Sep 12, 2011 16:22
Anos atrás eu me apaixonei por um rapaz trajando sorrisos. Eu, que toda a vida só trajei agouros.
Se a esquina na qual me sentei para chorar pudesse contar esta história, ainda assim não haveria de tê-la contado a todos que por ela passam mais do que eu já a contei.
O novembro deste país é quente como os trajes daquele rapaz que, ao me fitar, amornou os meus doze meses de inverno.
Com o passar do tempo fui ganhando novas estações. Havia algo de gélido, posto que em meu peito uma enorme estátua límpida se erguia, mas, aos poucos, toda a montanha de neve ao meu redor derretia.
Aprendi a criar verões, e viví o verde de algumas primaveras o suficiente para vê-los se tornarem o cobreado dos outonos. Esquecí que, indiferente a estação fria do mundo em que habito, o meu yule não dura apenas a redoma dos noventa dias.
Para me recriar usei de tudo que possuia, o que muito me era, afinal nunca havia me dividido com alguém, nunca havia usufruído do que tinha, e sequer sabia que estava lá.
Não me foi muito difícil sair do tremelicar solitário e encontrar a minha mudança dentro da que eu já vivia.
Com o amor - por muitas vezes, pensei - tudo se tornava tão mais fácil...
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When I hear the engine pass
I'm kissing you wide
The hissing subsides
I'm in luck
When the evening reaches here
You're tying me up
I'm dying of love
It's OK
Epitáfio,
Morto amado nunca pára de morrer,
depressed