Jun 10, 2005 23:34
We have a talking!
Era necessário dizer alguma coisa? Eu acho que não, todas aquelas dores e precauções foram atiradas pela janela sem nem mesmo ter de me explicar ou tocar no assunto que me afligia. E o pior foi sentir um peso incrível por ouvir aquilo tudo. E podia se fazer o quê a respeito?
Senti como se meu estômago desse voltas e pedisse um motivo pra doer. Mas também não havia um motivo pra se aliviar. Afinal, a decisão não estava naquela conversa, aquilo era apenas uma parcela das coisas que “atrapalhavam” uma coisa que eu já tinha abdicado há alguns dias. E o pior era sentir que me traía ao pensar em possibilidades tipo... Enfim (Meu Deus! Essa palavra devia ser banida do dicionário).
Aí ficava escondendo de mim mesma o que eu queria (quero?!). Pra me trair, sem eu mesma ver, era só sufocar a cabeça no travesseiro até perder o ar, aí me fazia agonizar um pouco mais com a falta de fôlego e depois voltava a respirar va-ga-ro-sa-men-te, ainda de cara no travesseiro, sentindo o cheiro do meu próprio cabelo (que deve se instalar por ali enquanto eu durmo), bem ali naquele momento podia pensar o que eu QUISESSE! Era incrível, tudo parecia secretamente arquitetado, pois podia fazer algo errado e me punir ao mesmo tempo!
Por hoje, as coisas estavam tão... Distantes, que cheguei a sentir repulsa por alguns momentos. Oras! O que estava acontecendo?_ Eu tinha pensado em não contar pra pessoa “X” o que a pessoa “Y” havia me contado. Isso era para mim quase uma missão de guerra. Fiquei todo o tempo torcendo pra que algum imbecil qualquer fosse até a pessoa “x” e contasse tudo o que eu sabia, assim tipo casualmente, assim eu não teria absolutamente nada a ver com a mágoa de ninguém. Não sei porque tudo aquilo me caiu como uma pedra, não parecia “x” o chateado e sim eu mesma! Agora, a única coisa que estaria ali como pedra não seria um terceiro, mas a decisão que eu nunca quis ouvir o veredicto. Expor demais, fragiliza-me demais. Eduardo sempre disse que eu vivia armada! Oh meu amigo, eu joguei as armas no chão e veja o que aconteceu... I’m lost!
Aí,de repente, depois que “x” levou consigo toda minha ansiedade de final de tarde, alguém me disse:
_Òh, que está esperando! Está tudo ok!
Ok? Como? Hein? Continuo aqui, perdida. Só que existem limites e não vou enfiar minha cara no travesseiro demais. Lembra-se? È o medo, o medo que já acontecia na barriga da minha mãe, medo programado, medo esperado, medo que se transforma em desprezo caso não seja remediado com certa urgência.
I’m waiting for…