Mar 15, 2006 13:46
O gigante sorriu lá do alto. Estendeu a mão, como uma criancinha, pediu abrigo. Nesse momento todo o céu sorriu. O sorriso de céu era roxo e era morno. Gostoso. Caminharam de mãos dadas por quatro meses inteiros, e então chegou a hora de dizer adeus. O gigante chorou escondido, lágrimas de moça que espera o noivo na guerra. Era março, mês de águas. Era uma noite calma de março. O sol continua no céu, todas as coisas estão perfeitamente alinhadas. Ninguém notou, no ritmo sem freios de suas vidas, que algo acontecia. Ninguém saberia nunca. E ninguém nunca vai saber.
Adeus, gigante.
Eles não sabem, mas eu sei.
Eu sempre soube que você era feito de nada.
Eu sempre soube que não podia confiar.