Escritor

Apr 16, 2005 14:37

O escritor da mão calejada.
O escritor treme treme, a mão agita a ansiedade criativa em frenesim, ora vontade de escrever ora o medo de nada dizer. Inquieto o espírito que tilinteia entre os dedos, as palavras soltas nas pontas da mão, a sudação irritante.
A folha em branco, a ilusão fantasista, as probabilidades que se abrem, as portas que se fecham.
Ou a musa e o amor, ou a dor.
Motivação vs inspiração, qual vontade, a anedonia fingida!
Máscara após máscara, inúmeros papéis, qual o seu?
Os rituais, hoje, as leituras vazias, as palavras, a métrica, a gramática, a morfologia, a sintaxe. Tudo isto simples, tudo isto linear.
as pipocas, o onirismo, o consumo, a sobrevivência, ou a arte?! entra na minha cabeça, entrem nas vossas cabeças, a estrutura elíptica, a inversão lógica, arrebato linhas página a página, em busca da originalidade esquecida a verdade fingida, fazer crer, acreditar em quê? ou porquê? A folha em branco, a mão a tremer... tudo ficção, romance, personagens a meu lado, eu diverso no papel, múltiplos eus, múltiplas vozes, a saciedade, o hedonismo, a experimentação e no final o real concreto, a exigência de ninguém lê.
A natureza, o real, o surreal, o anti-real... sentado, horas e horas, noite e dia, com a mão a tremer, a cabeça a gemer, balanceando os impulsos, controlando os expulsos, grande ideia um texto sobre um ecritor, querer ser e não ter metade para chegar ao outro lado, do imaginado escritor da mão calejada.
Previous post Next post
Up