Jun 01, 2012 05:21
tive vinte e quatro anos. um género de hora cósmica. e se... se não tivesse perdido tanto tempo, se neste momento não me parasse a olhar este tempo, o que será de mim é o que o fizer e o que me ajudarem a fazer. mas soa difícil, suponho que não o quereria de outra forma: é a minha versão extended e cósmica de thrive under pressure. e agora se olhar para a frente, o mundo é tão competitivo e tão pouco solidário. solidariedade é para conas e talvez comece a pensar demais e perder-me, mas também servirá. não me sinto nesta idade, e ainda bem que sou puto no coração. acho que de outro modo castrar-me-ia. parece-me que perdi 10 anos que podia ter orientado para ser um génio. adorei tudo por onde passei, mas parece-me agora um desvio tão grande, um detour enorme. assim como passar em madrid à ida para o porto. talvez esteja a ser ingrato, pois tudo me serviu para fazer crescer. talvez se não tivesse dado ouvidos aos meus pais e seguido para o conservatório ou uma outra merda qualquer não estivesse aqui agora, e tivesse realmente desiludido com a música como a minha mãe me disse. talvez tenha amadurecido e agora saiba o que quero para mim, talvez. talvez não o soubesse apreciar se o tivesse tido a priori. e tudo mais que vivi e fui. talvez agora tenha estômago para me sacrificar por esta causa que é tentar ver como melhoro o mundo à minha volta por me melhorar o mais possível enquanto pessoa. enquanto amigo, enquanto profissional, enquanto irmão, enquanto filho. mas então, porque paro? porque é que me ponho ainda a olhar para ontem, a fazer actividades que não as necessárias. que vida fractal, não sei se é o pequeno que reflecte o grande plano da minha vida, se o contrário. porque é que me vou masturbando assim e deixo passar mais tempo. porque é que sou uma bússola avariada - 500 no corpo de um - que aponta para todos os pontos cardeais ao mesmo tempo, como o símbolo do michael hedges? mais questões que respostas... já devia estar habituado.
mas, eu acredito.