tempo
surpreende-me a miséria do nosso tempo. a miséria que fazem do tempo que temos e a miséria que fazemos do tempo que queríamos ter.
é uma miséria e uma desolação ver tanto tempo de relógio onde cabe tanto tempo de cabeça, serem jogados e atirados, ao chão e ao vento.
porque do meu tempo queria fazer mais letras, mais palavras, mais movimentos parados no tempo e cristalizados na prata. do tempo que não tenho e do tempo que me tiram queria fazer mais assados, guisados e bolos variados. queria fazer o jantar e pôr a mesa, lascar o queijo e abrir o vinho e dar-lhe a noite para escorregar. era nesta noite que queria dar tempo aos amigos, aos abraços e aos disparates, ás conversas e ás coisas com sentido. as coisas que nos dão sentido.
porque sem tempo, e com a miséria do nosso tempo, não há tempo para arranjar vontade e vida para a viver.
é uma miséria e uma desolação ver tanto tempo de relógio onde cabe tanto tempo de cabeça, serem jogados e atirados, ao chão e ao vento.
porque do meu tempo queria fazer mais letras, mais palavras, mais movimentos parados no tempo e cristalizados na prata. do tempo que não tenho e do tempo que me tiram queria fazer mais assados, guisados e bolos variados. queria fazer o jantar e pôr a mesa, lascar o queijo e abrir o vinho e dar-lhe a noite para escorregar. era nesta noite que queria dar tempo aos amigos, aos abraços e aos disparates, ás conversas e ás coisas com sentido. as coisas que nos dão sentido.
porque sem tempo, e com a miséria do nosso tempo, não há tempo para arranjar vontade e vida para a viver.