspiração para reescreve-los), mas como ando em Placebo!mood esses dias vou ver se consigo continuá-la, até o momento a fic conta com 20 capítulos, então já é bem grandinha. Resolvi escrever essa fic no ápice de meu vício pela banda, nada do que escrevi é real, mas tudo está bem embasado nos relatos e entrevistas que li. Usei todos os meus conhecimentos sobre os meninos para escrever isso! xD Não conheço os moços da banda, não estou ganhando dinheiro com essa fic e nada disso aconteceu de verdade (Se bem que de certa forma aconteceu sim! O.o Só não foi exatamente assim como descrevi! xD). Postei essa fic originalmente no fórum brasileiro do Placebo.

Days ‘After’ You Came - 10

A campainha tocou pela quinta vez.

“Já estou indo!” Falou e quase escorregou quando apressou o passo, definitivamente não era aconselhável correr quando se estava todo molhado. Maldita hora pra chegar alguém, justo quando estou tomando banho! Pensou enquanto colocava o roupão e seguia para a porta.

Mais um toque ecoou e ele abriu a porta com frustração.

“Pronto! Pronto!”

“Nossa, que cara de raiva é essa? Não está feliz em me ver?” Brian pestanejou seus longos cílios e Stefan só pôde gargalhar.

“Mas você disse que estava a caminho da estação de metrô cinco minutos atrás!” Ele disse com ar surpreso.

“Ah, Steffy, você sabe o quanto eu adoro surpresas.” Exibia um lindo sorriso que ia de orelha a orelha. “Não vai me dar boas vindas?”

“Esmagaria suas costelas com um abraço se pudesse, mas estou todo molhado.” Inclinou-se e beijou os cabelos de Brian. “Acho que isso resolve por ora.”

Brian entrou no apartamento, ainda sorrindo deixou as malas em um canto da parede e jogou-se no sofá. “Viagens de metrô sempre me deixam exausto.” Falou já de olhos fechados.

Stefan o observou por um instante sem conseguir deixar de sorrir, então seguiu para o quarto. Quando já estava terminando de abotoar sua calça jeans lembrou de algo que imaginava que o outro adoraria saber. “Hey, Bri, seu amigo veio fazer uma visita enquanto você esteve fora.”

“Que amigo?” Brian perguntou com voz preguiçosa. Tudo que Stefan conseguia ver dele agora eram os pés que descansavam sobre o braço do sofá, sofá esse que ficava de costas para o quarto.

“Hm...” Stefan forçou o pensamento. “Ele me deu um cartão com o nome dele, deixe-me ver se lembro.”

“Iiiiiiiihhhhhh, já vi que isso vai demorar.” Brian declarou com um sorrisinho. “Quando você lembrar me acorda, tá?”

“É um de cabelo vermelho.”

“Vermelho?” Brian questionou, bocejando logo em seguida. “Receio que isso não ajude muito, meu bem.”

“Argh! Não consigo lembrar! Mas espere um pouquinho que já pego o papel que ele me deu.”

“Seja rápido então, não estou conseguindo manter minhas pálpebras abertas...” Bocejou novamente.

“Ah, aqui está!” Stefan disse triunfante voltando para a sala. “River.”

Brian sentou-se exasperado, os olhos o dobro de seu tamanho normal. “Venon?!” Perguntou com uma voz tão fina de empolgação que até ele mesmo se surpreendeu. Ficou de joelhos sobre o sofá, olhando para Stefan na porta do quarto, ansioso por uma resposta. “Venon River?!”

Stefan, que agora o olhava surpreso, falou com certo tom de receio. “Exato. Venon River. Algum problema?”

Brian gritou algo incompreensível para expressar sua alegria, ele saltou do sofá e rodopiando foi abraçar Stefan. “Ah, Venon! Estou com tanta saudade dele, Steffles!”

Stefan retribuiu o abraço e sorriu. Brian sempre exagerava quando estava empolgado. Exagerava nas expressões faciais, no tom de voz, nas gesticulações com as mãos... Sempre era divertido vê-lo nesse estado de animação.

De repente, o menor dos rapazes olhou para cima com uma expressão que era puro horror. “Mas ele ainda não foi embora, certo? Certo, Stefie? Certo?” Perguntava rápida e repetitivamente.

“Calma, Bri!” Stefan disse com um meio sorriso e acariciou os cabelos do amigo. Algumas vezes o vocalista realmente assumia atitudes infantis. “Ele ainda está em Londres, vai ficar aqui por uma semana e até deixou o telefone para que você ligasse assim que chegasse.”

