Autora: Aislyn Rockbell Matsumoto
Categoria: Bandas
Fandom: The GazettE
Participação especial: Ainda é segredo...
Casais: Aoi x Uruha (principal)
Gênero: Romance, yaoi, colegial
Classificação: Livre
Sinopse: O que fazer quando se descobre o amor por alguém que nem sabe que você existe?
Direitos autorais: O Aoi-kun é meu! *mostra documento com assinatura falsificada*
Agradecimentos: Hachiko Mitsune, And Arapax, Yukimeru, Adlsaid e Akemi-chan, por betarem o primeiro esboço dessa fic, usei as dicas de vocês pra dar continuação a ela.
[Aoi’s POV]
Mais alguns passos e chegaria ao colégio. Conhecia aqueles prédios há vários anos, pois estudo lá desde que me entendo por gente. O lugar não era tão ruim e eu gostava de levantar cedo para encontrar meus amigos. Certo, menti muito. Eu odeio esse colégio! Mas era acomodado demais para assumir até para mim mesmo. Os amigos, poucos na verdade, eram legais, mas esse ano ficaríamos em salas diferentes.
Eu sou Shiroyama Yuu, mas meus amigos me chamam de Aoi. Tenho 17 anos e moro com meus pais e meu cachorro. Graças à professora de matemática e o professor de física eu tive ótimas férias. Fiquei de castigo e sem mesada por não alcançar as médias suficientes para passar de ano. E aqui estou eu, indo de novo para o segundo ano.
É frustrante!
Até o tatuado de cabelo lilás passou de ano! Isso mesmo, lilás. Ele deve ter feito promessa que pintaria dessa cor se conseguisse médias boas. Ano passado ele pintou de verde.
O Reita também passou. Apesar da pose de bad boy ele é um bom aluno. Ouvi comentários que ele estava se envolvendo com um ruivo baixinho que iria para o primeiro ano.
Nossa... tem muita gente me olhando. Posso notar isso só de andar pelo corredor. Mas com uma fama como a minha, quem não me olharia? Eu sei que sou atraente e tenho um sorriso de deixar qualquer menininha sem fôlego. O problema delas - sim delas, porque pra mim isso não é nada demais - é que eu sou homossexual. Ninguém além dos meus amigos sabe disso. Tento não me envolver com ninguém da escola para que não haja preconceito, não que eu tenha me interessado por alguém. Todos me parecem muito sem sal...
Finalmente e infelizmente chego na sala de aula. Havia poucas pessoas lá dentro e não conhecia nenhuma delas. Nem fazia questão, é claro. Não que eu seja rebelde, apenas um pouco anti-social e mal humorado pela manhã. Escolhi uma cadeira no meio da sala e joguei a mochila de qualquer jeito, virando as costas para procurar algum conhecido e descontar a raiva.
Procurei pela sala do terceiro ano, que foi parar do outro lado do prédio, também no segundo andar. Eu ia perder alguns quilos se andasse tanto todos os dias. A sala estava mais cheia que a minha, mas não avistei nem o Miyavi e nem o Reita. Saí decidido a procurar pelo pátio e pela quadra. Nós nos escondíamos na quadra quando queríamos matar aula, mas eles não fariam isso no primeiro dia de aula. Ou fariam? De qualquer modo ia verificar antes que as aulas começassem.
[Kai’s POV]
Havia mais desvantagens do que vantagens em ser novato numa escola e ter que morar em uma cidade diferente. Eu saí do interior de Mie para morar em Tóquio, uma das maiores e mais populosas cidades do mundo!
Agora que ia entrar para o ensino médio, precisava pensar no meu futuro. Pensei em arrumar um emprego também, meio expediente já ajudaria, mas minha família me aconselhou a não me sobrecarregar no início dessa nova vida. Afirmaram que me ajudariam pelo tempo que precisasse. Tenho sorte por eles não ficarem chateados por eu decidir sair de casa. Logo no primeiro dia percebi que eles tinham razão.
Pra começar, eu não sabia onde era o colégio. Pedi informação três vezes e nenhuma delas me levou aonde queria ir. Cogitei voltar pro quartinho que tinha alugado, tentar dormir de novo e levantar com o pé direito, mas não era supersticioso a tal ponto.
Encontrei um ponto de táxi e pedi um mapa da cidade e alguns pontos de referência para chegar ao colégio. Eles foram muito prestativos e se ofereceram para me levar, mas eu precisava conhecer o lugar. Copiei o desenho das ruas que deveria tomar em uma folha do caderno, agradeci e voltei a andar.
Realmente ia precisar me adaptar antes de fazer grandes mudanças. Tive a impressão de passar na porta de uma mesma loja duas vezes, mas finalmente avistei o colégio ao final de uma avenida.
