Intermitente

Feb 27, 2009 23:47



És sombra,

a possibilidade que não vai acontecer,

mas que ainda assim toca de leve esta alma que no sossego encontrou abrigo.

Chegaste de noite,

no momento que o relógio iniciava a contagem decrescente.

Um dia irás partir,

e ainda assim os teus passos discretos, calmos,

sussurravam sobre uma presença, que ainda hoje é súbtil, mesmo que suas linhas sejam bem definidas.

Como se uma sombra fosse mais que um borrão escuro na claridade de uma vida!

De um castanho quase verde,

o tom que facilmente engana quem com sentimentos se quer ocupar,

não percebi naquele instante a importância do aviso

e agora talvez não vá a tempo.

Assombras as horas pares,

as ímpares controlo eu,

fica mais fácil quando cá dentro só acontece o que deixo acontecer.

Porque existem segundos que ainda cabem na ilusão,

intermitentes,

e que à meia noite dão vida às palavras.
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