Guia prático de como fazer seu próprio livro
Se tem uma coisa que parece praticamente ser um traço da minha personalidade (genética, talvez?) é a paixão por presentear quem eu gosto. Tenho certeza que se eu fosse rica, viveria comprando coisas para todos meus amigos.
Bom, mais do que isso, mais do simplesmente gastar dinheiro com as pessoas, gosto de gastar meu tempo com elas. Às vezes surge algo que eu posso fazer que seja extremamente único, inesquecível e vá fazê-las dar gritinhos, arregalar os olhos ou ficar embasbacado comigo. Freud explica, deve ser algum traço controlador meu, gostar de ver as pessoas presas a mim (mesmo que por segundos) pela gratidão do presente fantástico e único, pelo fato de se sentirem tocadas no tempo e concentração que gastei por elas. No meio disso tudo deve ter também ter algo a ver com sexo e com a minha mãe, já que é Freud.
Alguns amigos já foram agraciados com a minha “generosidade”, eu diria que são os amigos que eu mais amo (e alguns são mesmo), mas também é aquela coisa de inspiração, momento, e datas de aniversário na época certa. Agora imaginem o que eu faço por amigos, como
isso,
isso,
isso,
isso e
isso, só que agora aplicado na minha vida romântica, para o caro Sr. Rapouso.
Claro que escrever fics está fora de questão, afinal, ele mal suporta ouvir falar mais de Harry Potter, e como conheço-o com a palma da minha mão, posso inventar um pouco mais na hora do presente.
Eu lembro que a minha primeira demonstração foi um vídeo feito tipo num movie maker com fotos nossas. O projeto começou na época que tínhamos três meses de namoro e foi finalizado para o aniversário de seis meses, quando já havia fotos suficiente. Pensa bem, isso foi há cinco anos atrás, eu não sabia fazer muita coisa no computador ainda, ok? Mesmo assim, foi desse projeto que meio que ganhamos a nossa música de namoro, porque o ritmo e a letra são perfeitos! embora o clipe seja um cu
Hoje em dia o cd deve estar jogado em algum canto obscuro do quarto do Sr. Rapouso, se a empregada ainda não jogou fora... Depois, o outro presente que eu me lembro foi uma espécie de predecessor do que eu dei nesse dia 12. Foi um pequeno conto (que infelizmente não tenho digitalizado) chamado A yaoukai e o Robô ou algo assim. Acho que ainda tenho o começo do conto escrito em um caderno. A história é bem interessante, conta sobre uma garota que havia se tornado um youkai (espécie de demônio/semi-deus japonês) e um robô em uma cidade futurística que acabam por se apaixonar. Não preciso dizer quem era quem nesse conto, não é?
Bem, era um conto pequeniniho, com uma capa feita apenas de um papel mais grosso, com uma foto nossa + o título.
Só que desde, sei lá, começo do namoro, eu falava para o Sr. Rapouso que escreveria um livro para ele, um livro onde ele fosse o personagem principal e vivesse num mundo de magia. Um livro que explicasse a atual aversão dele pela idéia de magia. Porque toda a aversão só podia significar que um dia ele vivera num mundo onde só havia magia e ele era uma merda nisso, então ficou traumatizado.
Foi aí que nasceu Eu & Você, meu primeiro livro =P
O plot estava na minha mente há anos, e a história havia começado a ser posta no papel word desde o ano passado, quando pretendia entregá-la no aniversário de quatro anos. Infelizmente o tempo e a inspiração não ajudaram, e agora, quase um ano depois, infinitamente diferente, finalmente ficou pronta. No meio disso teve uma formatação de computador que me fez crer que eu havia perdido tudo e um posterior rencontro da maior parte da história em um pendrive perdido por aí.
Agora vem a parte principal desse post, todo o resto foi apenas uma introdução. Há muito tempo eu queria fazer algo grandioso, algo que tivesse mesmo cara de livro. E para esse 12 de junho eu resolvi que colocaria o plano em prática. Tudo começou com uma pesquisa de campo, fui na gráfica aqui perto de casa e perguntei se eles faziam livros, o pessoal me mostrou uns modelos que eu achei bem chinfins. A encadernação era idêntica a que eu havia feito para o conto d'A youkai e o robô. Então fui até a papelaria e investiguei que tipo de material eles tinham para produzir um livro. Desde capa a folha em si. Saindo de lá eu tinha um esboço de como fabricar um livro. O resto da semana anterior eu passei olhando capas de livros por aí, bolando como eu faria a minha.