Stefan nunca vira um sorriso tão brilhante na face de Brian.

Brian abraçou-o com toda a sua força. “Ótimo!!” Declarou. “Nós vamos nos divertir muito essa semana, Stef! Muito!”

“Se você diz, eu acredito.”

Liberou um sorrisinho. “Aw, quer dizer que ele agora é ruivo?! Nunca o vi de cabelos vermelhos. Ele está bonito, Stef?”

“Erm... Está sim.” Stefan confessou corando suavemente, principalmente porque Brian estava esperando por sua resposta com olhos evidentemente curiosos. “Vermelho combina com os olhos azuis dele.”

Brian gargalhou.

“O que foi? Disse algo errado?”

“Ah, deixa pra lá.” Brian pontuou sua frase plantando um beijo no peito de Stefan, onde sua cabeça estava recostada. “É uma longa história... depois eu te explico.”

Stefan sentiu um arrepio percorrer sua coluna quando Brian beijou sua pele desnuda. “Mas e aí? Como foi na casa de sua mãe?” Tentou puxar outro assunto para esconder seu constrangimento.

Brian pareceu pensativo por um instante. “Normal. Meu irmão estava lá e essa foi a parte divertida, conversamos muito, colocamos os assuntos em dia. Ele vai casar próximo ano.” O vocalista sorriu. “Minha mãe preparou vários pratos que gosto e apesar de ter feito alguns sermões lembrando que eu deveria levar a vida a sério, achar uma namorada e um emprego de verdade, assim como meu irmão, estava me tratando bem, meu pai não me incomodou, já que dessa vez ele me ignorou por completo e limitou-se a dizer um educado ‘olá’ quando me viu.”

“Por que ele fez isso?”

“Sei lá. Qualquer coisa que eu faço é motivo de decepção para ele, então...” Brian encolheu os ombros. “Acho que ele só estava tentando evitar lembrar que eu sou de fato o filho dele.”

Stefan afrouxou um pouco o abraço para poder olhar o rosto do amigo, procurando por qualquer traço de tristeza.

Brian sorriu. “Não se preocupe, Stef, já estou acostumado com tipos como meu pai... Sinceramente, dessa vez eu não dei a mínima. Minha mãe e meu irmão vão sempre me amar, não importa o que eu faça. Saber que sou amado por eles é suficiente para que eu não me incomode tanto com os que me odeiam.” Ele disse sorrindo em um misto de sinceridade e amargura.

Stefan sabia que o outro estava bancando o forte, com certeza ter a garantia do amor de sua mãe e irmão dava-lhe algum suporte, mas saber que uma pessoa de quem ele gostava, alguém que ele secretamente desejava que sentisse orgulho dele, na verdade o despreza não era nada fácil. Era esse o motivo exato para que Stefan nunca tivesse dito aos seus familiares que era gay... Ele tinha medo de sentir-se como Brian estava se sentindo agora...

“Não importa o que você faça Bri, não importa o que os outros pensem a seu respeito... Pra mim você é...” Engoliu em seco, não conseguia decidir quais palavras usar. “Eu sempre vou sentir o mesmo por você.” Stefan voltou a abraçar Brian com força, falando ao seu ouvido, não tendo coragem suficiente para continuar olhando em seus olhos surpresos. “Eu...” Respirou fundo. Sabia que teria que terminar agora que já tinha começado... Mas por que tinha que ser tão difícil? “Eu também amo você Brian, e quero que você saiba disso.” O baixista estava agradecido por Brian não conseguir ver o seu rosto naquele momento, podia sentir o constrangimento tomando todo o seu corpo, mas simplesmente não conseguia parar de falar e abraçar Brian. “Se ao menos eu conseguisse me expressar melhor...” Stefan afrouxou novamente o abraço e reunindo toda a força que possuía, sentindo todo aquele sentimento envolver o seu corpo, ele olhou diretamente nos olhos de Brian. “Você é muito importante pra mim, muito mesmo.” O baixista manteve-se firme, apesar de estar quase sentindo dores musculares pelo esforço que estava fazendo, continuou olhando bem dentro daquelas piscinas de cores que eram os olhos do rapaz que estava em seus braços.

Brian parecia tão assustado, tão incerto do que fazer que Stefan simplesmente não acreditou quando ele elevou-se nas pontas de seus pés e, fechando seus olhos, direcionou seus lábios aos de Stefan.

