Titulo: Celebration! - O despertar da Cinderela!
Autora: Yuu
Gênero: Comedia/Romance/Yaoi
Personagens: Aoi, Uruha, Ruki,Reita, Kai e Tsukiko Amano (cantora solista que canta todos os temas de Fatal Frame, quem quiser conhecê-la (se já não conhece) tem álbuns aqui no LJ para download ->
http://yuu-gazerock.livejournal.com/7903.html ^^).
Censura: +18 (Como não sei se vai ter Lemon então é melhor precaver XD)
Sinopse: Um baile, pessoas mascaradas com roupas formais e pomposas. Um garoto, o mais popular da escola, se encanta por uma jovem alta de cabelos claros e de corpo esguio... será mesmo que é uma garota? Descubra lendo o fic 8D (ok sou péssima em sinopses ._. *ergue a bandeirinha branca*)
Direitos: Direito? Hm acho que nenhum 8D igualmente a vergonha na cara 8DD(Y)
OBS: Universo alternativo, onde nossos Gazettes e a Srta. Amano ainda são estudantes no ultimo ano escolar e possuem a mesma idade. Essa fic também é inspirada no PV do XJapan, Celebration, onde o nosso amado Yoshiki aparece vestido de cinderela e joga o sapatinho na cara do Toshi *LOVES*. Fic dedicada a Kyra, porque foi ela que me apresentou esse PV, e porque nos amamos esses travecões (L)(Y).
Act 10 - Just Another Day - Parte 1
Uruha POV (Sentiram falta dele 8D? *morre*)
Abri meus olhos lentamente aquela manhã, tão lentamente que até chegava a ser doloroso.
A claridade já dominava todo o meu quarto, mas mesmo assim eu não queria me levantar, eu não queria sair dali.
Em minha cabeça a sensação de ter beijado Shiroyama, o toque de seus lábio e o seu cheiro inebriante, tudo estava se repetindo como um dvd arranhado, sempre voltando para o começo da mesma cena.
Eu e Tsuki nos mantemos debaixo daquela árvore até o termino do baile, ambos apenas chorando em silencio. Tsuki acariciava meus cabelos, tentando me dar algum tipo de conforto e calma, enquanto ela mesma deixava a sua angustia de lado e deixando a sua dor, que eu desconhecia o motivo, esvair pela finas lagrimas que escorriam de seu rosto.
Kai e Reita nos encontraram, antes que a multidão de alunos nos visse naquele estado, nos guiando até o carro, sem nem ao menos nos perguntar o que havia acontecido.
Teria que agradece-los por isso, por eles terem tido a sensibilidade de nos manter calados, sem ter que dar qualquer tipo de explicação.
Me virei na cama e soltei um suspiro, sentia meu corpo doer parecendo que havia recebido uma surra e das grandes, tamanha a dor que estava sentindo.
Depois de chorar até dormir, cheguei a conclusão que beber é o melhor remédio para um coração partido.
Sim... o meu coração aquela hora estava em pedaços.
Agradeci mentalmente por ser domingo e não ser obrigado a cruzar com Shiroyama nos corredores e sala do colégio tão cedo.
Voltei a fechar meus olhos, precisava dormir mais um pouco e começar a me preparar para o dia seguinte.
Quando estava começando a cochilar, ouvi leves batidas em minha porta, resmunguei baixinho, me levantando devagar, amaldiçoando a maldita claridade que fazia minha cabeça doer como se tivesse uma faca fincada em minha nuca.
Andei até a porta me arrastando, coçando minhas costas nuas.
Havia chegado tão cansado e desnorteado do baile que apenas arranquei aquele maldito vestido, colocando um short qualquer e me jogando no aconchego de meus lençóis.
- Tsuki? - perguntei rouco e ligeiramente surpreso ao abrir a porta, estava tão cansado que não conseguia nem me expressar direito.
A garota permaneceu calada, olhando para o chão.
Eu a olhei por alguns segundos, notando que seus olhos estavam inchados e a pele mais clara que de costume.
Então não fora apenas eu que chorei até dormir na noite anterior...
Sem ao menos me olhar, Tsuki andou lentamente até minha cama, erguendo o edredom e se deitando por lá, virada de lado na minha direção.
Fui obrigado a sorrir com a cena, a garota parecia mais tranqüila agora abraçada as minhas roupas de cama, aninhada e confortável, com os olhos fechados, tentando dormir.
Aquele comportamento não era estranho para mim, sempre que Tsuki estava muito triste com algo que acontecera, ela me procurava em meu quarto, a procura de consolo e carinho.
E eu sempre estava ali disposta a dar o que a garota precisava, assim como ela estava para mim.
Pode parecer estranho esse comportamento entre um garoto e uma garota sem nenhum tipo de parentesco ou relacionamento, mas para nós isso era tão... normal.