No fim, o material principal escolhido, que estava me deixando na dúvida, para fazer a capa dura do livro, foi o papel couro:
Ele parece uma espécie de papel reciclado super grosso, é bem duro e pouco maleável. Tá mais para papelão que para papel em si.
Agora, para cobrir esse papel (ou você achou mesmo que ele iria aparecer?) eu fui até a gráfica aqui perto de casa e imprimir esse arquivo aqui:
Que nada mais é do que essa foto, editada a exaustão no gimp, até ficar com cara de ilustração:
Sim, eu sei que a foto original é mil vezes mais bonita e que a "ilustração" não ficou tão fiel assim, mas dêem um desconto u,u
Claro que, em uma folha branca ficaria completamente sem graça e nada interessante, então, pus para imprimir em uma folha vermelha. Não que signifique amor, é só que vermelho é a minha cor ;):
Isto feito, peguei cartolina vermelha (infelizmente um pouco mais clara do que a folha usada pela gráfica) para cobrir a contra-capa do livro:
Bom, como a história, apesar de no word ter 41 páginas e eu estar pretendendo imprimir em folha A5, não teria muito volume para fazer um livro decente, por isso mesmo, na hora de escolher uma folha para a brochura em si, preferi pegar uma folha grossa e estilosa. Juro que pensei seriamente em levar um folha dourada que eu vi, ia ficar SUPER mágicow! Só que era muito cara... anyway, minha escolha final foi essa aqui, porque amo livros com folhas amarelas, dão todo um toque cool:
Bom, material de base todo pronto, hora de por as mãos na massa. Primeiro, eu ia fazer um livro com folha A5, por isso cortei uma folha qualquer no meio, pus sobre o papel couro e tracei uma espécie de borda em volta da folha e cortei. Essa foi a parte fácil. Pense comigo, um livro precisa ser aberto, e o papel couro é muito grosso, então, usando um livro antigo da minha mãe de capa dura como base, comecei a bolar como seria o meu livro:
Repare bem, o livro tem aquela parte no canto meio rebaixada, que é a "dobradiça" dele. Sendo assim, com um canivete em mãos eu calculei uma margem a esquerda e comecei a fazer uma "vala" no papel. Vala feita, percebendo que ela realmente funcionava, tava na hora de cobrir o papel couro com a capa de verdade. Para tanto, tive que ter certeza como eram feitas as capas dos livros de capa dura. Por isso cometi o crime de semi-desmebrar o livro da minha mãe para desvendar o segredo :X
A parada é bem simples, pegue o papel, passe cola bastão (para não enrugar), ponha sobre a base dura, dobre o papel até ele ganhar o formato da base, cole o excedente para dentro. O acabamento final é uma folha da mesma espécie usada no interior do livro, grudada por cima, para esconder o arremate e o material usado como base:
Fazendo o mesmo processo para a capa e contra capa, hora de investir na parte de dentro, ou seja, nas folhas. Primeira parte, passar tudo para o Adobe PageMaker e formatar as folhas, não serve o Word (pelo menos para mim) porque o Adobe é lindo e já trabalha as margens levando em conta que a folha será impressa frente e verso, e isso é ideal na hora de bolar uma publicação decente. Depois, vem o trabalho de cortar as folhas necessárias em dois, para passar de A4 para A5:
Então, voilà! Basta só imprimir que você tem mais o menos isso aqui:
Agora, temos capa, contra capa, e conteúdo. Como colocar tudo junto? A minha idéia foi muito simples, fui até a gráfica e pedi para eles furarem o livro e suas folhas como se fossem colocar espiral. Claro que, o livro não ia ser com espiral, ficaria toquíssimo. O plano era só utilizar os buracos das espirais.
Sendo assim, peguei uma tira de couro e comecei a costurar o livro. Eu ia usar couro marrom, e ficaria lindo, mas o marrom era muito grosso e não passava pelos buracos, por isso tive que usar o azul. Ainda assim, acho que ficou estiloso.
Eu sei que faltou couro, mas era o que eu tinha. Foi o melhor que consegui =/
Depois disso, só achar a caixa perfeita, uma fita branca, um tutorial na internet e voilà, temos um presente!
Agora, para encerrar, a hora do vamos ver, quele frio na barriga e a dúvida. Ele vai gostar? Como ele vai receber o presente. Bem, por hora eu não, estou esperando ele terminar de ler. Mas já ouvi um elogio dizendo que é envolvente e que lembra um pouco Colin Cosmo. E bem, verdade seja dita, Eoin Colfer é inspiração na hora de escrever qualquer história que misture magia e tecnologia.
Fiquem agora com o primeiro leitor do meu primeiro livro ;)