Vigésimo Sexto Dia

Nov 27, 2008 00:27

Estou super cansada. Não escrevi tanto quanto queria. Apenas 1000 palavras hoje. Oh well. 45 k já estão.

- Que outras raças procuram o que eu protejo? - perguntou Goodwin. Se teria de enfrentar algo, gostaria de saber o que era.
- Centauros, elfos... Outras sub- raças - respondeu o fado, aumentando a velocidade do voo. - Vamos, jovens humanos, vamos...
A montanha de terra, com ervas mortas pelo frio e árvores velhas, transformou- se, lentamente, num cobertor de neve fofa. Benedita estremeceu e os seus dentes rangeram. Goodwin ofereceu- lhe um dos cobertores que carregava, embrulhou- a gentilmente, beijou- lhe a face fria.
- A temperatura baixará muito mais? - perguntou Goodwin a Sweettoes.
- Alguns graus - respondeu o fado, olhando o jovem sobre o seu ombro. - E manteres os olhos abertos para nos arranjar o que comer? Se continuarmos a subir a este ritmo, em poucos minutos não terás o que caçar.
O jovem arqueiro sacou do seu arco e preparou uma flecha, deixando- se ultrapassar pela Princesa. Parou por momentos e fechou os olhos, tentando ouvir para lá do passo do cavalo e do bater de asas do fado. Nada ouviu, apenas silêncio. Depois encontrou duas lebres que saltitavam num caminho paralelo ao que eles tomavam, abrandadas pela neve.
Atou as rédeas de Brunos, apertou- lhe o flanco com os joelhos, ajustou o arco e avançou na direcção das lebres. Assustadas pelo barulho as lebres ficaram confusas e cruzaram o seu caminho. Uma, duas flechas e as lembres ficaram prostradas no chão. Passou ao lado delas e puxou- as pelas setas nelas enfiadas.
- Temos jantar - informou alto aos outros.
O sol já nascia quando Sweettoes olhes mostrou a gruta em que dormiriam. A Princesa Benedita criou uma chama branca que ficou a flutuar no fundo da gruta, para que o mínimo de luz fosse reflectida para o exterior. Goodwin usou o punhal do Rei para as esfolar e deu- as a Benedita que, segurando- as longe do corpo, as deixou cair na chama branca.
- Não queima - explicou quando Goodwin a olhou assustado. - Aquece, mas não as queimará. Dentro em breve poderemos come- las.
O ar frio manteve- os acordados durante grande parte do dia - por mais que Benedita criasse novas chamas, a gruta parecia estar sempre fria de mais. O fado enrolara- se numa pequena bola e dormiu entre Brunos e o cavalo branco que a Princesa montava, aproveitando- se do seu calor para se aquecer.
Ao cair da noite Sweettoes dividiu o pão e a bola de queijo que restava entre os três e apressou- os a que montassem. Se fossem rapidos chegariam à Fortaleza de fogo antes do nascer do dia.
Das montanhas cobertas de neve passaram a montanhas quentes, solo queimado, morto. Ali não havia vida e as temperaturas aumentavam a cada passo que davam. Goodwin tirara a camisa com premissão da Princesa Benedita - podiam estar longe da corte, dos bons modos e da etiqueta mas, para todos os casos, Benedita era uma jovem Princesa, por casar, e ele era apenas um arqueiro do Rei.

- Quanto tempo falta até encontrarmos as terras dos duendes? - perguntou Goodwin, despejando as últimas gotas de água que restavam no seu qualquerocoisa.

- Não muito, não muito - sossegou- o o fado que suava. As suas asas batiam mais lentamente agora e o seu pó parecia ter- se transformado quase num vapor.
Não lhes mentia. Apenas uma hora depois, quando o sol se começou a pôr no horizonte e as temperaturas desceram um ou dois graus, encontraram trilhos na montanha.

