Jan 12, 2009 10:07
Sexo com qualidade, que me atrái, me molda, me faz querer suor e instinto da maneira antiga, antes dela. Sexo que não força uma aproximação inexistente, aproximação essa cultivada pela maneira em que ela me olhou, na mesa de um bar insosso, de maneira fria e sexy. Se eu não fosse carne, se eu fosse só fígado, ainda assim o instinto mandaria. Que a personalidade potencializada pelo alcool drogas musica boca cachos dança direciona minhas mãos. Quero mãos que toquem sem saber que tocam, quero leveza dos olhos de corte, quero sorriso cantado. Quero tudo e de tanto querer prevejo que tudo perco. Que o engolir-do-mundo me excita. Paixão dá vontade de viver, de construir. Porque não se destrói nada se algo de concreto não estiver por baixo. E eu vivo de pequenas destruições, vivo de grandes mudanças. Vivo de sorrisos gratuitos em mesas de bar, de pescoços morenos cheirando a praia. Vivo de dúvidas, de opções. E se não há opções, se não há subdivisões, se eu não tenho a chance de falhar, não vivo. Quero ter a possibilidade de um clímax precoce depois de um oral de 15 minutos. Quero ter a possibilidade de preterir o antes desejado. Amor explode em cada canto de pele, em casa ponta de dedo. E o que fica ? Nada fica. Que nada é para sempre, tudo é pr'agora. E o meu 'agora' é tão abrangente que me vejo mergulhada em duas dezenas de férias maternais e uma cabrocha proibida. Proibida, claro, que mesmo que o contexto permitisse menos convenções sociais, a Europa urge e São Paulo não é tão grande-centro assim. São Paulo é só mais uma terra quadrada, uma overdose de cultura frio liberdade libertinagem e sotaques diferentes. E uma melancolia necessária. Que sem melancolia não consigo escrever, sem ansiedade não consigo viver. Sem libertinagem não consigo comer. Verbos soltos que encabeçam frases rarefeitas, frases soltas em teclas amarelas de nicotina. Vergonha de metáforas mal utilizadas em situações virtuais.
cazuza lifestyle