Oh, It's love

Jun 20, 2007 19:19

Eu escrevi uma fic hoje para a Ju e como eu sou legal resolvi postá-la aqui :)

Oh It's love.
Ju&Seb.
Shortfic.



Oh It's Love

Estava nervosa. Não tinha como não estar. A última semana não tinha sido boa para nenhum dos dois. Brigaram quase todos os dias em que se viram por motivos cada um mais bobo que o outro. A última briga tinha sido feia. Para ela, ele não parecia se importar com o relacionamento dos dois. O acusou de não ligar se a via duas ou cinco vezes por semana, de enganá-la quando dizia que o que ele sentia era verdadeiro. E quando ele tentou dizer algo, ela saiu nervosa do restaurante onde estavam, sem nem ouvir o que ele queria falar.
E, depois de tudo, Sebastien havia a chamado para sai essa noite. Porém, havia sido muito frio no telefone. Apenas dissera ‘Me encontro no Chanteur Bar hoje à noite, nós temos que conversar’. Quando ela aceitou ir, ele respondeu friamente ‘Ok, te vejo lá’, e desligou, fazendo o coração de Juliana bater cinqüenta vezes mais rápido. Não sabia o que ele queria dizer, mas não parecia ser coisa boa.
Nem havia dito ‘te pego as oito então’. Não. Apenas ‘te vejo lá’. Eles não iriam juntos como tinha sido desde o primeiro encontro. Não. Iriam sozinhos e se encontrariam lá, como dois amigos. Não como um casal.
Havia alguma coisa diferente nele dessa vez. Não tinha o tom fofo em sua voz, como normalmente tinha. Ainda mais quando falava com sua namorada. Ou sobre ela.
De repente Juliana sentiu tudo esfriar ao seu redor. Suas mãos suaram frias e tremiam levemente. Sentou-se na cama, sentindo lagrimas querendo sair pelos seus olhos. Tentava pensar o que o namorado provavelmente queria dizer, e não sabia qual das opções era menos dolorosa. E a que parecia mais provável era Sebastien querer terminar o namoro de dois anos e meio. O motivo? Ela não conseguia achar um. Talvez as freqüentes brigas... ou talvez tenha encontrado outra pessoa.
Foi só pensar nisso para não conseguir impedir o choro. A idéia de perder o único cara que realmente amou em toda vida era mil vezes pior do que quando se mudou para o Canadá há três anos, deixando todos os amigos e familiares. Até porque, ao chegar em Montreal, logo conheceu Sebastien então nunca se sentiu sozinha, por mais que sentisse falta das pessoas que deixara para trás no Brasil.
Começou a se lembrar do primeiro encontro. De como Sebastien havia a levado para o maior Burger King da cidade e haviam comprado duas batatas grandes, e as jogaram sobre a bandeja comendo-as enquanto conversavam sobre Friends e Harry Potter. Ela não conseguira beber todo seu refrigerante de 500ml e ele então o tomou para ‘não desperdiçar o dinheiro gasto’, como ele era mesmo dissera.
Ele depois a levou até a porta de casa, mas ao contrário da quase tradição de se beijarem na porta no primeiro encontro, o primeiro beijo dos dois havia sido na cozinha da casa da garota. Ela o ofereceu um café para encerrar a noite, porém foi surpreendida quando ele, que até então a esperava sentado na sala, foi até ela e a beijou, como se esperasse por isso a vida inteira.
Não podia acreditar que ele queria dar um fim no relacionamento dos dois. Depois de tudo que passaram, era impossível pensar nisso. Depois de todas as sessões de filme de terror na casa dele, que no final, ela acabava encolhida de medo enquanto ele a abraçava e a dizia que era só um filme, que nada daquilo realmente aconteceu. Ou os dias que eles iam fazer compras juntos, e brigavam porque ela queria levar mais biscoitos e besteiras do que coisas saudáveis. Ou das patinações na neve no inverno. As viagens que fizeram com os amigos e ficaram juntos naquele pequeno chalé no campo que alugaram. Os planos para irem para o Brasil apresentá-lo para seus pais. As vezes que ela tentava ouvi-lo tocar algo que compunha escondido, já que ele dizia ter vergonha de deixá-la ouvir.
Levantou e foi até o banheiro lavar o rosto. Se ele quisesse terminar, que terminasse então. Não iria demonstrar fraqueza. Se ele encontrara outro alguém, que fosse feliz. Ela também seria, não importava se era com ou sem ele. Ela o superaria.

