(no subject)

Jul 01, 2006 03:53

No momento felicidade clandestina, sabe-se lá de onde veio? ninguém sabe, muito menos eu; noites refletindo e após algumas (ou seriam várias...) xícaras (cafeína pura zine chegando!) aqui estou. Terminei “O ovo apunhalado” do Caio Fernando Abreu, o mais perfeito de tudo para mim no momento, resumindo minha vida subjetiva aqui dentro, ler todos, ler todos, me aguardam =~, a lista de livros dele. (morangos mofados, ovelhas negras,....). sim. Agora estou lendo “O mundo dos sonhos” do Kerouac (mestre da geração BE[ATitute] hehe...). Sexta-feira encontrei a intercambista dos EUA (Rachel, she´s soooo great! I love her =] too much), conversamos a tarde inteira, tiramos fotos...uma pena que vai ficar no Brasil apenas até Agosto, ´cause she´s trying to learn portuguese but... you know, it´s hard in only 6 months! =P
E tem Brutal Player dia 08. Espero poder ir... (Susan, eu vou dormir na tua casa, esquemãaaao né amiga!), vou tirar fotos (caaaapaz), reencontrar meus amigos, curtir um som fódaaa, conhecer a Burning Brain e a outra banda lá de Panambosta(hehe)... quem viver verá =P
:::: hmm.. heis aqui um pequeno conto feito pela melhor amiga que alguém pode ter...=~ luci, enterna amiga (espero te visitar em breve).Encontrado em meio à caixas, procurando flyers, vi uma folha pouco amassada, com rabiscos de quem conheço muito bem. Me lembra os contos do Caio-não-sei-porque-hm? É uma total insanidade; leiam?

Palavras em tom verdes

O que impede as pessoas de seguirem adiante é a esperança; aquela montanha verde que não sai do lugar e quando sai acaba-se o que chamava-mos de instabilidade... mas como tudo anda tão inconstante (ninguém sabe disso) nós, pré-modernos tão velhos, velhos demais, empoeirados, esperando um novo nascimento. Parados como estátuas de olhos cristalizados por lágrimas de álcool que doíam tanto em nossos olhos e as pálpebras coladas porque esperávamos sempre sermos atacados e insistíamos em assistir o nascimento do sol verde (como as montanhas, sim!) e ele não nascia... então não vimos mais nada e nada adiantaria tentar insistir em algo que o tempo não permite mais que se sinta, não se veja, disfarçando a indiferença mas essa hostilidade é tão irônica como saber que há (ainda!) sentimentos nobres em tempo parado e mistificado, aonde nobre mesmos são os homens gigantes com suas cartolas e seus ratos, sua fumaça, tão cheios de vazio... pisam em flores, flores que choram por querer crescer e não conseguirem porque a vaidade é grande demais e nos movimentamos lentamente como borboletas que ainda não são borboletas em seus casulos. Não nós é permitido ver, e esse cheiro de formol e velhice ajuda a me [des]compor e já não acredito que seja verdade esconder tudo isso como as folhas neste outono em que tudo está demorando tanto para se decompor (até as montanhas verdes!) exceto o reflexo no espero quebrado que não se é visto porque não existe estudo, é muito calculado e a mentira é tanta... não há mau nada a dizer (assim como as pálpebras, a boca está colada) tudo triste e cheio de nada! Esta civilização verde não pode mais ser digerida pelo medo com seus grandes dentes azuis o medo que tem medo de sofrer, de sentir, de sentir o gosto amargo como as lágrimas quando percebestes que os ratos roíam seus livros que continham nada, roíam seus pés, digerindo toda essa mesquinharia e vão para as montanhas verdes se esconder depois. As imagens verdes, mais uma vez... não as vê? Elas sumiram, como sumiram as imagens belas, belas como as borboletas do primário, singular...rio, rio o riso triste, porque a estabilidade acabou e me responda se suportares, não sejas covarde! Peculiar como as borboletas teu medo é leve e doce, doce como o silêncio de uma criança no seu momento mais perfeito: o sono, isso é genuíno demais para sentires, ouça, sentir! Podes sentir ou já foras morto pelo mal-do-século que levou tua vida e ofereceu tua morte tão bela e perfumada, sentistes? A montanha está em cima de ti, de seu túmulo, não, não, em cima de seus sonhos verdes, seu túmulo abstrato e cinza, esse túmulo que como muitos sufocam e guardam sonhos. Verdes!

“quando se quer explicar o inexplicável, sempre fica um pouco piegas”
caio fernando abreu =~~
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