- Trilhos de duende - explicou Sweettoes, excitado. - Já não nos falta muito. Vamos, jovens humanos, vamos!

- Pensei que os duendes não gostassem de outras raças... - começou Goodwin, meio a medo. - Oh, não, não.

Eles não gostam de nenhuma raça - disse o fado, voando em volta de Goodwin uma única vez e aumentando a velocidade agora que sabia estar na direcção certa. - Não gostam sequer de humanos, não. Mas, pela protecção do Rei e da Rainha darvos- ão abrigo e alimento.

- Então e tu? Uma fada?

- Eu? Os duendes devem às fadas um pequeno favor - riu- se entre dentes. - As fadas podem ser pequenas, mas têm uma memória tão boa quanto a dos duendes, talvez quase tão boa quanto a dos elfos!

Goodwin sorriu- lhe e deixou o assunto, imaginando que, se as fadas soubessem que a vinda de Sweettoes à Fortaleza de Fogo ameçava, no que quer que fosse, a vida do fado, não o teriam deixado ficar.

- A senhora fkan aknv não me pediu que ficasse convosco depois de chegarmos às terras dos duendes - confessou o fado. - Ela disse- me "Leva- os até onde o fogo nasce e entrega- os aos duendes. Não precisarão mais da tua ajuda." Mas eu sei que precisam, eu sei. Precisam que eu escute o vento, precisam de notícias... E eu faço. Eu não me importo de ficar por aqui com os jovens humanos, não...

- E estarás seguro? - perguntou Goodwin, limpando a testa que escorria em suor. - Não terás problemas nem com fadas nem com duendes?

- Com fadas? - riu-se e deu uma cambalhota no ar, alegremente. - Oh não, não. As fadas têm uma senhora, mas são livres de fazerem o que quiserem. O ar é livre, não é? Pois nós, as fadas, também o somos! Se eu quiser ir para Oeste com os jovens humanos, então vou. Olhem, olhem!

Sweettoes apontava-lhes uma fortaleza gigante, cravada na crosta de rocha escura da montanha. Era uma magnífica construção, esculpida da rocha de tal maneira que parecia, de facto, parte dela. Tinha vários andares, diferentes torres, janelas e fortificações em todos os níveis da Fortaleza. A Fortaleza de Fogo era uma grandiosa construção, especialmente para as mãos dos duendes, que eram apenas ablidosos com o ferro e a contrução de armas.

- Não é rude, como esperava - comentou Goodwin, olhando atentamente a fortificação. - Têm optimas ameias. Diria mesmo que é uma fortificação impossível de penetrar.

- Impossível talvez não seja, mas nunca ninguém se atreveu a experimentar - respondeu o fado, sentando-se em frente a Goodwin no cavalo. - Os duendes podem -nos dever uma, mas não me receberiam de braços abertos se eu fosse a primeira coisa que viam.

- É um vulcão? - perguntou Benedita, seguindo com os olhos o rio vermelho que se estendia pelos campos escuros e vazios.

- Um grande vulcão, se queres saber.

- Como conseguem viver tão perto da lava? - Benedita tinha preso o cabelo com um carrapito no cimo da cabeça e parecia estoirada.

- Oh, os duendes suportam facilmente as altas temperaturas - disse Sweettoes, brincando com os dedos dos pés.

- Gostam de estar em sitios fechados, escuros e quentes. São loucos, na minha opinião, loucos.

Benedita sorriu- lhe, não querendo explicar que cada raça tinha a sua maneira de viver e que não devia julgar os duendes pelas suas preferências. De qualquer das formas, Sweettoes era um fado, e as fadas não percebem dessas coisas...

- O que é um vulcão? - perguntou Goodwin.

A grande montanha quente parecia brilhar, no topo, de onde surgia uma forte luz alaranjada.