Chegou cinco para as oito no local combinado. Tentava entender porque ele havia marcado para conversar em um karaokê bar. Ás vezes ele achou que, se terminasse entre tanto barulho, seria menos doloroso. Não importava, ela estava pronta para qualquer coisa.
Procurou por ele nas mesas, mas ele não estava ali. Estranhou, afinal, ele costumava ser bastante pontual em seus encontros. Foi até o anfitrião e perguntou por Sebastien Lefebvre. Ele disse que ele não havia chegado, mas que a mesa estava reservada. A levou até a mesa que ficava em frente ao palco. “Ótimo lugar Sebastien” pensou irônica, sentando-se na cadeira à frente ao palco.
Olhou o relógio no pulso: 8:01. Olhava ao redor e nada. Chamou um garçom e pediu uma água sem gás. Sua garganta estava seca pela ansiedade. Verificava o relógio a cada dois minutos. Procurava ao redor pelo namorado. Ex-namorado. Que fosse.
Já eram 8:10 e ele não havia dado sinal de vida. Ela batia a perna ainda mais ansiosa do que antes. Pelo menos não havia ninguém cantando, o que a deixava mais calma. Ansiedade + uma pessoa desafinada, definitivamente não era a melhor coisa no momento.
Verificou o celular. Nenhuma chamada não atendida, nenhuma mensagem de voz e de texto.
Ótimo, levara um bolo!
Decidiu esperar mais dez minutos e se ele não aparecesse, então iria embora. E ele que se atrevesse de ligar para ela. Ouviria poucas e boas.
Passados cinco minutos, um garçom veio até ela. “Agora vão me mandar ir embora, porque tem gente na fila e eu não estou consumindo nada. Ótimo!” pensou.
‘Juliana?’ ele perguntou. Ela estranhou. Como ele sabia o seu nome? A reserva estava no nome de Seb, não no dela!
‘S-sim?’ ela respondeu com a voz fraca.
‘Pediram para te entregar isso’ ele pegou um pequeno papel dobrado e com um pequeno laço dourado o prendendo, e a entregou com cuidado. Ela o agradeceu e ele saiu, deixando-a novamente sozinha.
Ela encarou o papel por alguns segundos antes de abrir. Reconheceu a letra e sentiu suas mãos ficarem trêmulas novamente.
‘I’m not fooling, this feeling is real’.
Ela releu o bilhete duas vezes e ouviu o som de um violão. Olhou para o palco em sua frente e viu Sebastien em pé, de frente ao microfone segurando um violão. O seu Sebastien.
Ele não disse nada, mal a olhou, e começou a tocar. Ju reconheceu a música desde a primeira nota:
‘She said “I've gotta be honest, you're wasting your time if you're fishing round here”. And I said “you must be mistaken, ‘cause I'm not fooling, this feeling is real.” She said "you gotta be crazy, what do you take me for? Some kind of easy mark?”’ Ele começou a tocar e cantar, atraindo os olhares de todos aqueles que estavam ali. Juliana nem sequer piscava.
Ele estava cantado a música dos dois. Estava cantando a música deles para ela, no meio de toda aquela platéia.
‘“No, you've got wits, you've got looks, you've got passion, but I swear that you've got me all wrong. All wrong, all wrong, but you got me’ Ele continuou a cantar.
Ele começou a olhá-la com um sorriso no canto do lábio. Seus olhares se encontraram pela primeira vez naquela noite e Juliana sorriu, involuntariamente, de volta para ele. Olhava fundo naqueles olhos azuis, como na primeira vê que se viram.
‘I'll be true, I'll be useful, I'll be cavalier, I'll be yours my dear and I'll belong to you if you'll just let me through” ele continuava com o doce sorriso, e Ju sentia um frio na boca do estômago como nunca sentira antes. ‘This is easy as lovers go, so don't complicate it by hesitating and this is wonderful as loving goes, this is tailor-made, what’s the sense in waiting?’
Ele parou de tocar de repente. Todos começaram a olhá-lo sem entender, e Ju idem. Ele apontou para ela na mesa e disse no microfone:
‘Leia o outro’.
Ju olhou assustada para a mesa e tinha outro papel, igualzinho o outro que recebera antes, nela. Porém o laço dessa vez era vermelho e tinha um pequeno coração no meio. Não tinha visto como ele chegou ali, mas não importava agora. Ela o abriu sob olhares curiosos, e leu as palavras escritas naquela letra tão conhecida:
‘I've gotta be honest, I've been waiting for you all my life’
