repetição pleonástica redundante prolixa e repetitiva do que já foi dito antes

Sep 22, 2009 15:25


eu odeio o twitter.

nessa onda de 2.0, user-defined content e snippets de informação, acho que a internet está reformulando - e até certo ponto, descaracterizando - como as pessoas se comunicam.

muitos vêem (acho que está gramaticalmente incorreto de acordo com a nova regra, mas eu caio morto antes de escrever "voo", "veem" e etc) isso como uma evolução natural da comunicação. já até ouvi numa conversa com um "defensor" do twitter que meu ponto de vista seria algo como odiar o e-mail por ele ter matado a carta. mas eu nunca questionei ou critiquei o lado da conveniência e praticidade; eu nunca critiquei a "voz" que o conceito 2.0 (para abranger a tudo isso) dá aos usuários, tornando-os participantes ao invés de espectadores; em suma, eu nunca critiquei o meio propriamente dito. apenas acho que, neste caso, as características do meio estão reformulando a mensagem a ponto de transformar os hábitos de comunicação do usuário, cada vez mais adequados à imposição desse novo formato, fast-paced e superficial.

o editorial virou coluna que virou matéria que virou post de blog que virou tweet. hoje essas coisas ainda co-existem e funcionam de maneira meio simbiótica, mas ainda assim me parece um sinal do que há por vir. todos os cento e poucos caracteres de um micro-blog são suficientes para fazer parte da formação de opinião, por mais que sejam über-subjetivos. já viraram parte de motor de busca. já viraram feed de notícia. não sei se é pelo fator da inovação tecnológica (que já não é mais tão inovação assim), mas me parece que um tweet repercute mais que uma coletiva de imprensa.

como tem feito parte de muitos de meus pensamentos de alguns meses pra cá, tenho minhas preocupações de como vai funcionar o processo de formação de opinião pra próxima geração. pra quê ler a matéria no jornal (ou site) se você pode receber bullet-point highlights no e-mail? qual o propósito de ler um livro se a wikipedia tem a versão ideal do Cliff´s Notes? nesse mundo onde tempo é um commodity vendido a preço de ouro, quem tem 2 horas pra ver um filme, sendo que o fórum do site tem todos os comentários digeridos?

vejo gente pouco mais nova que eu extremamente acomodada nesse processo. em vez de aproveitar o lado bom disso tudo - a ampliação exponencial de FONTES (e essa é a palavra chave, IMHO) - fica cada vez mais conveniente escolher a mesma meia dúzia de dois ou três e receber essas nano-parcelas de informação da maneira mais rápida e fácil possível. e o que é pior, ainda propagar ao extremo esse novo paradigma.
lembram quando os blogs, fotologs e afins começaram a bombar, e todo mundo odiava o estilo "querido diário: hoje eu fui pra escola e blá blá blá"? pois é, hoje em dia parece que a última onda é escrever coisas desinteressantes com a menor quantidade de palavras possível - e na maior frequência possível!

finalizando sem concluir, ressalto que minha opinião é estrita e absolutamente no âmbito pessoal / particular / individual da coisa. acho o twitter extremamente valoroso para escopos como políticas públicas, marketing (e todas as suas vertentes pós-modernas), inovação e colaboração tecnológica, entre outros. mas sempre do outro lado da moeda. no final das contas, acho que só quem sai enfraquecida é a comunicação como eu a conheço. talvez isso seja bom por vários aspectos dos quais ainda não estou convencido, mas tá difícil de enxergar isso nesse tsunami de imbecilidade
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