- É como que uma passagem directa ao centro da terra - explicou Benedita, aproximando-se dele. Faltavam poucos metros para chegarem à entrada da fortificação. - É como que um cone cheio de lava a ferver, aquilo que ali vês. Por vezes, de tempos a tempos, a lava explode e cobre toda uma área á sua volta, queimando e destruindo o que quer que se encontre no seu caminho.

- Os duendes têm uma qualquer protecção contra a lava - interviu Sweettoes, largando os seus pés e voando para o cavalo da Princesa Benedita.

- Eles não se queimam com a lava, e a lava não lhes queima as casas. A Fortaleza de Fogo existe desde o início do tempo dos Duendes e, desde então, o vulcão já explodiu várias vezes.

- Os duendes têm magia? - perguntou Goodwin, surpreso.

- Não a magia dos humanos, não. Mas algo parecido, não tão desenvolvido... Só controlam o elemento do fogo, nada mais.

Os duendes tinham magia. Em que eram os duendes mais parecidos com os humanos do que as outras raças? Talvez aí residisse a resposta para o problema de Goodwin. Teria de compreender os duendes para perceber porque eles tinham magia.

- Quem vem lá? - perguntou uma voz rouca, vinda do cimo da fortificação.

- A Princesa Benedita, filha do Rei Aemilius e da Rainha Gaiana, herdeira do trono de Espilce - respondeu Benedita alto. - Comigo vem o jovem Goodwin, arqueiro do Rei e Sweettoes, o fado que nos têm guiado nos últimos dias. Pretendemos falar com o senhor dos duendes.

- Como sei que és quem dizes ser? - perguntou a voz. - Prova- o.

Benedita olhou para Goodwin e encolheu os ombros. Falou numa voz rouca e pesada, tão estranha que não lhe parecia pertencer. Não disse muito, mas pareceu dizer o suficiente para que lhes fosse dada passagem.

- O que foi que disseste?

- Apenas lhes disse que não deveriam questionar a Princesa de Espilce - sorriu Benedita. - Aprendi na minha infância todas as línguas do reino. Aquilo que ouviste era duendês. Não é muito usado, nos dias de hoje, é àspero e rude, não muito elaborado. Os duendes falam a língua dos humanos, na maior parte das vezes.

- As fadas também têm uma língua só delas? - perguntou Goodwin, incitando Brunos através da grande porta de madeira pesada que se abrira à sua frente.

- Oh sim, sim, claro - respondeu Sweettoes, encostando- se o máximo possível a Benedita, como se temesse o que quer que fosse encontrar para lá das portas. - Falamos uma língua suave, transparente, livre. Os humanos não a conseguem compreender, falamos a língua do vento.

O interior da Fortaleza de Fogo surpreendeu Goodwin. O chão era calcetado e pequenas habitações amontoavam-se em ambos os lados da avenida circular que os levava ao topo da fortificação. As casas tinham as portas sempre abertas, as janelas sempre destapadas. Crianças duendes brincavam na rua com armas verdadeiras e os homens trabalhavam em grupos, martelando armas, ajustando arcos.

- Pensei que fossem mais...

- Rebeldes? - perguntou a princesa Benedita, com um sorriso.

- Sim, rebeldes. Eles são tão... tão civilizados.

- Claro que são civilizados, são uma raça tal como as outras.

- Mas as suas barbas, e os seus capacetes, - baixou a voz consideravelmente. - A sua linguagem rude e descuidada...

- Isso não os torna barbaros - respondeu Benedita no mesmo tom de voz, gozando a situação. - Vamos, Goodwin, queremos que compreendas Espilce. Não assumas as coisas até as veres em primeira mão...

Cavalgaram em cículos, subindo escadas nos extremos da fortificação, quando encontravam rocha em vez de parede. No quinto andar o piso establizou e a avenida cessou de existir. Era apenas uma área vasta, calcetada, vazia.

- Ali - apontou Sweettoes, mostrando- lhes uma abertura na rocha da montanha. - A casa do senhor de fogo é no vulcão.