Cheguei em cima da hora. O prédio parecia bem grande por fora e isso fez meu estômago revirar. Senti minhas pernas ficarem bambas e achei que ia me perder de novo. Respirei fundo, tomando coragem e ultrapassei os portões. Graças à minha mãe, eu já tinha feito a matrícula e não precisava me preocupar. Mas, mesmo assim, decidi procurar a secretaria e perguntar onde era a minha sala. Vaguei por alguns corredores, olhando as placas das portas, mas nenhuma indicava onde era a diretoria ou até mesmo a sala dos professores.
Em que planeta a secretaria não ficava na entrada do colégio? Com certeza eu fora abduzido. Na minha antiga escola havia algumas placas e sempre havia um coordenador andando por ali, pondo ordem nos alunos e mandando embora quem não usava o uniforme. Tudo ali me parecia diferente! Até um cara de cabelo rosa eu vi! Bom... eu acho que era... nunca se sabe.
Não era pessimista, contudo tive vontade de sentar e chorar. Para qualquer lado que olhasse tinha gente andando apressada e nenhum deles tinha cara de professor! Pensei em parar algum dos transeuntes, mas e se pedisse informação para alguém que não fosse com a minha cara ou alguém mal humorado? Tudo bem que não partiriam para a agressão, porém o fato de ser tímido me impedia de parar qualquer um que fosse.
Rodei por mais alguns corredores, avistei outro prédio, passei por várias salas, mas sem encontrar o que buscava.
Uma vez me ensinaram que se me perdesse, deveria ficar onde estava. E depois de andar por um longo tempo que não sabia medir, decidi seguir esse conselho. Fiquei parado no meio do corredor esperando que me achassem. Olhando as pessoas passarem por mim. Eu cogitei ter adquirido poderes paranormais. Eu só podia estar invisível! Só assim para não me notarem! Pelo menos esse pensamento bobo me fez sorrir por dentro, pois estava prestes a chorar.
Será que não percebiam que estava desesperado? Ou não se importavam com ninguém?
Meus olhos lacrimejaram...
[Uruha’s POV]
Último ano! Vou me esforçar muito nos estudos. Esse ano eu tenho que escolher uma profissão e prestar vestibular. Senti-me anormalmente animado!
Mesmo tendo vindo para o colégio no meio do ano passado, consegui me adaptar muito bem. Não conhecia muitas pessoas, mas realmente não ligava, já estava acostumado com as poucas companhias que surgiam. Normalmente, só aproximavam de mim pessoas interessadas em ajuda nos estudos, o que ocorria apenas no final do ano. Aqui não fora diferente.
O colégio não mudara nada. Eram os mesmo dois prédios de cor amarelada, um dedicado ao ensino fundamental e o outro para o ensino médio. Algumas das pichagens pareciam novas. Sorri internamente com esse pensamento absurdo. Várias cabeças viraram na minha direção quando percorri os corredores, aumentando minha auto-estima.
Eu não era conhecido apenas por ser “O CDF” do colégio. Claro que isso me garantia muitos prestígios e moral com os professores, e entre os alunos também tive o grande prestígio de ser nomeado vice-presidente do grêmio estudantil em menos de três meses por ali, mas o que mais chamava a atenção era minha aparência. Misture uma carinha de anjo, um cérebro de gênio e um corpo de causar inveja a qualquer rato de academia. Esse era eu, sem muito esforço ou modéstia. Lembrando que sou apenas um adolescente, ou seja, tenho meu lado rebelde, e graças a ele descolori os cabelos e uso vários brincos.
Resolvi passar na lanchonete e comprar um suco antes das aulas começarem quando alguém chamou minha atenção. Parei alguns passos atrás dele e fiquei observando. O rapaz era moreno, um pouco mais baixo que eu, e parecia totalmente perdido enquanto olhava as pessoas passarem ao redor, mas não saia do lugar. Será que não passou por sua cabeça seguir a multidão?
Seus olhos brilhavam pedintes e se ele fosse um cãozinho, estaria abanando a cauda. Lá vou eu de novo com minhas idéias absurdas e excêntricas, comparando o garoto com um animal. Ninguém o notaria ou pararia pra ajudar, a não ser que ele fizesse algo bem chamativo. Mas ele parecia tímido demais pra isso.
Aproximei-me e parei ao seu lado, tocando seu ombro levemente.
_ Hei, tudo bem? - ele ergueu a cabeça e me encarou, vi que seus olhos começavam a lacrimejar - Precisa de ajuda?
_ Eu... acho que me perdi... - como ele conseguia ser tão fofo mesmo com aquele olhar triste eu não sabia dizer.
_ Vem, eu te ajudo! - fiz um sinal com a mão e sai à sua frente, esperando que ele entendesse e me seguisse.