Todos os anos em que convivemos nos tornaram algo além de qualquer coisa, além de namorados, além de amigos, além de irmão...
Acho que em algum ponto de nossas vidas passadas, fomos um só.
Almas irmãs.
Fechei a porta com cuidado, logo começando a andar em direção a cama, me deitando ao lado da garota, que mesmo de olhos fechados, se mantinha acordada.
Assim que me aconcheguei embaixo do edredom, senti os braços de Tsuki circundarem minha cintura e a sua cabeça afundar em meu peito, eu apenas envolvi seu corpo pequeno em meus braços, suspirando profundamente.
Somente ela estando ali já fazia meu coração se acalmar, não o suficiente, mas deixava a dor um pouco suportável.
- Uru? - chamou ela baixinho e com a voz rouca contra o meu peito - Você ainda não me contou o que aconteceu ontem...
- Você também não... - disse, acariciando os cabelos negros e agora lisos da garota, fazendo-a se encolher um pouco mais contra o meu corpo.
- O que aconteceu comigo não é importante. - disse ela erguendo o rosto e me olhando profundamente com seus olhos negros e sem brilho.
E aquilo me doeu.
Nunca vi os olhos de Tsuki assim, tão triste e com tanta dor reprimida.
Sei que a garota era forte, forte até demais, mas vê-la com aquele olhar, engolindo toda a dor, que eu sabia que sentia, fazia meu coração, que estava calmo, voltar a doer de tristeza e preocupação.
- Me conte o que aconteceu Uru... - pediu ela segurando meu rosto entre as mãos, com carinho - Estou preocupada, por favor, me conte...
- Agora não... - respondi com um tom de tristeza evidente, escondendo meu rosto no ombro da garota - Vamos dormir... você esta cansada e eu também, prometo que quando acordar eu contarei tudo o que aconteceu, mas agora vamos dormir, por favor...
- Hai... - respondeu ela baixinho e de maneira doce, voltando a me abraçar fortemente, me dando algum tipo de consolo.
Fechei meus olhos, tentando relaxar, sentindo agora um carinho leve em minhas costas, me fazendo sorrir levemente.
Respirei fundo, tentando esquecer a cena que acontecera na noite anterior, esquecer o cheiro intoxicante de Shiroyama, seus olhos, suas mãos, seus lábios... precisava esquecer tudo isso.
Apertei Tsuki com mais força entre meus braços, pois não queria voltar a chorar.
A dor de saber que fui de alguma maneira usado como uma forma de escape pelo moreno, me doía mais que qualquer coisa e apenas pensar que no dia seguinte o veria de mãos dadas com Takani como se nada tivesse acontecido, me faria gritar e chorar de dor e meu coração iria parar de bater...
Arg, que dramático...
Apertei meus olhos com força, precisava dormir... talvez com um belo dia de sono as coisas voltassem ao normal e eu voltaria a encarar esse sentimento, que crescia a cada dia, como algo platônico e distante, que nunca poderia me atingir ou machucar.
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Tsuki POV
Finalmente, depois de quase uma hora tentando, Uruha conseguira dormir. Eu, por outro lado, me mantinha acordada, acariciando as costas do loiro em meus braços levemente.
Estava muito preocupada com ele que até meus problemas se tornavam sem importância.
Problemas...
Agora Ruki se tornara um problema pra mim?
A voz dele me chamando de Reita ecoava em meus ouvidos, como se ele estivesse ali, deitado ao meu lado, repetindo aquela frase: “Boa noite... Reita...”
Deus por que sinto tanta dor?
Eu nunca, jamais, me permiti apaixonar por algum de meus amigos, talvez só por Uru, mas isso já fazia tanto tempo, que agora não faria diferença.
A época em que namorei Uruha foi perfeita, ele se saíra o melhor namorado que uma garota poderia querer, sempre tão carinhoso e atencioso...
Essa atitude é para se surpreender vinda de um garoto de apenas 13 anos, pelo menos pra mim...
O namoro durou dois anos, nem eu acreditava que duraria tanto tempo, mas nós nos tratávamos tão bem, com tanto respeito, que esses anos passaram tão rápidos, fazendo com que a gente nem sentisse.
Nosso termino foi completamente natural. Um dia cheguei para ele e disse que nós não éramos mais namorados, que mesmo estando abraçados ou nos beijando, não parecíamos nem de longe um casal. E para a minha surpresa Uruha concordou plenamente, me dando um forte abraço e me dizendo que me amaria para sempre, não importava o que iria acontecer com a gente.
E eu também, sempre o amaria.
Depois de dois meses do fim do nosso namoro, estávamos morando juntos no apartamento dos meus pais, completamente sozinhos.
Irônico não?
