Tìtulo: Sand In Our Shoes
Autora: Mô-chan
Bandas: Dir en grey, Kagerou, Merry e MUCC.
Casal: KyoxGara, TatsurouxDaisuke.
Gênero: ...existe a opção “viagem mental da autora”? 8D
Classificação: PG-13
Sinopse: O quarteto de vocalistas vai à praia...
Capítulos anteriores:
01 XXX
Capítulo 02
XXX
- Você sabe que nem todos os hotéis aceitam animais de estimação, ne?
Ele assentiu.
- E você não gostaria de deixá-lo trancado num quarto, sozinho - ou, pior ainda, com Tetchi - quando nós quatro sairmos, ne?
Ele balançou a cabeça negativamente.
- ...então. A gente pode deixá-lo num hotel pra animais de estimação. Talvez haja outros furões lá com os quais ele possa brincar. - Kyo disse, ainda que ele mesmo não acreditasse na possibilidade de haver tantos furões num único local.
Gara ficou olhando para Katsuo, que brincava com a manga de sua blusa, completamente alheio à possibilidade de passar alguns dias longe de seu dono - outra vez.
Kyo bocejou; eram cinco e meia da manhã e seu relógio biológico tentava adaptar-se ao fato de estar acordado havia mais de meia hora. - Nós podíamos deixá-lo com alguém... ah, o Shinya gosta de-
- Ele tem um cachorro e um gato em casa. Quero que Katsuo esteja vivo quando eu voltar.
- ... - Kyo esfregou os olhos, tentando pensar em uma alternativa. - Quem cuida dele quando você está em turnê?
- A nossa vizinha, que foi viajar também. Esqueceu?
O loiro ergueu uma sobrancelha, percebendo o começo de um mau humor na voz do outro. - ...desculpe se faz menos de um mês que eu me mudei pra cá, sendo que durante a maior parte desse tempo eu estive em turnê e por isso nem vi essa mulher.
Gara ficou sério; manteve o olhar fixo no furão e fez um afago no pêlo dele.
- Que tal o Nero?
Ele teria rido se fosse de seu feitio.
- ...ninguém da sua banda?
Um movimento negativo de cabeça.
- Que tal o Toshiya? - e Kyo interrompeu a si mesmo: - Se bem que ele se distrairia muito facilmente. Hm... e o Kaoru?
Gara finalmente ergueu os olhos para Kyo, como se perguntasse: “ele gosta de animais?”.
- Bem... - e Kyo mordeu a língua pra não dizer “ele gosta do Die”. - Ele é o líder, ne. Responsável... blá, blá, blá. Mas seria uma boa forma de se distrair, e acho que o Die também gostaria da idéia.
Gara não fez perguntas sobre porque Die havia sido mencionado, mas pareceu acomodado com a perspectiva de deixar Katsuo aos cuidados do líder de Dir en grey.
XXX
- Então, é só dar comida a ele?
Kyo sorriu com um tanto de diversão ao ver o jeito como Kaoru olhava para o bicho atualmente em suas mãos. - Água também.
- Tá, você entendeu. Algo mais?
- O Gara fez uma lista de recomendações... - e o loiro exibiu uma careta ao entregar o pequeno pedaço de papel ao mais velho, que assentiu depois de passar os olhos nele.
Agora solto, Katsuo começou a fuçar nos móveis da sala, numa tentativa de reconhecimento de território.
- Você vai ficar me devendo essa, Kyo - o guitarrista avisou, seguindo a pequena bola de pêlos com os olhos. - Mas só o fato de te ver acordado a essa hora já vale a pena.
- Mas o que é isso...? - uma terceira voz pôde ser ouvida, assim como passos que cessaram ao se deparar com Katsuo. - Hey, amigão. O que você faz aqui? - e ele pegou o furão no colo, deixando que o bicho esfregasse o focinho em seu torso descoberto. - E você, Kao, por que saiu da cama?
O líder revirou os olhos diante da falta de senso de Die, que parecia não ter percebido a presença do vocalista diante da porta aberta. - Este é Katsuo, Die. O bichinho de estimação do Gara - Kaoru explicou, vendo que o ruivo já interagia com o bicho.
- Pensei que o Kyo fosse- ah, Kyo! Você está aí - o ruivo disse, com um sorriso largo no rosto. Entretanto, o que ele quase dissera não passou despercebido pelo vocalista. - Veio trazê-lo, certo? - perguntou, referindo-se ao furão que agora tentava alcançar seu cabelo.
Kyo apenas assentiu, rolando os olhos quase do mesmo jeito que Kaoru havia feito anteriormente. Ambos, vocalista e líder, riram brevemente.
- Mas não são nem seis horas da manhã-
- Já ouvi o bastante sobre ter acordado cedo, Die. Não faça com que eu me arrependa - Kyo o interrompeu, e então voltou a dirigir-se a Kaoru: - Obrigado. Tenho que ir agora, antes que aquela dupla de malucos chegue lá em casa.
