Nov 24, 2008 00:12
Encontrei o melhor website de sempre. Chama-se Write or Die. Eu tenho o problema de ser facilmente distraida, mas este website faz com que eu tenha de escrever ou ele mata-me x) É giro. Escevi 1666 palavras numa hora!
40,099:
Uma trompeta soou e várias fadas de cores diferentes circundaram os viajantes, dançando harmoniosamente, as suas asas coloridas brilhando e cintilando.
- A Senhora Starbreeze Dazzledust envia os seus cumprimentos aos jovens que chegam ao seu castelo - cantou uma voz masculina, suave como soprar do vento.
- Receber - vos - a com todas as mordomias a que têm direito - acrescentou uma segunda voz.
- Por isso entrem, entrem e desfrutem do amor da Senhora Starbreeze Dazzledust, ela aguarda - vos.
- Deixem o cavalo com Snowsheen Quickmoon, estará em boas mãos.
Um fado de longos cabelos brancos apanhados atrás num carrapito, preso com um pedaço de couro castanho, olhos brilhantes e roupas justas esvoaçou à sua volta, retirou as rédeas das mãos de Goodwin e esperou que os jovens descessem para levar Brunos consigo.
As fadas rodopiaram mais uma vez e reuniram - se no centro, mostrando - lhes que as deviam seguir. A porta abriu - se perante eles deixando que Benedita e Goodwin entrassem, envoltos numa nuvem de pós brilhantes. Dentro do Palácio tudo parecia mais pequeno, embora espaçoso, branco e azul claro, tão claro como se estivessem numa serra nevada. A trompeta suou de novo, anunciando a senhora das fadas.
- Sejam bem vindos ao meu palácio, jovem Goodwin, Princesa Benedita - a fada fez uma pequena vénia aos dois. - Por favor deixem que vos proporcionemos um quarto, comida e roupa quente. Talvez um banho?
Goodwin sorriu ao pensar em tomar um banho quente, depois de tanto tempo preso naquela gruta e de, depois de salvo, ter podido ainda apenas lavar a cara. Ainda conseguia cheirar a água salgada em si como se ainda estivesse, de certo modo, preso à gruta e a sereia Moura que lá o prendera.
Quando dispensados da presença da senhora das fadas, Goodwin e Benedita foram guiados, por uma fada de curtos cabelos loiros, olhos verdes e asas igualmente verdes até ao seu quarto.
- Não temos muitos visitantes humanos - explicou Moonkiss Sweetgaze, abrindo a porta com um gesto da mão. - Reservamo - lhes apenas um quarto aqui no palácio... Podermos acomodar um de voz num quarto mais pequeno, se não quiserem partilhar este...
A fada parecia seriamente envergonhada por apenas ter um quarto para oferecer aos jovens, mas Benedita sorriu- lhe e fez- lhe cocegas debaixo do queixo.
- Não te preocupes, Moonkiss Sweetgaze - disse - lhe a Princesa Benedita, entrando no quarto. - Goodwin e eu partilharemos este magnifico aposento. Agradece à Senhora Starbreeze Dazledust pela sua amabilidade.
A fada anuíu e partiu numa dança fluída, saltitando no ar, as suas asas batendo velozmente.
- Eu dormirei no chão - declarou Goodwin assim que fecharam a porta atrás de si.
O quarto era grande, luminoso, com janelas que davam para o mais magnífico dos jardins. No centro do quarto havia uma grande cama com lençóis leves e grandes almofadas de penas. O chão estava coberto por uma alcatifa branca, fofa, que fez Goodwin descalçar- se imediatamente, com receio de deixar marcas nela.
- Benedita deixou- o dormir no chão sem protestar, compreendia que ele não quisesse que a sua reputação ficasse manchada por partilhar a sua cama com um homem antes do casamento, no entanto segurou- lhe a mão a noite toda, garantindo- lhe que não sairia dali.
Na manhã seguinte, três fadas entraram no quarto de mansinho, cantando baixinho uma canção suave que, lentamente, se tornou numa música alegre e energica que fez com que até Goodwin, que raramente acordava de bom humor, lhes sorrisse. As fadas, que adoraram ser tão bem recebidas, certamente não tinham público humano diariamente, a quem pudessem alegrar com as suas canções, dançaram, saltaram e rodopiaram pelo quarto, enchendo os aposentos de pós brilhantes. Benedita sentou- se na cama e puxou Goodwin para seu lado, observando deliciada as fadas. Riu- se quando a mais pequena, de longos cabelos pretos e pele escura, embateu contra o maior, um fado de grandes olhos azuis e cabelos cinzentos, começando uma pequena discussão que envolveu estaladas e arranhões, mordidas e puxões de cabelo. A terceira fada, uma jovem fada, com sardas e cabelos ruivos, parou de cantar também e sentou- se em frente à Princesa Benedita e a Goodwin, olhando os outros dois com um olhar recreminante.
