Oct 13, 2003 21:36
O meu mundo é infinito. Mesmo na sua verdade mais rotineira e recaldada.
O meu mundo é gigante, tem espaço para todos. Ás vezes fico maior que ele, e aí ele engole-me. Mastiga-me e cospe-me fora, devolve-me á minha pequenez.
No meu mundo uma cadeira é simplesmente uma cadeira, mas é única na sua cadeirisse. Os objectos existem por si só, têm vontade própria. Não são possuidos, mas geralmente cooperam.
No meu mundo os humanos são máquinas capazes, aperfeiçoadas, perfeitas na sua insignificância corrompível.
O meu mundo é moldável, para quem possua as ferramentas adequadas. É vasto, polivalente, e existem mil e uma formas de atingir um objectivo. É intuitivo, e acessível a qualquer mente intuitiva. É rico, colorido, saboroso, mesmo quando sabe mal.
No meu mundo o sofrimento é absoluto, mas é recebido de coração cheio e mente escancarada. Ás vezes fecho-lhe a porta, e carrego a dor das suas cabeçadas.
No meu mundo existem mundos que vão para além da mais focada compreensão humana.
No meu mundo os milagres são possíveis, mas só para quem neles acredita.
Eu acredito. Porque é isso que o meu mundo é.