XXX
E a tal dupla já estavam com o carro estacionado diante do prédio em que Kyo e Gara moravam quando o loiro retornou, às seis horas em ponto. Ele acenou para os dois da janela, ambos escorados contra a lateral do carro de Tatsurou, e entrou na garagem, reaparecendo na portaria alguns instantes depois.
- O Gara já sabe que vocês estão aqui?
- Hai. Ele ia descer com as coisas daqui a pouco - Daisuke respondeu, com um cigarro na boca.
- ...e por que vocês não foram ajudá-lo?
- Porque pensávamos que você estivesse lá em cima - o moreno disse o que lhe soava como o óbvio, passando o palito de tabaco a Tatsurou. - Onde você estava?!
- Fui levar Katsuo à casa do Kaoru. Vou lá pra cima agora; a gente conversa depois. - e Kyo adentrou o prédio, pegando o elevador para se encontrar com o integrante que faltava.
- ...conversar? Você viu só a cara de sono dele? O Kyo vai dormir assim que entrar no carro - Tatsurou disse, devolvendo o cigarro a Daisuke depois de dar algumas tragadas.
- Não é como se ele fosse falar muito se estivesse acordado, mesmo - o moreno respondeu, encolhendo os ombros.
O mais alto apenas riu, e olhou em volta, vendo que quase não havia movimento naquela rua agora. - Hey, Daí.
- Hm?
- Não tem ninguém olhando.
Antes que Daisuke pudesse perguntar a razão daquele comentário, Tatsurou o prensou contra o carro num beijo rápido, mas suficientemente fervoroso.
O cigarro que estivera entre os dedos do moreno quase caiu devido a seu estado de leve estupefação, mas Tatsurou pegou a fonte de nicotina outra vez para inalar o resto dela - e então jogou o toco no chão.
- Que feio, Tatsu. Contribuindo pra poluição nas ruas.
O outro apenas riu, pisando em cima do objeto.
Daisuke passou a ponta da língua nos lábios, ainda sentindo os remanescentes do beijo do outro. - Sabe...-
Tatsurou atacou sua boca novamente, demorando-se mais desta vez. - Era isso que você queria?
Ele sorriu enviesado e puxou o mais alto para outro beijo, sendo prensado contra o carro novamente.
- Ahem.
Os dois congelaram naquela posição tipicamente comprometedora - pernas entre pernas, mãos em lugares indevidos, lábios entreabertos e rubor nas faces. E o nervosismo que durara pouco mais de um segundo se desfez quando eles viram quem os flagrara desse jeito.
- Podia ser uma velhinha passando - Kyo disse, balançando a cabeça enquanto largava sua bagagem no chão. - E ela bateria em vocês com uma bengala por conta dessa “pouca vergonha no meio da rua!”.
- Ou ela seria uma daquelas velhinhas taradas - Tatsurou respondeu, vendo que o baixinho na verdade parecia querer rir da situação. - E teria idéias para quando chegasse em casa, com seu velho-
- Isso já está sórdido o bastante - Gara os interrompeu, esperando em frente ao porta-malas do carro. Ele fez um gesto para que o dono deste abrisse aquele compartimento, o que foi prontamente atendido.
Kyo o ajudou a pôr as bagagens ali dentro e Tatsurou fechou o porta-malas, que agora estava cheio.
- A gente tava pensando em pegar um reboque - o mais alto deles disse, enquanto abria as portas do carro. - Pra pôr cadeiras, bola, qualquer coisa que fosse ocupar mais espaço...
- E não seria necessário...? - Kyo indagou, vendo que eles haviam obviamente desistido da idéia.
- Pra ter mais conforto, talvez - Daisuke disse, encolhendo os ombros. Ele e Tatsurou sentaram-se nos bancos da frente, enquanto que Kyo e Gara acomodaram-se nos de trás. - Mas isso a gente arranja por lá, nem que seja nos quiosques que tem perto do mar.
- Mas se tiver muito movimento e a gente quiser se assentar direito, teremos que acordar cedo pra garantir lugar. Esse é o único problema inconveniente - ele lançou um olhar de canto a Kyo através do espelho retrovisor, vendo que o baixinho fazia uma careta de desagrado. Então Tatsurou pôs seus óculos escuros - estilo abelhão -, ligou o motor e eles enfim começaram a viagem.
Logo os dois vocalistas à frente se engajaram numa conversa sobre o que viam durante o caminho, ou sobre o que fariam quando chegassem ao litoral. Kyo ou Gara faziam comentários ocasionais, mas permaneciam a maior parte do tempo em silêncio - o primeiro porque tentava lutar contra o sono que ainda sentia; o segundo porque fazia parte de sua natureza.
Até que o vocalista de Merry se lembrou de uma coisa.
- Tatsu?
- Hmm...? - o motorista “respondeu”, mantendo os olhos na estrada por enquanto.
