Fotografias da minha infância (e a tipo-passe, da minha prima Joana - a tal que tem agora 13 anos e um hi5) que pela casa encontrei perdidas.
As pegas permanecem novíssimas, o saleiro está medonho.
Kitty influence. No comments needed.
Este móvel agora está aqui para se empurrar contra a porta do quintal, que já não fecha.
As tirinhas coloridas em que me enrolei vezes sem conta.
Sempre suspeitei destes cortinados. A minha avó tinha uma forte tendência para a descontextualização.
Esquisito ver agora tudo esburacado, especialmente à luz da memória do que a minha avó era: uma esquisitinha com as pinturas e as paredes e tal e coiso. Tudo sempre de um gosto duvidoso, mas o mais importante: ao gosto dela.
O frigorífico à volta do qual eu fazia esperas pelos pudins, ao estilo "are we there yet? are we there yet? are we there yet?".
A mesa da cozinha, onde comíamos sempre e onde me sentava com a minha avó a contar-lhe as moedinhas. Adorávamos contar moedinhas. E onde ela me mostrava o dinheiro da reforma e o contávamos e repartíamos para as despesas. Impressionante a forma como conseguíamos esticar 30 e tal contos.
Ela gostava de colar autocolantes parvos - normalmente alguns dos meus repetidos, das muitas cadernetas que fazia em simultâneo - pelas paredes, electrodomésticos, acessórios... Eu achava-a tão infantil. E querida.
O contador, devidamente escondido pelo paninho que combina (ou não, who cares?) com a cortina. De notar também o azul da parede que combina mais ou menos com o azul da parede lá fora e, como verão, com o azul dos armários.
O espelho da entrada, que trouxe agora para o meu quarto.
O tal azul dos móveis, o bocadinho de pedra ao lado do fogão onde eu gostava de me sentar a vê-la cozinhar, o armário entreaberto, debaixo do fogão, onde eu gostava de me esconder - mas depressa me dava a descobrir, porque a minha avó panicava a sério se me perdia de vista por 2 minutos.
Detalhes priceless de decoração.
O folhinho da chaminé que condiz, claro, com o do contador. E todo um mundo de decoração por cima do folhinho.
O ano em que ela morreu.
O pratinho com legumes, kitschice indispensável.
Tanta, tanta decadência junta neste cenário, que nem sei comentá-lo.
Os tais autocolantes roubados. Lembro-me perfeitamente do momento em que ela me pediu este do cão, já rasgado, da colecção que vinha com o Bolicao.
A minha avó não só forrava móveis por fora como também por dentro. Principalmente por dentro. Armários e gavetas não escapavam nunca.
Trouxe estas molduras douradas para o meu quarto. Tirei-lhes as flores. Depois mostro-vos o que fiz com as poucas coisas que trouxe de casa dela.
O meu tio passou lá por casa (devem ter percebido a presença de umas beatas umas fotos acima e como sabem eu já não fumo, so..) e lá decidiu provar uma laranjita... que não devia ser muito doce.
Agridoce, fazer estes posts.