O baixista prendeu a respiração. Seria mesmo verdade? Eles estariam prestes a se beijar? E dessa vez não tinha álcool envolvido...

Stefan fechou os olhos e curvou-se um pouco.

Ele nunca acreditou quando as pessoas diziam que quando você beija uma pessoa de quem você gostava de verdade é como se uma corrente de energia percorresse cada ponto de seu corpo... Mas ele sentiu exatamente isso no momento em que os lábios de Brian tocaram os seus.

Nada além disso foi feito, nada além de um simples tocar de lábios, mas o sentimento que tomou conta de seu corpo era grandioso. Stefan tinha medo até de respirar, temia que o menor movimento pudesse desfazer tudo. As mãos de Brian se apoiavam em seus ombros, suas próprias mãos dando suporte ao outro, segurando sua cintura... Os lábios macios de Brian pressionados contra aos seus...

Teve que usar todas as suas forças para evitar que um protesto escapasse seus lábios no momento em que sentiu Brian tornando a apoiar seus pés por completo no chão.

“Você.” Brian disse olhando profundamente nos olhos do outro.

Stefan retribuiu com um olhar confuso e apreensivo.

“Me explique como você pode significar tanto pra mim mesmo depois de tão pouco tempo.” Acariciou o rosto de Stefan. “Eu não consigo entender...” Falava olhando para sua própria mão enquanto a mesma continuava fazendo carinho no mais alto, contornando a linha do maxilar dele, descendo para o seu pescoço, subindo novamente para sua bochecha e desenhando delicadamente o lábio inferior do sueco. “Eu não entendo.” Repetiu em um tom quase que inaudível, era como se ele estivesse falando consigo mesmo.

Stefan fechou os olhos, sentindo cada carícia. Não pôde deixar de beijar os dedos frios de Brian quando esses tocaram sutilmente seus lábios. Quando a mão do mais baixo se afastou bruscamente ele abriu os olhos e surpreendeu-se ao se deparar com um Brian cheio de confusão e mágoa em seus olhos.

“Você é muito especial pra mim, Stef.” Disse evitando os olhos de Stefan. “Fico feliz por ser seu amigo.” Seguiu para o quarto assim que terminou de falar, sem sequer esperar que o baixista manifestasse qualquer resposta ou questionamento.

Stefan ficou um tempo parado, confuso, tentando processar tudo o que havia acontecido. Após algum tempo, ele seguiu para o quarto também e viu que Brian havia deitado em uma das camas.

“Brian?”

“Sim?” Sequer ergueu o rosto do travesseiro.

Stefan respirou fundo. Parecia tão injusto ter sentido aquele turbilhão de emoções em um instante e ter que fingir que nada havia acontecido segundos depois... Sequer teve tempo para pensar no que exatamente havia acontecido... A reação de Brian foi uma espécie de rejeição cheia da culpa. Brian gostava dele, disso ele tinha certeza, mas não do jeito que ele gostava de Brian... Aquele beijo não poderia ter sido um beijo de pena, poderia? Stefan tinha certeza de que havia sentido sinceridade nele, mas aparentemente ele havia se enganado... Ele tinha assustado Brian, essa era a verdade.

Engoliu em seco, sabia que se continuasse pensando nisso acabaria chorando ali mesmo... A vida de fato era injusta... Tinha que pensar em outra coisa urgentemente, tirar sua mente do ocorrido e evitar que as lágrimas que já ardiam em seus olhos se formassem por completo. Limpou a garganta. “Brian, seu amigo deixou um presente para você.” Declarou no tom mais neutro que conseguiu.

Brian deixou que um dos seus olhos aparecesse. Era interessante o fato dos olhos dele adquirirem cores variadas dependendo da iluminação do ambiente... Agora, Stefan olhava dentro de um tom peculiar de verde, realmente chamativo, tão brilhante quanto uma jóia.

O rapaz mais alto desviou seu olhar e abriu a gaveta da cabeceira, retirando um envelope de dentro. “Aqui.” Disse estendendo seu braço.

Brian moveu-se e ficou meio sentado na cama, ainda com apenas um olho exposto, os cabelos negros e desgrenhados cobriam quase que completamente sua face esquerda. Ele estava abraçando o travesseiro com tanta força que Stefan não pôde deixar de notar que ele parecia estar se protegendo contra algo. Ou contra alguém, para ser mais exato. Pensou.

