O sábado

Jun 10, 2015 16:39


Acordei e fui ver a obra no Furadouro que dura há três anos e chorei com a situação com que me deparo. Azulejos e mar não combinam.
A correr, pego no carro e sigo para Ovar para, com a mulher mais bonita do mundo, ir ao Festival da Rádio Faneca, em Ílhavo. Em Aveiro, a mulher mais bem disposta do mundo apanha-nos na sua 4L, a mandar cenário, e vamos almoçar ao Ramona hambúrgueres brutais enquanto víamos um documentário sobre pedofilia no seio da Igreja, e tornávamos o nosso vocabulário um léxico de referência aos vídeos da Beatriz Gosta, com a qual andámos obcecadas e fascinadas desde que a descobrimos durante a semana.
Em Ílhavo, chamam-nos para um percurso pelas suas ruas e becos, onde uma moça nos conta histórias sobre a cidade, as suas gentes, e a pesca do bacalhau. Havia um bacalhau de borracha, um instrumento que trazia tempestades, e um outro que tinha o mar dentro dele. Enquanto ela dançava, eu ditava o ritmo das ondas e a intensidade com que batiam na areia. E, Helloou!, tanto homem bonito em tão poucos metros quadrados.
Estava na hora d'O Martim, um jeitoso pintoso e com mania, com musiquinhas que, apesar de tudo, faziam bater o pé.
Seguíamos para ver o Peixe a tocar, em cima do balcão de uma drogaria, músicas que fazem lembrar Paris, Texas de Ry Cooder. Aqui, instaladas na rua, com uma cerveja na mão e o sol nas costas, comentávamos como todos os fins-de-semana deviam ser assim, com coisas bonitas para fazer, bom tempo, boa disposição, e sol para aquecer a alma.
Eis que de repente, Beatriz Gosta na parada! Ali, na rua, ao vivo e a cores, à nossa frente. Pela primeira vez nos meus 30 anos não me controlei, e pumba, foto com a celebridade.


De seguida, toca que beber para acalmar, que o nerboso era tanto que tremíamos. Fangirling ao máximo.
De volta a Ovar, festejar o aniversário da minha mais que tudo, com bolo brigadeiro de chocolate e creme de leite condensado, adornado com as viciantes velas que fazem estrelinhas faíscantes, e regado com vinho tinto. Literalmente. Às tantas, Liliane Raquel, emocionada pela adrenalina e pelo álcool, perde o controlo do copo, que mais parecia um balão da Capadócia, e mancha a sua t-shirt fabulous, e branca. Logo um belo dia estragado! Contudo, havia salvação, que diz que vinho tinto sai com o irmão veranil, o vinho branco. Regresso a casa e preparo as operações. Pacote de vinho de cozinha em cima da mesa, bacia, e t-shirt na bacia, pronta a receber um banho de vinho branco até ficar como nova. Abro o pacote e despejo o vinho, à ganância. Melhor ficar bem  encharcado, para penetrar melhor. E penetrou, e encharcou, e eu tive um ataque de loucura, de grito profundo, seguido de riso histérico, porque o pacote era de vinho tinto.
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