(no subject)

Feb 12, 2010 15:39





Atravanco-me
Enrolo-me
Docemente em rotundos mistérios
Respira
Vens velejando
Sopra-te com o coração
Sem compromisso
Limos escorregando do teu queixo
Humedecidos com o tempo que não te soube envelhecer
Dança
Tribalizemos-nos
Num tempo sem tempo
Sem lógica
Cheiro a manhã e vejo a noite neste bosque que me acolhe
Tão sensato
Tão sensacional. Imediato.
Psssss.... Ffffffff....
Tu cais.... O bosque....
No meu coração.... Nos meus olhos desnudos... Inevitáveis....
O cheiro a erva doce que me acarinha o rosto
Cócegas na barriga quando tu te espreguiças fazendo um som parecido ao amarrotar de um jornal
Espraias as tuas raízes pela cama de lençóis de geada
Na praia dos sonhos que não se lembra de manhã
Embalados pelo ranger do estômago
...Quando o sol te bate na cara!
E consegues por entre as ramelas de preguiça focar o mundo lá fora
Que reflecte branca vivacidade da manhã que já lá foi
Deixando-te convencer lentamente da inexorabilidade do tempo
Que passa por ti sem te roçar sequer
Porque se esqueceu de ti
E assim tu és fresco e eterno
Imortal e invencível
Nessas manhãs de ronha que se estendem
Até ao fundo do horizonte vermelho-vivo vibrante do tempo
Lá longe....
Lá longe....
Lá....
Vvvvvvvvv....

São estes os tempos que temos para ti.
Bom proveito!
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