Título: Place to hide.
Pairing 2min.
Stauts: Completa.
Gênero: POV. Shortfic. Um-pouco-de angst.
Classificação: PG-13, eu acho? Nunca tenho certeza dessas melecas.
Disclaimer: Obrigada a Uke @
acid_mood por ter betado/corrigido/sugerido coisas pra melhorar essa coisinha pequena demais. Im turnin into such a sucker for TaeMinho, cant help it. ♥
Warning: Bom, só se você se importar com um ponto de vista bem mais maduro pra um adolescente feito o Taemin, que convenhamos, não é (só) uma poça de meiguice.
Para mim, no início, tudo doía; o peso do olhar tão carinhoso, a culpa ao ser tocado por aquelas mãos sempre tão atenciosas que me faziam sentir calafrios no estômago. Ou até mesmo o som de sua voz grave, baixa, intensa que suavemente reprimia-se em meus ouvidos. Todo o medo de não ser correspondido transformava nossos momentos juntos na via-crúcis.
Quando foi então que finalmente pude provar dos lábios dele da maneira que sempre desejei - com os meus próprios? O gosto da língua receosa contra a minha cheia de ganância. Eu só desejava mais. As suas mãos firmes em minha cintura formigavam o meu corpo inteiro, e sempre que ele me puxava mais para perto era como se tudo a minha volta desaparecesse. Eram os gestos inocentes, por acaso, repentinos dele versus os meus premeditados - mas com essa coroa angelical pairando em minha cabeça a única coisa que precisava fazer era atuar. Fazer com que minhas mãos parecessem tocá-lo por baixo da blusa de propósito. Com que minha proximidade excessiva fosse mero acaso. Que a pressão entre nossos corpos fosse obra do destino.
Foi no sofá da sala, enquanto nos beijávamos, que corremos perigo pela primeira vez: o barulho na porta. Aquele simples som da maçaneta nos disparou a distâncias extremas do sofá, mas a atmosfera era tão visível que perguntaram se havia acontecido alguma coisa. Eu neguei. Ele, com o cotovelo apoiado no braço do estofado e os dedos cobrindo os lábios, dava o sinal com as sobrancelhas franzidas em certa concentração de que eu deveria cuidar da situação. Disse que estávamos assistindo televisão e abracei uma almofada.
A televisão estava desligada.
Na sala não teríamos mais segurança por causa dos olhares constantes e vigilantes, então nosso refugio passou a ser qualquer minuto em que estávamos sozinhos. Não desperdiçávamos um segundo sequer. As mãos loucas, bocas enfurecidas e os gestos dele não mais inocentes, por acaso, mas sim tão premeditados quanto os meus - sabíamos como provocar um ao outro, onde pressionar, o quê chupar, quando gemer e tudo chegou num ponto em que eu precisava mais daquilo do que meus pulmões exigiam oxigênio. Era como oxigênio pra mim.
Toda essa minha agonia, meu vício desenfreado, as exigências sutis, tudo “é coisa da sua idade”, ele costuma dizer, sorrindo. Mentira. Não é a “coisa da minha idade” que faz meu corpo amolecer. Não seria um termo tão simples, uma possibilidade tão vaga que descreveria a razão de meu coração bater mais forte. Era ele, não eu. Eram os olhos dele, não minha idade. Era como ele se aproximava, silencioso. Era como sempre mascarava as próprias vontades com um rosto sério, como sempre me colocava em primeiro lugar sem existir um primeiro lugar para se estar.
No quarto o perigo era constante. A noite, o prazer vinha com o preço de um alerta. Era o único momento em que eu odiava dividirmos todos um único cômodo. Os corpos gritavam, mas o silêncio era obrigação. Como no cinema mudo, os gestos valiam mais que as palavras. Tínhamos de fazer valer.
Algo com tanto poder não era fácil de esconder. Na verdade, era difícil demais. Em alguns momentos, em publico, eu sinto que se não puder estar perto dele meus órgãos vão desistir de funcionar - então é quando nossos braços se encostam, de leve. Ou minha mão demora um segundo a mais segurando a dele. Sentamos próximos um ao outro, ou ele me abraça de maneira comportada, e assim enfeitamos nossos desejos por trás dessa bela amizade.
É o que sempre nos arranca sorrisos até podermos voltar ao nosso esconderijo.
15 de julho, 2009.