Apr 25, 2009 21:10
desconstrução e reconstrução, desconstrução e reconstrução... reconstrução... desconstrução, desconstrução!
é assim: dizem por aí que o romantismo é produto de uma sociedade doente, que vende-se o romantismo nos cinemas, nas músicas ... e nas ruas. sim, nas ruas! não é só a mídia, não é só pra ganhar dinheiro. foi abstraído por todo mundo.
todo mundo, é sério. você já parou pra perceber que de repente todos os seus amigos estão namorando menos você? ou pior, que o inverso também é verdadeiro - quando você começa a namorar todos os teus amigos ficam solteiros e começam a sair toda hora.
mas, as ruas... além das músicas, dos filmes, e da amiga que liga tendo um piti porque o mocinho falou que a adora ontem e não falou hoje de novo; se não bastasse tudo isso, você sai na rua sossegado e em paz pra ir pegar seu ônibus, e vê casais. o problema é que não são apenas casais, daqueles casais que brigam, que são chatos e que fazem planos cotidianos. só aparecem casais daqueles que quase têm trilha sonora. aliás, seria uma boa brincadeira pensar em trilhas sonoras pra casais que se vê nas ruas. a menina de cachecol e o cara com a mão no bolso do paletó... eles andam abraçadinhos porque o outono já chegou em curitiba, com aquele jeitinho de inverno. eles sorriem um para o outro, ela deita a cabeça no ombro dele. romantismo puro, igual o da canção que diz que é pro sabor dos nossos sonhos não fugir.
existe romantismo até na separação! e na perda o romantismo é ainda mais dramático. acho que tudo aquilo que o ser humano tem medo de expressar quando gosta, sai cuspido da garganta na hora de deixar com o outro aquilo que incomoda.
é inevitável o pessimismo, mas ainda somos melhores na guerra do que no amor.
e eu aqui tentando entender se solidão é um estado físico, social ou de espírito. talvez seja um pouco dos três, talvez nem exista. essa mania de teorizar tudo, sempre, sempre...
acabo de voltar de uma peça de teatro que me marcou em três pontos: ter-se medo do silêncio (porque nele estão escondidos todos os tipos de ruídos), tudo é convenção, e não se vive enquanto se pensa...
mas a gente ainda não sabe se comunicar. é inevitável transpor pra própria realidade o que o outro diz. ainda mais quando envolve sentimento.
eu às vezes tento imaginar como vai estar o humano daqui uns trezentos anos. se mais amoroso, ou mais rígido. se mais coletivo, ou mais individualista. se doente psiquicamente, ou fraco fisicamente. ou nada disso.