praia ao fim da tarde
Mergulhar às seis e meia da tarde e não haver vento nem frio, numa água translúcida e sem uma onda, baixinha, onde a corrente forte, em vez de arrastar, embalava. Boiar e abrir os olhos, sobre mim apenas o céu azul sem mácula, absolutamente mais nada no meu campo de visão. Mergulhar novamente e ficar apenas com os olhos de fora, perto da linha de água, de frente para o sol dourado que baixava e enchia a água de mil pontos de luz. Voltar por uma estrada feita de árvores, lagoas, céu cheio de cores do pôr do sol e grandes bandos de pássaros. Aquela sensação especial que é regressar a casa à hora do lusco-fusco, sabendo que nos espera jantar, um banho quente, calor e aqueles que fazem de casa Casa.
E que o melhor disto tudo tenha sido a noite antes, já de manta sobre os ombros, com o Mar a rugir e um céu imenso de estrelas onde se distinguia perfeitamente a Via Láctea, enquanto lá ao fundo a luz do Farol ia e via, ia e vinha...