Hoje apareceu por aqui, direto de
Brasília, uma carta muito querida, toda ornamentada n'um clima Potteriano que não me é nada familiar - e que em outras ocasiões eu simplesmente desprezo. Junto com ela alguns cartões postais que ajudaram a colocar a cereja no topo de um dia irritantemente quente, mas de pequenos grandes acontecimentos. E coincidências. Horas antes do carteiro chegar eu já havia decidido abrir a penúltima gaveta do meu guarda-roupa. Nela guardo todas as correspondências que recebi desde... o final dos anos 80? E fiquei lá, sentado no chão, dedilhando antigos cartões de natal, lendo uma vez mais velhas cartas de amor, revisitando cidades, reencontrando Marianas, Robertas, rapazes cujos nomes não se repetem e todas as antigas queridas pessoas internéticas que não me atrevo aqui citar pela certeza de que, calados e distantes, continuam acompanhando meus dias. Restaram apenas inusitadas sensações provocadas por sentimentos que na maior parte das vezes sobrevivem engavetados. Ou nas palavras do
Holden: Don't ever tell anyone anything, or else you'll wind up missing everybody. Que merda!