Passado um mês, aqui tenho a primeira parte do meu relato sobre o Wacken Open Air deste ano:
Voltando da minha recente viagem a terras alemãs, vindo do festival de música pesada “Wacken Open Air” que foi realizado na hospitaleira vila de Wacken, venho aqui relatar alguns eventos passados lá e falar algo sobre as bandas que participaram.
A viagem de autocarro foi longa e algo cansativa, tendo direito a paragens regulares de 3 em 3 horas, e a outras mais especiais como uma paragem de algumas horas que foi feita em Paris, mesmo defronte da afamada Torre Eiffel.
O centro de paris é decerto bastante atractivo com as suas massas de turistas, o grande e belo parque de volta das principais atracções, as muitas lojas de bijutarias e apetrechos que lá figuravam, e os diversos “artistas” que extorquiam somas elevadas de euros pelos seus simples trabalhos (quer dizer, por lá o nível de vida é superior, mas não deixa de ser uma roubalheira), enfim… não posso comentar muito sobre paris, pois só lá estive 3 horas, mas chegou para ter um cheirinho da cidade.
Há que salientar os preços obscenos nas estações de serviço francesas (nada que não estivesse a espera), mas que mesmo assim esvaziaram um bom bocado a minha carteira durante a viagem de ida e volta e o facto de para se usar um Wc dentro de território alemão tem que se pagar uma soma de 50 cêntimos (outra roubalheira).
Passados dois dias de viagem, já as paisagens dotadas de um verde-claro e bastante vivo (o norte da Alemanha é mesmo muito bonito, adoro o estilo das casas lá, têm um toque rural bastante atractivo) assinalavam a chegada ao meu destino. A 40 Km de Hamburgo, situa-se a vila acolhedora de Wacken, que há cerca de 15 anos acolhe milhares de metalheads para o seu evento anual, ganhando a reputação de melhor espectáculo metálico mundial, e com muito mérito.
A vila em si própria têm um aspecto compacto mas eficaz, contendo todos os bens precisos para a estadia dos menos preparados, incluindo vários supermercados, restaurantes e um Multibanco a disposição. O único senão e a distância de alguns estabelecimentos do recinto, tendo que andar cerca de 4 km a pé para chegar ao supermercado ou a piscina.
Eram 9:30 da manha do dia 4 de Agosto, quando o autocarro da MetalBusTour chegou a porta do recinto, e para nossa surpresa, a outra excursão portuguesa já estava lá no mesmo sítio de chegada, igualmente pronta para entrar. Após algumas palavras com a segurança do evento, os bilhetes foram nos dados e finalmente pudemos entrar no recinto, o qual no início era um enorme pasto verdejante com o cheiro característico de uma quinta, mas seria algo mais brevemente. Rapidamente movemo-nos para a zona que nos estava marcada, e montamos rapidamente as tendas, marcando aquela parte do pasto ainda vazio como nossa, a qual tinha um acesso bastante directo ao recinto principal.
Depois de estar tudo preparado, decidimos ir reclamar as nossas pulseiras e explorar um pouco as atracções, que aquela hora ainda não funcionavam.
O recinto exterior era habitado por várias secções:
O supermercado onde os sonolentos afastavam o bichinho do sonho, com os copos de café que lá se compravam (sem açúcar fdx) e onde se encontravam vários snacks e bebidas ao dispor.
A barraca do breakfast, que era um lugar predilecto para socializar com a multidão algo bêbada que por lá cantarolava, era uma espécie de ponto de convívio.
As vazias barracas de fast food, desde garlic bread, Pizza, Burgers à comida própria da Alemanha como o Doner, espetadas de carne, um prato de salsicha com chilli e ketchup e um prato de esparguete exótico com sabor a pimento.
As barracas do official Merchandising, onde se vendiam as várias t-shirts do evento.
O MetalMarket onde todo o tipo de raridades discográficas e bijutarias exóticas se podiam comprar a um preço razoável.
De resto existem os wcs do recinto e um campo de futebol para diversão.
Depois de uma voltinha decidimos ir relaxar para um dos principais pontos de atracção da vila: a piscina.
A piscina da vila é deveras enorme e muito bem equipada, incluindo duas secções de água, uma rampa de salto com cerca de 5 metros e meio de altura para a piscina principal, a qual têm cerca de 3.80 metros de profundidade e um comprimento olímpico.
Também lá se encontrava as lojas de comeres, os chuveiros para ambos os sexos e um enorme espaço de relva para descanso e para ganhar bronze.