- Onde você deixou o Tetchi?
- Quê, agora você se preocupa com o meu gato?
Gara franziu o cenho pela cutucada que acabara de receber através das palavras do mais novo, mesmo que parecesse apenas brincadeira.
- A gente o deixou com a veterinária que normalmente cuida dele. Ela tem um espaço pra isso na clínica. Por quê, Gara? - Daisuke disse, dando a informação no lugar do outro.
Ele balançou a cabeça, como se dissesse que não era nada de importante.
- E o Katsuo?
Então Gara pareceu sério, e Kyo respondeu:
- Ficou com o Kaoru. Eu já disse isso antes, lembra?
- Ah, verdade. - e Daisuke riu. - Queria só ver ele lidando com aquele furão. O Katsuo, quando não quer brincar, pede colo...
Kyo sorriu de canto, concordando. - É. Mas o Die vai ajudá-lo.
- ...espero que sim. - Gara disse, olhando pela janela.
Daisuke não quis perguntar em voz alta, mas olhou para Kyo e este lhe sibilou algo sobre o vocalista de Merry “não se conformar de ficar longe do bicho de novo e deixá-lo nas mãos de ‘estranhos’”.
- Que silêncio... - Tatsurou murmurou, desgostoso com aquela quietude súbita e aparentemente tensa - e decidiu ligar o rádio. Algum hip-hop japonês começou a tocar e ele riu, trocando de estação na tentativa de achar algo que agradasse a, senão os quatro, a maioria deles.
- Por que a gente não coloca um CD? - o moreno ao seu lado sugeriu, já abrindo o porta-luvas pra pegar o estojo que havia ali dentro.
- Hmmm... Todos aqui gostam de BUCK-TICK? - o vocalista de MUCC indagou; era sabido que ele adorava a banda. Os outros três concordaram com a idéia; ele indicou um Cd a Daisuke e este o colocou no som.
O álbum one life, one death começou a tocar e Tatsurou cantou baixinho alguns trechos de Baby, I want you., olhando insinuante para Daisuke, que apenas balançou a cabeça, rindo.
- Se eu fosse amigo do Sakurai... - o mais alto disse, baixando um pouco o volume quando Check Up começou a tocar. - ...eu teria deixado o Tetchi com ele. - e Tatsurou riu sozinho, referindo-se ao fato de que Atsushi também gostava de gatos.
Mais alguns minutos se passaram e Gara sentiu um peso contra seu braço e ombro. Não precisou olhar para saber que se tratava de Kyo; o loiro acabara adormecendo mesmo, e se apoiara contra ele. O mais novo remexeu-se no banco, de modo que ambos ficassem um pouco mais confortáveis, e então abraçou Kyo, mexendo em seus cabelos distraidamente enquanto observava o que aparecesse durante o caminho, pela estrada que surgia através da janela.
XXX
Pouco mais de uma hora de viagem depois, Tatsurou estacionou o carro na frente de um hotel que já lhe era conhecido.
- Vamos fazer o seguinte - ele começou, virando-se para poder fitar melhor os que estavam sentados no banco de trás. Então ele viu que Kyo continuava dormindo. - Gara, se você não acordá-lo, eu vou. - ele disse, e apesar de não ter soado como uma ameaça, ficava claro que o loiro em questão não ficaria bem humorado caso a tarefa de acordá-lo ficasse nas mãos do vocalista de MUCC.
Gara deu um beliscão na barriga de Kyo e este acordo em meio a um “ai!”, levando uma mão ao pedaço de pele que ficaria vermelho agora. - Por que você fez isso?! - ele reclamou, com uma cara de desagradável surpresa.
- Porque de outro jeito demoraria demais - Daisuke disse no lugar do outro, que apenas assentiu. - Mas então, Tatsu, qual é o plano?
- Descendo essa rua, tem mais um hotel e uma pousada, é só dobrar á direita naquela sinaleira - ele disse, apontando o lugar. - E naquela esquina lá... - ele virou-se, apontando na direção oposta - ...tem mais um hotel. A minha idéia é que cada um de nós vá a um lugar diferente, pergunte os preços e veja as acomodações, pra depois compararmos. Se um deles valer a pena, beleza; senão a gente tenta em outros lugares. Ok?
Dadas e aceitas as instruções, os quatro se dividiram, cada um encarregado de um local diferente. Além de Tatsurou, Daisuke e Kyo também colocaram óculos escuros; o primeiro usava um azul e o segundo um em tom marrom. Gara colocou um chapéu branco, muito mais simples dos que os que ele normalmente usava. Esses dois últimos desceram a rua, e assim que dobraram no local que Tatsurou indicara, este voltou-se para Daisuke com um ar nada inocente no rosto:
- Dai.
O moreno mal teve tempo de registrar o som de sua voz antes de ser agarrado pelo mais alto.
- ...pode ir agora - Tatsurou disse, com um sorriso maroto nos lábios.
XXX
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