Benedita e Goodwin desceram dos seus cavalos e subiram os degraus que os levavam à porta. Um pequeno duende que passava despercebido a qualquer trausente bateu com o seu bastão no chão duas vezes e a porta abriu-se para lhes dar passagem.

- A Princesa Benedita, filha do Rei Aemilius e da Rainha Gaiana, acompanhada por Goodwin de Helmeswella e pelo jovem fado Sweettoes, o seu guia.

Entraram os três num corredor largo iluminado em tons de vermelho e laranja. O tecto era alto e o chão de mármore, os seus passos ecoando no salão. O tecto abobado era seguro por várias colunas largas, simples. No fundo do corredor, no cimo de uma pequena escadaria, estava sentado o senhor dos elfos, imponente no seu trono de ouro e prata, com uma longa barba vermelha e pequenos olhos castanhos. Tinha um capacete posto, como se estivesse pronto para ir para a guerra, e vestia o seu colete de malha de prata, a sua espada pousada ao lado do seu tron. No entanto tinha sobre os ombos uma longa e pesada capa real, vermelha, com desenhos rudimentares pretos. Pareciam- se com mãos escorridas, como se tivesse sido pintada por crianças. Goodwin imaginou que fossem pinturas de guerra. Um outro duende ajoelhava- se à sua frente, os seus cabelos tão compridos quanto a barba negra, e a sua voz rouca falava rapidamente.

- Sejam bem- vindos - cumprimentou o senhor do fogo, dispensando o outro duende com um gesto da mão. - Espero que a viagem não tenha sido demasiado dura para a Princesa Benedita.

Fez uma pequena vénia à Princesa e olhou de lado os seus acompanhantes.
- Este jovem é um dos arqueiros do meu pai. O seu nome é Goodwin, de Helmswella - apresentou- o e Goodwin fez uma pequena reverência.

O Senhor do Fogo enviou servos para preparar quartos para os humanos e, pouco depois, dispensou -os para lá, pedindo que Sweettoes ficasse por mais algum tempo.

- Pequeno guerreiro - ouviu Goodwin o Senhor do Fogo cumprimentar o fado, quando achava que se encontravam sozinhos.

Benedita despediu- se do amado com um beijo na face e deixou-se guiar por uma pequena duende, com longos e enriçados cabelos castanhos cor de trigo e enormes olhos amarelos. O duende que o guiava, pequeno e com bigode, puxou- lhe a capa de viagem, apressando-o.
- Quando acordarem o Senhor do Fogo receber- vos- à, basta que desçam e se apresentem perante ele - disse o duende, abrindo a porta do quarto destinado a Goodwin.

Era uma divisão ampla mas escura, sendo que a única luz existente no quarto era proveniente de partes da parede de rocha que eram mais finas, deixando passar a luz quente da lava a ferver. Havia uma cama grande, encostada a uma parede, e uma mesa grande no centro do quarto. Era circular, feita de um qualquer tipo de vidro, e, no centro, tinha uma grande esfera. O duende desculpou -se e deixou Goodwin sozinho no quarto, com a sua mochila grande e o burbulhar ritmado da lava. Aproximou- se com curiosidade da mesa, tocando suavemente com um dedo no globo. Tinha marcas que Goodwin reconhecia, que vira antes em mapas e coisas que tais, mas apresentava muitos mais reinos do que Goodwin sabia existir.
Excitado abriu a mochila e procurou o livro de Espilce. Sem parar para pensar, sem descrever como chegara aos domínios do fogo, copiou com perfeição o desenho no globo para as amareladas folhas do livro. Depois, cansado, deitou- se com o livro nas mãos, tencionando procurar pequenas histórias que lhe pudessem dizer mais sobre Espilce mas foi vencido pelo sono e adormeceu antes que desse por isso.