Goodwin saltou do lado de Benedita e puxou as fadas, uma com cada mão, pelas asas, separando- as. Elas lutaram contra si, balançando- se no ar, tentando soltar- se.
- Acham que é assim que se tratam os convidados? Acham? - perguntou quando os dois fadas fizeram silêncio. Vuou para perto delas e deu um estalo sonoro em cada uma. - O que é que a Senhora Sweethoney Howrjdan dirá quando souber? O que é que acham que ela dirá? Hain?
Puxou as orelhas dos dois e acenou a Goodwin para que ele as largasse.
- Vamo- nos daqui para fora, que vocês já nos embarassaram o suficiente - disse, levando- os consigo.
As duas fadas choramingaram e massajaram a asa dorida, aproveitando- se da fada ruiva para as levar dali.
A Princesa Benedita riu- se novamente quando as fadas desapareceram.
- Achas isto engraçado? - perguntou Goodwin com um ar desafiador.
Benedita gargalhou e anuíu. Goodwin saltou para a cama, envolvendo- a com os seus braços e fazendo - lhe cocegas.
- Já não é tão divertido, pois não? - riu- se, mordendo- lhe suavemente o pescoço. A Princesa ria- se alto e tentava proteger- se das cocegas rodando na cama. O jovem intensificou as cocegas. - Não é, pois não?
- É! É sim - gozou Benedita, rindo- se.
Ouviu- se um tossir seco e os jovens pararam, embrulhados nos lençois da cama, despenteados, abraçados. Ouviram o esvoaçar de asas e olharam a porta.
- Bom dia, jovens humanos - sorriu a senhora Swenadna aldndnca. - Vejo que dormiram bem e que estão restablecidos da vossa jornada. Peço- vos desculpa pelos meus músicos... Por vezes não se sabem comportar. Já sabem como são, as fadas...
- Oh, não foi nada - disse Benedita, empurrando Goodwin para que ele saisse de cima dela. Penteou os cabelos e ajeitou o vestido. - Foram bastante divertidos, os três. E são optimos músicos.
- As fadas são dotadas da criatividade e têm o dom das artes - concordou a senhora asfnlav adafad. - Posso pedir que vos tragam o pequeno almoço? Ou gostariam de o tomar à minha mesa?
Tomaram o pequeno almoço sentados ao lado da Senhora anavnafa afanlvmd, sentados em bancos por não caberem nas cadeiras. Beberam água de folhas verdes, comeram frutos do bosque, queijo de cabra e doce. No centro do salão um grupo misto de fadas dançou durante toda a refeição, ao som do soave tocar de uma harpa, dedilhada por um fado velho, com barbas longas e cabelos grisalhos. A Princesa Benedita olhava à sua volta fascinada, já tinha conhecido as fadas, é claro, mas nunca estivera no seu Palácio de Vento, era mágico estar ali. Goodwin, por outro lado, tentava decorar tudo o que lhe pudesse ser útil para que, à noite, pudesse escreve- lo no livro de Espilce.
- Quando partem? - perguntou a senhora asannaj ansakn quando acabaram de comer.
- Não sabemos o que enfrentamos, - respondeu o jovem arqueiro. - Mas não queremos trazer problemas aos seus. Partiremos ao pôr - do - sol, para que não nos vejam, e cavalgaremos toda a noite. Se avançarmos de noite e eles de dia rapidamente perderão o nosso rasto. Se tivermos sorte em menos de uma semana desistem de nos procurar.
A senhora adana adanvan levou- os para os seus aposentos, onde várias fadas brincavam dançando enquanto outras pintavam ou bordavam belos vestidos longos, feitos de folhas e flores. A senhora mostrou - lhes que se deviam sentar nas almofadas no chão e sentou - se entre eles no seu trono de vidro.
- O que protegem? - perguntou. - Não fogem ao Rei Aemilius, ou não teriam procurado abrigo na casa de um dos seus concelheiros... Não fogem do reino, ou estariam na direcção errada... O que procuram? O que escondem? O que protegem?
- Nada que não nos pretença por direito - respondeu a Princesa Benedita seriamente. - Apenas procuramos o que nos pode ser útil. Escondemos o que é nosso e nos tentam roubar. Protegemo - lo dos que têm mais ganância do que inteligência.
- Espilce... - murmurou a senhora adakfna FAOQnvdva. - Nunca antes tinha passado as muralhas do Castelo, tinha? Não, não creio... De qualquer das maneiras, o que sei eu, uma simples fada?
- Não, senhora adnanf jownv, nunca antes o livro tinha deixado a protecção do Castelo.
