O presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista (CIP), rabino Henry I. Sobel, foi detido na última sexta-feira, em Palm Beach, nos Estados Unidos, acusado de ter furtado quatro gravatas de lojas de grife.
Segundo o boletim de ocorrência, um funcionário da loja Louis Vuitton acionou a polícia por volta das 12h30 (horário local), alertando sobre um consumidor suspeito. A câmera de vigilância interna da loja filmou Sobel dobrando a gravata e, em seguida, deixando o local com as mãos vazias.
Nas proximidades da loja, um policial se aproximou de Sobel, que imediatamente negou ter roubado qualquer mercadoria. Avisado de que havia sido filmado pela câmera da loja, ele então admitiu ter furtado a gravata e se ofereceu a pagá-la.
Ele foi detido e levado a delegacia de Palm Beach, onde passou a noite. Segundo o boletim de ocorrência, Sobel admitiu ter furtado a gravata e levou o policial até o carro, onde estavam quatro gravatas, das marcas Louis Vuitton, Giorgio's, Gucci e Giorgio Armani, que o rabino disse também terem sido roubadas.
O rabino mais conhecido do Brasil não é brasileiro. É filho de belgas, português de nascimento, com cidadania americana.
ENTREVISTA 01/08/2001
ISTOÉ - O sr. é presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista, uma entre outras congregações. Como o sr. é remunerado?
Sobel - Sou contratado pela CIP e recebo salário como rabino.
ISTOÉ - O sr. ganha bem? Fala-se em US$ 25 mil por mês. É verdade?
Sobel - Mentira, muito mentira!
ISTOÉ - O sr. é um gastador? O que faz com seu dinheiro?
Sobel - Vivo modestamente. Gasto aquilo que é necessário, não me considero um materialista. As minhas extravagâncias não são materiais. Quero proporcionar um nível de vida confortável para a minha esposa, para a minha filha. Minha esposa, Amanda, é modesta.
ISTOÉ - Rabino, o sr. mora num belíssimo apartamento, está vestindo um paletó Valentino, relógio e óculos elegantíssimos...
Sobel - Valorizo isso. Gosto de me vestir bem, mas extravagâncias não existem. Sou vaidoso, herdei isso de minha mãe. Sou conhecido pelo nó da gravata (largo), pelo colarinho alto e pela kipá púrpura.