A luminosidade no quarto não se tinha alterado, mas Goodwin sentia- se como se tivesse dormido um dia inteiro. Perguntou- se se devia procurar Benedita ou Sweettoes, se devia descer à presença do senhor do fogo ou se, pura e simplesmente, devia descrever a jornada que fizera do condado do ar até às terras do fogo. Puxou o caderno de debaixo da almofada fofa e começou a escrever nas suas folhas.

- Ensina- me, Goodwin, ensina -me! - pediu Benedita veemente quando, pouco depois, partilharam a primeira refeição do dia. - Por favor, Goodwin, ensina- me a fazer tiro com arco!
O jovem arqueiro suspirou e desviou da cara da Princesa um caracol insistente.

- Mas porque quereres aprender isso? - perguntou, tentando negar- lhe o pedido. - Porque precisarias tu de te defender?

- Não te esqueceste de que te salvei daquela sereia horrível, pois não?

- Não... Mas... És mulher...

- Pensava que já tinhas reparado - respondeu com ironia a Princesa Benedita.

- Não é isso... Simplesmente, as mulheres devem estar seguras, cuidar da casa e dos filhos...

- É assim que me vez? - perguntou decepcionada. Teria ela cometido tamanho erro?

- Não, não... Deuses, não... - segurou- lhe as mãos entre as suas e beijou- as. - És a minha princesa e, um dia, em breve, serás minha rainha... Mas não te quero em perígo. Quero saber que estás segura, que, quando eu voltar de onde quer que tenha ido, de quem quer que tenha ido defender, tu ainda lá estás, segura, pronta a me receber.

- Para estar segura preciso de me saber defender - respondeu Benedita, desviando o olhar. Afastou os cabelos da cara e olhou- o seriamente. - Por favor, Goodwin, ensina- me.

Sem saber mais como lhe negar o pedido, Goodwin viu- se obrigado a lhe prometer que a levaria para fora da fortaleza nessa tarde, após falarem com o senhor do fogo, para que tivessem espaço onde treinar. A princesa benedita agradeceu- lhe com um beijo rapido e sorriu. Ouviram- se duas pancadas secas, no chão, vindas de para lá da porta.

- O senhor afna,vm mwvvwl, Senhor do Fogo, que regressa a casa após uma manhã à caça.
As portas abriram-se e o Senhor do Fogo entrou no seu salão, puxando atrás de si uma carcaça de um javali quase tão grande como ele, deixando atrás de si um rasto de sangue e sujidade.

- Onde está o meu bom amigo Sweettoes? - perguntou o senhor do fogo ao avistar os jovens. - Ainda a recuperar da viagem?

- Não, senhor - respondeu Goodwin. - Sweettoes partiu hoje cedo para fora das muralhas, para que pudesse escutar o vento e compreender o que este lhe dizia. Voltará antes do por do sol com novas do castelo.

- Do Castelo, hein? - deixou o javali morto aos seus pés e escalou para o seu trono, sentando- se nele pesadamente. Benedita acenou afirmativamente. - Que novas há do Castelo?

- É por isso que lhe vinhamos falar, senhor... - começou Benedita, a medo. - Sabemos de algo que ainda não se sabe, algo que ainda não se concretizou. A água falou- nos disso, o ar profetizou- nos sobre isso...

- Gostariamos de pedir que o fogo nos apoiasse - terminou Goodwin. - Todo o Reino está em perigo.

- Em perigo, é? - coçou a barba vermelha e aceitou a caneca de cerveja que um pequeno pagem lhe oferecia. - Hm...

- Perigo, senhor - reforçou o jovem arqueiro. - Em perigo de, para sempre, se perder, de desaparecer...

- Porque havia Espilce de desaparecer?

- Há quem procure apenas poder, senhor adlmva avma. Há quem o procure como um naufrago procura terra firme - sorriu para si mesmo. - E eles agora reunem- se, organizam- se. Procuram o livro de Espilce e a Princesa herdeira. Querem toma- los por força e governar Espilce à sua maneira.

espilce

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