Feb 17, 2010 15:56
Entra-me Londres, a minha Londres, a que deixei para trás há mais de dez anos, de rompante pela vida dentro novamente. E isto é extraordinário porque pensei que não ia ter mais Londres, não aquela - é que quando a deixei, não se usavam telemóveis, não se usava internet, não se tiravam fotografias. Uma despedida era quase certamente definitiva (e em muitos casos vai mesmo ser, não duvido).
Com o regresso desta Londres, vêm as perguntas.
O que eu era.
O que eu queria com 20 anos.
O que sou hoje e achei que nunca seria.
O que fui e não sei como.
Entram as pessoas e o que querem saber do que fiz na última década.
E gosto disso sem ter a certeza se quero ou não responder às perguntas. E respondo às perguntas sem saber se gosto ou não.
É só quando olho para o armário onde estavam guardadas estas pessoas e a vida toda que lá deixei que me apercebo que aquelas roupas, são as que guardo só por carinho, sabendo já que não volto a vesti-las. Aquela cara já não é a minha. Sou eu, mas não sou eu.
Não sei se tenho pena de já não ser assim, se fico feliz por ter alguma vez ter conseguido abraçar tanto o mundo como o fiz com estas pessoas, na nossa Londres.
Uau. Que coisa.