Não posso passar sem referir as grandes belezas femininas que lá se encontravam, pois as alemans que por lá vagueavam eram mesmo muito boas, dando uma outra beleza natural a vista ;). Acredito que de entre os cerca de 45 mil participantes neste ano, 10 mil era mulheres atraentes…não é uma má quantia pois não? ^^
Desta vez era vez de ir ver das compras, e decidimos percorrer mais uns Km para chegar ao supermercado da vila.
Os preços nos supermercados eram bem baixos, talvez mais baixos que aqui em Portugal, nesse facto tivemos sorte de o evento ser numa vila. Mas para encontrar os bens necessários vimo-nos gregos, desde o pão horrível à falta de gelo, ainda demoramos bastante tempo a comprar as coisas. O que não faltava lá era cerveja, a cerveja que os alemães compravam em 1 2 3 4 5 grades inteiras, chegando a carregar carrinhos de compras cheios delas, até cheguei a ver carros com 3 barris de cerveja, estes alemães emborcam mesmo muita cerveja, e o que assusta mais e que a engolem mesmo quente, não admira as mocas descomunais que apanhavam.
Com os sacos cheio de mantimentos, chegou a hora de relaxar pois só no dia seguinte e que haveriam concertos.
Chegada a noite, fomos investigar o Metalmarket que tinha acabado de abrir.
No interior encontramos várias lojas de bijutarias, sendo algumas muito engraçadas como um corno viking para beber, um cajado com uma caveira, várias cabeças de bode, umas toalhas extremamente bem feitas, vários fatos de cabedal e látex algo “marotos” e até uma cota de malha a venda! (aquela merda pesava 30 Kg).
Nas lojas de vendas de cds underground, pude encontrar cds de bandas mais desconhecidas a preços bastante razoáveis, e até pude encontrar cds de bandas portuguesas como os falecidos Sirius e os Decayed.
Vendiam-se igualmente cds de bandas conhecidas a preços bem baratos (9-13 €) e igualmente DVDs (15-20€) o que dificultava um bocado a escolha no que comprar.
Um outro compartimento abriu mais tarde, o qual dava-me a hipótese de assistir a um show de striptease por uma soma de 2.5 euros, a qual paguei mas não vi por causa dos concertos -_-…enfim não se pode ter tudo.
Antes da noite cair, ainda avistei por uns minutos a banda filarmónica da vila chamada “Firefighters”, a qual mesmo tocando música de marcha, criava um caos enorme no recinto, pois os alemães aproveitavam a festa e a bebedeira para bailar, esbracejar e gritar a sua bela vontade durante a actuação, transformando aquilo em algo fora do comum xD.
Outra atracção ao dispor era o wet stage, que a partir das 8 abrira o “Metal Karaoke & Disco”, onde passavam vários clássicos (Black Sabbath, Metallica, Iron Maiden, Pantera, AC\DC) e eram convidadas pessoas para fazer karaoke no palco e acompanhar o público eufórico. A ajudar a festa estava um Dj e um apresentador que envergava, em toda a sua palhaçada uma cabeleira e forma de carapinha enorme. Ao juntar os ingredientes, criou-se alegria e furor q\b, o que chegou para um resto de serão bem passado.
Durante o dia seguinte a afluente de metalheads notou-se consideravelmente, já que agora as ruas mostravam-se completamente entupidas de gente, e o trânsito para dentro do recinto era considerável. Agora com grande parte do terreno cheia, podiam-se registrar as diferenças entre os vários fans de metal, chegando a surpreendente conclusão que o estilo mais ouvido naquele recinto era powermetal (durante o festival notei que os alemães eram completamente malucos por powermetal). Mais umas horas passaram no aconchego a torreira do sol, fazendo tempo até a única banda que queria ver naquele dia - Motorhead.
Motorhead - Passada a longa e demorosa fila de entrada para o recinto principal, finalmente juntei-me a longa multidão de gigantes alemães, para assistir ao meu 1º concerto do evento. Este foi um dos concertos com maior audiência do festival, pois reuniu todas as gerações na plateia, desde os já experientes e idosos metaleiros da velha guarda, a nova geração, dando até lugar a várias pessoas de cadeiras de rodas que se camuflavam na multidão. Pontual como todos os eventos do festival, o concerto começou com todo o peso de metal rockalhado que os Motorhead já me tinham habituado, lançando a enorme multidão em furor com clássicos como “Orgasmatron” e a grande “Ace Of Spades”. Um grande solo de bateria e a “Overkill” acabaram o concerto em grande estilo, tendo os Motorhead ganho o dia.
De seguida fui descansar para a tenda, enquanto observava a enorme afluente para o principal evento do dia, para os alemães. Falo de Bohse Onkelz, uma banda que teve extrema afluência, tendo várias pessoas pago o bilhete exclusivamente para ver aquela banda.
Pelo que vi são os “Xutos e Pontapés” da Alemanha, em termos de importância.