To the end

Oct 17, 2016 12:45

"Eu não me importo que você pergunte, porque você é o único que ainda faz isso."

Disse isso pra ele antes de começar tudo. Na verdade, acho que foi o começo de tudo.

Aí ele me abraçou. Não disse nada, só me abraçou.

Nesse nosso período de envolvimento, tinha duas coisas que me deixavam muito feliz.

A primeira eram esses abraços. Às vezes ele fazia isso do nada. Me abraçava com força, com vontade. E eu, que não era uma pessoa acostumada com abraços, acabei me prendendo a isso muito além do tempo que durava. Sabe, sentir a pele sob a blusa, acostumar com o cheiro, sentir a mão dele nas minhas costas. Descobrir que me aninhar nos braços de alguém pode ser o lugar mais confortável do mundo.

A segunda era quando ele me mandava mensagens perguntando como eu estava. E isso desde antes. Às vezes estava mal, ele percebia, e à noite ou no final de semana me perguntava se estava tudo bem. Às vezes não estava, mas o fato dele perguntar tornava tudo melhor. Por um período poderia ser qualquer pessoa me perguntando que me faria me sentir melhor, depois de um tempo era ele quem fazia a diferença.

Eu perdi essas duas coisas.

Lembro também de uma vez que ele me disse que não se importa de ser "usado" para preencher um buraco, para ajudar uma pessoa em algo que ela esteja mal.

No meu caso, era a companhia dele que me fazia bem, porque ninguém mais parecia se importar - ou sequer perceber - quando eu não estava legal.

Hoje eu estou sozinha, de novo. Sabe aquela coisa de querer demais e perde o pouco que se tem?

De verdade, queria que nada disso tivesse acontecido.

Não sei lidar com esses sentimentos e não sei o que fazer agora que não sobrou nada.

#love

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