- E porque o autorizou o Rei Aemilius agora? - questionou a senhora adnan FKNKQ com curiosidade. - Não foi certamente por acreditar que o jovem o podia proteger... Nem por achar que o amor do rapaz te era assim tão importante... O Rei Aemilius é sábio, vê coisas que mais ninguém vê.
- Não há outras razões - disse Goodwin, embora ele mesmo começasse a duvidar disso. - O Rei Aemilius mandou- me numa demanda, carregar o livro comigo é apenas uma das obrigações implícitas.
- Ah sim? E esse punhal que levas contigo? Também é parte das obrigações? - a senhora adana jqlwnkf olhava o punhal seriamente. - O que quer que esteja para acontecer, não é bom... Se o livro deixou o Castelo é porque está mais seguro fora das suas muralhas do que dentro.
A Princesa Benedita estremeceu, nervosa. Ela compreendia o que a senhora adknfaf afkna queria dizer com aquilo - o livro de Espilce nunca antes deixara o Castelo. Porquê agora? Goodwin não o poderia proteger melhor do que um exercito inteiro... E o Rei Aemilius, seu pai, ainda não enviara ninguém para a procurar. Alcançou o pendente que tinha ao pescoço, o sol e a lua abraçados, e massajou- o. Não estava quente ainda, por isso não estava em perigo, mas isso não impedia que o Castelo estivesse.
- O que pode estar a acontecer? - perguntou a Princesa Benedita num impulso, guiada pelo medo. - O que sabe, senhora afanvavna? Peço- lhe, diga- me o que ouviu, o que questionou, o que lhe disseram... Trata- se da minha família!
- Família? - perguntou a fada, olhando- a confusa. - O Rei Aemilius não partilhou comigo nada que te possa ser útil, Princesa Benedita. O Rei Aemilius nada diz, nada conta, de nada fala, a não ser que esteja decidido e que não lhe haja outra volta a dar.
Benedita concordou silenciosamente e Goodwin segurou- lhe as mãos, tentando dar- lhe força.
- O Rei Aemilius quis que o livro deixasse o Reino e é isso que eu fiz - disse- lhe num murmúrio. - Vamos continuar a jornada que me foi imposta, vamos para Oeste, para as grutas dos gnomos, e esperemos que, dentro em breve, saibamos novas do Castelo.
- Mas se no afastarmos, se entrarmos nas montanhas quentes, como receberemos notícias do que se passa no exterior? - perguntou Benedita, racionalizando a situação.
A senhora adsfna afkang que ainda os ouvia, ainda que fingisse não o fazer, percebeu que ela os poderia ajudar com aquilo.
- Levaram- nos uma criança, mas eu dar- vos- ei outra oportunidade, pois acredito que nem todos os humanos são iguais. Sweettoes! - chamou a senhora adkna ananfa levantando a voz. Um fado pequeno e rechunchudo, de fartos cabelos cor de palha, olhos verdes e nariz redondo sorriu- lhes. - Sweettoes é um dos meus melhores batedores. Ele levar- vos- à à Fortaleza de Fogo e manterá contacto com o mundo exterior. As fadas escutam o vento, sabem o que o vento lhes diz, compreendem as suas novas. Sweettoes irá convosco até onde quiserdes ir e dir- vos - á o que se passa no Castelo.
Sweettoes fez- lhes uma vénia profunda e depois atreveu- se a beijar a face suave de Benedita e a entregar- lhe uma flor.
- É um pinga amores - desculou- se a senhora aaknvv FKHNFQ, dispensando- os com um gesto. - Eu partirei para o Castelo nesta mesma noite e darei novas vossas ao Rei Aemilius e à Rainha Gaiana. Ninguém mais saberá que aqui estiveram, não por mim, nem por nenhuma das minhas fadas, nem pelo vento.
Os dois jovens agradeceram- lhe a amabilidade e a hospitalidade, a boa comida, as danças e a música, o batedor. Sweettoes quis leva- los a ver o jardim.
- É o mais bonito jardim de todo o Espilce - informou - os excitado. - Tem milhentas flores, todas habitadas por belas e criativas fadas. Os fados não nascem em flores, nem gostam de lá dormir... Não são muito confortáveis. Preferimos as folhas das árvores, que se moldam ao nosso corpo.
Guiou- os pelo Palácio, voando à sua frente, enchendo- os de pós brilhantes. As suas asas douradas pareciam feitas de uma fina camada de ouro em que o sol se reflectia a todos os momentos. Não tinha nada nos pés e Goodwin contou- lhe apenas quatro dedos.
- Venham, venham, jovens... - as portas de vidro que davam para o jardim abriram- se à sua frente. - Não é maravilhoso?
O jardim era enorme, estendendo- se até se o perder de vista, com milhares de flores de cores, formatos e tamanhos diferentes que formavam padrões gigantescos entre o verde da relva e dos arbustos. As flores eram delicadas, grandes, belas.
<3
espilce