Ela sentiu lágrimas em seus olhos novamente e não conseguiu as segurar. Voltou a olhar Seb, que dessa vez não segurava mais o violão. Ao seu lado estava um amigo dos dois, Jeff, com o instrumento que antes estava com o outro. Seb olhou para Jeff e balançou a cabeça afirmativamente.
‘And I said “I've gotta be honest, I've been waiting for you all my life”’. Ele deu uma pausa na música e tirou o microfone do suporte.
‘For so long I thought I was asylum bound, but just seeing you makes me think twice’ Ele começou a caminhar em direção a mesa da namorada ‘And being with you here makes me sane, I fear I'll go crazy if you leave my side. You've got wits, you've got looks, you’ve got passion but are you brave enough to leave with me tonight? Tonight, tonight, but you’ve got me’
Ele agora estava em frente à mesa reservada para os dois. Deu a volta na mesa e se ajoelhou em frente a ela. ‘I'll be true, I'll be useful, I'll be cavalier, I'll be yours my dear’ ele limpou as lágrimas que insistiam em sair, no rosto dela ‘and I'll belong to you If you'll just let me through’.
Ele terminou de cantar e deixou o microfone, desligado, em cima da mesa. Todos pararam para assistir aquilo. Inclusive os garçons, que sabiam disso o tempo todo. Jeff parou de tocar e ficou silêncio absoluto ali:
‘Me desculpa de algum dia te fiz duvidar o que eu realmente sinto por você. Talvez eu não seja a melhor pessoa quando estamos falando em se abrir em um relacionamento, mas saiba, minha pequena, que eu nunca menti para você. Todas as vezes que te disse que você é a pessoa mais importante na minha vida, é porque é verdade. Todas as vezes que eu te abracei no meio de um filme de terror, não era para depois te zoar por você ter medo. É porque eu quero te proteger de todas as coisas ruins nesse mundo. Todas as coisas que você tem medo, tudo que possa um dia te fazer mal. A idéia de te ver machucada é uma das piores sensações do mundo. E eu acabei te magoando a semana inteira por coisas bobas.’
Ele tocou a bochecha da garota, acariciando-a.
‘Você é a pessoa mais importante na minha vida, pequena. Acredite nisso. Eu te amo mais do que eu jamais possa demonstrar. Eu posso cantar todas as músicas mais lindas do mundo e elas nunca serão um terço do que eu realmente sinto por você. Amar você é o melhor sentimento do mundo. Te ver todos os dias com esse sorriso lindo no seu rosto, me faz o cara mais feliz do mundo. Ninguém é mais sortudo do que eu, porque eu tenho a melhor namorada do mundo. E eu espero que um dia eu possa retribuir todas as coisas maravilhosas que você já fez por mim’ ele terminou de dizer, com um sorriso.
Juliana tentava controlar o choro, mas percebera que era inútil. Como pôde pensar que ele queria terminar? Sebastien não era como os outros homens. Ele era especial. Ele sabia como fazê-la esquecer tudo ao redor e só ter olhos para ele. Era assim há quase três anos. Não seria agora que ia mudar.
‘Me desculpa por ontem, prince’ ela disse abrindo um sorriso. ‘Eu não devia estar pensando direito’ continuou, agora limpando as lágrimas nas bochechas. Não estava chorando mais.
‘Ta tudo bem. Desculpe-me também por tudo que eu fiz essa semana. Eu odeio brigar com você, odeio te ver chateada comigo e odeio te ver duvidando de mim. E eu prometo que vou melhorar, implicar menos com coisas bobas e me preocupar mais em te fazer a pessoa mais feliz do mundo, porque você merece’ ele disse pegando a mão da garota.
‘Nah’ ela balançou a cabeça negativamente ‘Eu já sou a pessoa mais feliz do mundo, Seb. Porque eu tenho você na minha vida. E acredite, isso faz tudo muito mais bonito e colorido’ Ele abriu um sorriso maior do que todos que tinha dado aquela noite. ‘Eu amo você, pequeno. Mais do que tudo nesse mundo’
Seb se aproximou e selou seus lábios nos dela. Ela sorriu ao senti-los e retribuiu o beijo. Puderam ouvir cochichos de todos os lados do lugar, mas eles não se importaram.

Essa noite era sobre os dois. Apenas sobre os dois.

Sugiro ler ouvindo a música, fica mais legal. Ou não. Tanto faz.

fic, ju, seb

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