Sep 21, 2011 23:17
Dia seco e quente na cidade. Extremamente atípico embora Tsukatsu estivesse acostumado, lembrava da região onde morou quando criança. Muita areia e terra, sol escaldante, faltava até água nas cidades próximas.
Estava andando de moto, aproveitando o dia ensolarado, e ficou relembrando a infância.
- Puxa, quanto tempo não parava pra pensar sobre aquela época.
Lembrava do sol queimando a pele, da areia que batia com o vento no rosto e queimava a face.
- Odeio areia, prefiro o mar.
Tsukatsu ficou lembrando das vezes que ia à praia e ficava só na água, a areia o incomodava muito, sempre se incomodou com areia: áspera, queima sobre o sol, é muito fria à sombra e entra em qualquer lugar que possa incomodar, por isso sempre ficava na água. Calma e relaxante mas que sempre mostrava sua fúria.
A areia era algo que Tsukatsu nao conseguia contornar e dar a volta por cima, parecia com muitas coisas na sua vida, uma delas o seu coração.
Muitas vezes áspero, queimava seu peito, doía a maior parte do tempo, muitas vezes frio como gelo e sempre o deixava inquieto.
Lembrou que muitas vezes seu coração parecia com a água: calmo sempre ao redor daqueles que Tsukatsu gosta, relaxante quando saia para ficar em seus pensamentos bons e furioso quando via alguma injustiça ou que fizessem mal a alguma pessoa querida.
Tsukatsu parou pra pensar em como estava seu coração naquele momento e a resposta veio rápida.
DOR!
Muita dor era o que sentia, nada parecia certo, apenas a dor. Embora sempre resistisse a dor, é a dor que Tsukatsu não tem como não sentir.
Parou sua moto em frente a um parque, e se sentou em um banco enquanto olhava as pessoas caminhando e as crianças brincando. Tsukatsu sabe o que está faltando, sabe que ainda pode levar um tempo mas também sabe que não depende só dele para que a dor vá embora.
Nada que não possa ser superado, nada que não possa ser ultrapassado mas certamente nunca será esquecido. Cada dor deixa uma ferida, não importa o que seja, são essas feridas que o fazem lutar pelas pessoas que ele se importa muito, mesmo que distantes, mesmo que nao mereçam seu esforço.
Tsukatsu deu um sorriso, se levantou do banco e dirigiu-se para sua moto ligando-a e partindo novamente para as ruas de Eiden. Via nuvens no horizonte.
- A chuva vai voltar cedo, e eu também poderia resolver tudo isso bem cedo, e como quero. Se não a quisesse tanto, nao estaria aqui até agora, não me importaria em me fazer presente mesmo não a vendo mais com frequência. Não me importo com as dificuldades uma vez que elas sempre existirão. Sinceramente, acredito que possa dar certo.
Correu pelas ruas movimentadas até o Café.