Nesses mais de dois anos morando juntos, nunca tivemos um dia de monotonia. Brigávamos, gritávamos, riamos, fazíamos de tudo, mas nunca nossas vidas se tornaram chatas e entediantes. Sempre acontecia algo de novo ou diferente.
Nossa casa era o refugio de nossos amigos e o nosso próprio.
Pode parecer errado, mas... as vezes, emprestamos a nossa casa para Kai e Reita... hm... namorarem, já que era complicado para os dois fazerem isso nas próprias casas. Os pais de Kai já haviam conhecido Reita e o consideravam como um filho, mas os pais de Reita nem desconfiavam que o próprio filho namorava o que eles consideravam ser apenas o melhor amigo.
E, apesar de parecer cruel por parte do loiro, Kai entendia perfeitamente como era dificil expor esse tipo de coisa aos pais e nós também.
Era divertido quando, em um dia qualquer, nós quatro nos juntávamos para assistir um filme ou apenas passar um final de semana inteiro falando baboseiras.
Tudo se tornava tão calmo, como se apenas os três pertencessem a minha família, e eu a deles.
Quando Shiroyama fora transferido para a nossa escola, a mais ou menos 1 anos atrás, ele era tão deslocado e excluído do resto da turma, que nós ficamos com... “pena” dele, o acolhendo a nosso grupo depois de umas duas semanas em que o víamos sozinho em um canto qualquer do pátio ou da sala.
Ele se enturmou conosco rapidamente, se aproximando mais de Uruha, como se ele fosse seu melhor amigo de infância.
Naquela época, Shiroyama não era tão bonito como agora, não tinha os cabelos tão bem cuidados ou aquele piercing sedutor em seus lábios carnudos. Pra nós ele era apenas... Yuu, um garoto simples, que adorava jogar futebol e era fã enlouquecido da banda Metallica.
Conforme o tempo foi passando, Shiroyama começou a mudar, não para ruim, mas a sua aparência começou a, digamos, melhorar e ele começou a chamar a atenção das garotas da classe.
Uruha, Kai e Reita sempre chamaram muita a atenção do sexo feminino da nossa escola, sempre belos e charmosos, nunca faltava tietes para o seus respectivos fã clubes.
Com a melhora na aparência de Shiroyama, ele se tornará mais um para as garotas do colégio se entorpecerem e fantasiarem durante suas noites solitárias.
E eu.... acabei me tornando uma delas.
Deixei me apaixonar pelo jeito doce que o moreno me tratava, sempre tão carinhoso e atencioso comigo.
Mas tudo acabou quando um boato sobre mim fora espalhado colégio a fora, de que eu me vendia para conseguir comprar as coisas que eu possuía, como celulares, bolsas e roupas de marca.
Apesar de todo o sofrimento daquela época, eu sempre pude contar com os meus três melhores amigos. Uruha, Reita e Kai, sempre estavam ao meu lado, não duvidando de nada e me ajudando a provar que aquilo tudo não passava de uma mentira maldosa contada por alguém com muita inveja.
Só que Shiroyama não acreditou e se afastou de nós completamente, semanas depois começando o seu tão famoso relacionamento com a garota mais popular da escola, Kaoru Takani.
Os garotos não sabem, mas antes de o moreno se afastar do nosso grupo, eu havia conversado com ele, exposto tudo o que sentia em relação a ele e tudo sobre aquela mentira maldosa, mas ele não acreditou. Disse que eu não deveria mentir daquela maneira, que, apesar de achar de ele achar aquilo vergonhoso e errado, eu não deveria esconder a minha “profissão” mentindo mais para os outros agora que tinha sido descoberta.
As palavras e o modo que ele as disse, me doeram de uma maneira devastadora e cada uma daquelas palavras ficou marcada em meu peito de um jeito que eu jamais iria esquecer.
Depois de ouvir tudo aquilo do garoto que eu amava, ouvir que ele não acreditava em mim, eu prometi a mim mesma que jamais me deixaria apaixonar daquela maneira novamente.
Jamais e por ninguém.
E agora, lá estava eu, chorando por um garoto que mal conhecia e que se aproximara de nós como o moreno havia feito tempos atrás, exatamente como antes, perdidamente como antes.
Eu era uma tola, machucada e sem forças.
Sei que pode parecer besteira, porque eu apenas recebi um beijo, mas... o toque daqueles lábios fez com que uma bomba relógio explodisse em meu peito e fizesse com que eu percebesse que aquele frio na barriga, aquela ânsia de vê-lo sorrir não eram apenas um mero e inocente amor de amigo...
Aos poucos apertei os meus braços em volta de Uruha. Ele era o meu porto seguro, sempre perto quando eu precisava.
Naquele momento eu só queria arrancar meu coração e parar com essa dor incomoda e constante me concentrando apenas no sofrimento do loiro que estava em meus braços.
Eu só queria esquecer....