Turn on your senses with the last moonlight tear
“Já devia estar a dormir,” pensava ele enquanto limpava o suor da testa. “amanhã vai ser um dia longo.”
Levantou-se mais uma vez e verificou novamente se estava tudo preparado, não podiam haver falhas nem demoras pela manhã.
“A ansiedade está a dar cabo de mim, só queria despachar tudo isto...” pensou enquanto se entretia a puxar a colatra à sua arma, ali, sentado numa velha cadeira de madeira numa espelunca qualquer que arranjaram para passar a noite. O seu colega dormia de forma ruidosa, o que não ajudava nada a adormecer, mas que de certo modo começava a ser hipnotizante. “Foda-se. Ir pa cadeia é que me fodia todo... ou ainda me dão um tiro nos cornos, caralho. Foda-se, merda p’ra isto.” divagava ele enquanto se dirigia à cama, pelo menos descansava o corpo. “E se o gajo me deixa lá sozinho caralho? O gajo não tem nada a perder com esta merda e ainda baza quando aquilo der merda. Foda-se.” Apesar do seu natural receio ele estava disposto a morrer, mas morrer em vão assustava-o; ele precisava de ajuda naquilo e seu colega havia-se prontificado demasiadamente depressa a ajudar, apesar dos riscos e do baixo lucro. À uns anos atrás, após um trabalhinho simples, ele havia sido traído e no processo o seu meio irmão havia sido morto. Eram pessoas simples, que não desejavam mal a ninguém e isso desde então sempre o atormentou, o que o fez jurar vingança... a parte dificil é concretizá-la. Não era uma pessoa violenta e nunca tinha batido em ninguém... talvez com a excepção de um par de vezes, quanto mais matar seja quem for. “Que se foda, agora também é tarde para voltar a trás.” rematou ele, decidido a vingar o seu amigo, morto injustamente.
...
O sol começara a nascer à cerca de dez minutos e ele pacientemente aguardava pelo despertador do seu colega começar a tocar.
“Será que devo fazer esta merda? Caralho... matar um gajo... que merda do caralho. Se faço esta merda vou ser igual ao filho da puta, pralém que depois podem vir atrás de mim... ainda morro para nada... ele já morreu, já não vou adiantar nada.” questionava-se, e não era para menos, ia envolver-se em algo que nunca tinha sonhado alguma vez acontecer.
O despertador começou a tocar.
“Mas foda-se, que merda foi aquela...? Filho da puta, isto não pode ser assim, qualquer dia mata-me a mim só porque lhe apetece. ‘P’ra merda.” pensou enquanto olhava para o seu colega, que o fitava de um modo sério. “Que se foda, se ele me lixar... enfim, não vou desistir.”
“...venha a nós o Vosso reino, seja feita a Vossa vontade assim na Terra como nos céus.” pensou ele enquanto fechava a porta do quarto.
.//Baseado no tema 'Afraid to shoot strangers' dos Iron Maiden.
Levantou-se mais uma vez e verificou novamente se estava tudo preparado, não podiam haver falhas nem demoras pela manhã.
“A ansiedade está a dar cabo de mim, só queria despachar tudo isto...” pensou enquanto se entretia a puxar a colatra à sua arma, ali, sentado numa velha cadeira de madeira numa espelunca qualquer que arranjaram para passar a noite. O seu colega dormia de forma ruidosa, o que não ajudava nada a adormecer, mas que de certo modo começava a ser hipnotizante. “Foda-se. Ir pa cadeia é que me fodia todo... ou ainda me dão um tiro nos cornos, caralho. Foda-se, merda p’ra isto.” divagava ele enquanto se dirigia à cama, pelo menos descansava o corpo. “E se o gajo me deixa lá sozinho caralho? O gajo não tem nada a perder com esta merda e ainda baza quando aquilo der merda. Foda-se.” Apesar do seu natural receio ele estava disposto a morrer, mas morrer em vão assustava-o; ele precisava de ajuda naquilo e seu colega havia-se prontificado demasiadamente depressa a ajudar, apesar dos riscos e do baixo lucro. À uns anos atrás, após um trabalhinho simples, ele havia sido traído e no processo o seu meio irmão havia sido morto. Eram pessoas simples, que não desejavam mal a ninguém e isso desde então sempre o atormentou, o que o fez jurar vingança... a parte dificil é concretizá-la. Não era uma pessoa violenta e nunca tinha batido em ninguém... talvez com a excepção de um par de vezes, quanto mais matar seja quem for. “Que se foda, agora também é tarde para voltar a trás.” rematou ele, decidido a vingar o seu amigo, morto injustamente.
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O sol começara a nascer à cerca de dez minutos e ele pacientemente aguardava pelo despertador do seu colega começar a tocar.
“Será que devo fazer esta merda? Caralho... matar um gajo... que merda do caralho. Se faço esta merda vou ser igual ao filho da puta, pralém que depois podem vir atrás de mim... ainda morro para nada... ele já morreu, já não vou adiantar nada.” questionava-se, e não era para menos, ia envolver-se em algo que nunca tinha sonhado alguma vez acontecer.
O despertador começou a tocar.
“Mas foda-se, que merda foi aquela...? Filho da puta, isto não pode ser assim, qualquer dia mata-me a mim só porque lhe apetece. ‘P’ra merda.” pensou enquanto olhava para o seu colega, que o fitava de um modo sério. “Que se foda, se ele me lixar... enfim, não vou desistir.”
“...venha a nós o Vosso reino, seja feita a Vossa vontade assim na Terra como nos céus.” pensou ele enquanto fechava a porta do quarto.
.//Baseado no tema 'Afraid to shoot strangers' dos Iron Maiden.