"Um escritor só consegue escrever sobre uma única coisa: aquilo que se apresenta aos seus sentidos no momento da escrita... sou um instrumento de registro...Não tenho intenção alguma de impor "história" "enredo" "continuidade"...Na medida em que for bem-sucedido no enredo Direto de certas áreas de processo psíquico, ainda posso desempenhar alguma função limitada...Não estou aqui para fornecer entretenimento...
Chamam isso de possessão...Às vezes alguma entidade se apodera do corpo - silhuetas agitam-se como geléia amarelo-alaranjada - e mãos se deslocam para estrupar a prostituta que passa ou estrangular o filho do vizíun na esperança de resolver um problema crônico de alojamento. Como se normalmente eu estivesse ali, mas sujeito a de vez em quando sair para dar um passeio...Errado! Eu nunca estou aqui. Nunca totalmente possuído, que fique claro, mas de algum modo em uma posição de antecipar momentos mal calculados...Tal patrulhamento é minha verdadeira ocupação principal...não importa o quão rígida é a segurança, estou sempre em algum ponto lá fora, dano ordens e Dentro dessa camisa-de-força de geléia que cede e estica mas sempre volta à forma original antes de cada movimento, idéia ou impulso, marcada com o selo da inspeção alienígena..."
- William S. Burroughs, Almoço Nu (2001), p. 227.