“Bom, eu vou dar uma volta por aí.” Stefan avisou, respirando fundo quando Brian finalmente pegou o envelope.

“Oh.” Brian engoliu fortemente. “Aonde você vai?”

Stefan olhou para a janela. “Não sei. Vou dar uma volta... Respirar um pouco de ar fresco.” Tentou forçar um sorriso, mas falhou miseravelmente. Ele precisava sair dali. “Além disso, você está cansado, precisa dormir e comigo por perto, falando o tempo todo, você não vai conseguir.” Dessa vez, esforçando-se o quanto pôde, ele olhou para Brian e mostrou um ensaio de sorriso.

Brian ficou o olhando, a testa levemente franzida, os lábios semicerrados, um braço envolvendo o travesseiro e o outro ainda meio estendido segurando o envelope.

Stefan sentou-se na cama e ele podia jurar que viu Brian estremecer quando ele fez isso. Foi inexplicável a dor que ele sentiu naquele instante. Estava se sentindo um vilão quando tudo o que ele havia feito fora declarar seu o que sentia...

Mesmo assim, ele continuou firme e começou a desfazer os cadarços das botas de Brian, descalçando um pé por vez, cuidadosamente, como ele sempre fazia quando o vocalista estava muito cansado depois de passar o dia inteiro trabalhando ou ainda quando estava muito bêbado...

Brian o olhava apreensivo. Stefan tentava entender o que aquela expressão queria dizer, mas ele só podia supor... E suas suposições não eram das melhores.

Quando terminou, Stefan plantou um beijo nos cabelos do amigo, sentindo seu rosto arder com as lágrimas não liberadas e levantou-se seguindo para a porta. “Não se preocupe comigo, vou voltar cedo. Durma, Bri. Você está precisando descansar.” Sentiu a primeira lágrima escapar-lhe e isso pareceu ser uma permissão para que outras tantas começassem a cair. Sequer olhou para Brian antes de fechar a porta atrás de si e logo em seguida sair do apartamento sem saber ao certo para onde ia. Ele só não poderia ficar lá...

~x~

Brian afundou o rosto no travesseiro que já estava úmido pelas lágrimas frescas. Os soluços faziam seu corpo mover-se involuntariamente e a dor dentro de sue peito fazia-o querer sumir.

Mesmo assim, ele abriu o envelope que Venon havia deixado. Dois ingressos para uma exposição de artes. A exposição das telas de Venon.

Em outras circunstâncias Brian teria ligado para o amigo no mesmo instante para agradecer, mas suas condições não eram boas... Ele com certeza não conseguiria conversar com ninguém nesse estado. Em meio às lágrimas ele tentou enxergar a data do evento. “Amanhã.” Falou em um fio de voz, devastado em pesar que talvez Stefan estivesse com raiva demais para sequer aceitar ser seu acompanhante.

Ele soluçou. Stefan tinha toda razão do mundo para estar com raiva dele... Ele havia sido um idiota novamente. Não é saudável para ninguém conviver com Brian Molko. Pensou com amargura e sentiu seu lábio inferior tremer quando uma nova onda de lágrimas quentes começou a despencar de seus olhos.

“Eu sinto tanto, Stef.” Disse envolvendo seus joelhos com os braços e encostando seu rosto neles. “Mas eu simplesmente não posso fazer isso... não posso...” Viu-se incapaz de emitir qualquer outra palavra logo em seguida. Nem pensar direito ele estava conseguindo mais, a angústia estava o sufocando... Um desespero que quase o fazia gritar.

Brian deitou-se na cama e abraçou novamente o travesseiro, escondendo seu rosto nele, escondendo-se do mundo e suas complicações.

~x~

“Já é a terceira vez que você está indo ao banheiro só agora à noite!”

Carol deitou-se novamente na cabine do ônibus ao lado de Steve. “Estou enjoada! É esse maldito ônibus.”

“Ah, mas nós mal começamos a viagem... Você parece doente.” Declarou afastando algumas mechas louras da testa de sua namorada.

“Amanhã eu vou estar melhor.” Ela disse sorrindo e beijando sua bochecha.

Steve sorriu. “Espero que sim, querida.”

Continua...

Só uma notinha: Esse capítulo foi escrito e postado no dia do aniversário da fabileny, minha comparsa fangirl do Placebo desde os temos remotos quando a banda sequer tinha um site brasileiro. xD

placebo, fanfic, stefan olsdal, brian molko, steve hewitt

Previous post Next post
Up