Título: THE FINAL
Autora: Mô-chan
E-mail: hyde_mo@hotmail.com
Banda: Dir en grey
Casais: Kyo + Toshiya; Yoshiki + Kaoru; Die x Kaoru; Die x Shinya.
Classificação: Drama, Yaoi, Lemon
Nota: Como eu sou má e não gosto de KyoxToshiya *tosse*, eles ainda não aparecem “fisicamente” nesse capítulo - mas são citados. Vale? XD (O Die e o Shinya...? Ah, é. Hmmm. Quando a presença deles não atrapalhar a ordem cronológica do que ainda precisa acontecer na história, eles voltam. Eu prometo. *tosse*)
As cenas a seguir se escreveram por si mesmas; eu não tive nada a ver com elas. *tosse* Por isso que esse capítulo saiu tão rápido - eu despejei tudo que vinha à cabeça. Quer dizer... só... não fui até o fim com certas coisas. Já chega o que houve no capítulo anterior. *tosse, tosse, tosse, tosse, tosse, tosse, tosse, tosse, tosse*
Alguém tem um xarope aí? 8P
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Capítulo XXXII (Parte 1) ~~~ | | ~~~
Capítulo XXXII (Parte 2)
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O sol se punha quando Kaoru e eu ficamos prontos para sair. Tínhamos nos vestido --- obviamente --- e eu convenci o guitarrista a ir comigo a um restaurante de comida natural, para “jantarmos”. Era estranho que tivéssemos quase trocado de papéis, já que normalmente era ele quem insistia em sair comigo. Mas, nesse caso, o problema era que Kaoru tentava me convencer de que não precisava comer nada. Hn. Nós não tínhamos almoçado; eu estava com fome e tinha certeza de que ele também --- ouvira o estômago do líder roncando enquanto eu dirigia, o que o deixara com o rosto avermelhado, pois, segundo o que ele mesmo dissera, era humilhante ser dedurado por uma parte de seu próprio organismo.
Entretanto, como conhecia Kaoru e seu gosto por comida, eu sabia que, na verdade, o que ele não queria era ir a um lugar “natureba” --- como ele assim denominara o restaurante. Mas era pelo bem dele, já que havia passado mal no estúdio.
Kaoru estava inquieto, e não parou de me fazer perguntas durante o caminho, nem quando chegamos ao restaurante. Ele queria saber logo o que eu fizera em Los Angeles --- e nas outras cidades que ele descobriu que eu estivera, pois insistia tanto que eu acabava por fornecer-lhe uma ou outra informação ---; o que eu pensara para o aniversário de Toshiya... e assim, não sossegava de jeito nenhum.
- Eu só conto depois que estivermos na clínica - eu dizia, e ele revirava os olhos, tamborilando os dedos sobre a mesa, impaciente. Eu apenas sorria pelo adorável beiço que só ele sabia fazer, como os que costumava exibir nos shows da banda.
- Não é como se eu fosse ou pudesse fugir agora - ele respondia, tentando parecer irritado e até ameaçador, mas Kaoru estava tão contente e animado, que nem mesmo minha teimosia em omitir-lhe coisas conseguia tirar o brilho de seus olhos.
...ele acabou comendo mais do que eu, e até admitiu que a comida fosse boa.
- Tem gosto... não sei o que eles usam pra temperar ou sei lá o quê, mas é melhor do que qualquer lugar assim em que eu já tenha ido antes. Normalmente, é tão sem graça... - ele dizia, quando já estávamos novamente dentro do carro.
- Sabia que você ia gostar.
- Convencido - ele murmurou, mas havia um sorriso incontestável em seu belo rosto.
- Aposto que, daqui a alguns dias, você vai pedir pra voltar.
Mais uma vez, Kaoru revirou os olhos, algo que se tornava um hábito seu. Talvez fosse uma mania temporária --- como se ele estivesse dividido entre considerar algo estúpido, engraçado ou irritante.
- Quem sabe... se eu vomitar de novo. Mas eu juro que da próxima vez, vou mirar no seu colo se você estiver por perto.
Eu apenas ri, olhando de canto para ele, me concentrando no trânsito --- ou tentando, já que eu tinha a tentação divina a meu lado.
- Como você conseguiu marcar hora nesse gastrologista? - ele perguntou, o cenho levemente franzido; a voz soando intrigada, curiosa.
- É um amigo meu. E ele tinha o último horário livre.
Ele ficou me olhando, uma expressão de desconfiança no rosto. - Quantos amigos médicos você tem?
Eu sorri de canto, ainda olhando para a estrada enquanto respondia à pergunta irônica. - Na verdade, eu marquei essa consulta ontem, depois que comprei a passagem de volta pra cá, e só liguei hoje do meu apartamento pra confirmar. Eu disse que não tinha certeza se você “poderia ir”.
Kaoru me fitou em silêncio, os lábios entreabertos, pronto pra reclamar, brigar ou me xingar --- não sei o quê. - Você tinha planejado isso tudo... - ele murmurou, desviando o olhar, que se perdeu no nada. - ...como você sabia que eu não iria ao médico?
- Ah, Kaoru... - eu suspirei, ainda com um sorriso no rosto, mais tranqüilo por ele não ter explodido e sequer demonstrado raiva --- parecia apenas estupefato por eu ter “arquitetado” aquilo tudo. - Eu imaginava que você não iria. Mas, como *queria* acreditar em você, disse ao médico que talvez você não pudesse ir --- pra me prevenir caso você já tivesse ido se consultar enquanto eu estava fora.
Kaoru balançou a cabeça, lentamente, ainda incrédulo. Mas então, ele quase riu, e dessa vez, eu é que fiquei curioso. - Você estava certo, mesmo... E eu não posso reclamar por você ter feito isso sem falar comigo --- eu provavelmente teria tentando escapar - ele confessou, novamente com um gracioso rubor nas bochechas. - E isso tudo só mostra que você... bem... se preocupa comigo.
- Hmm... - eu pousei uma mão na coxa do guitarrista, que sorriu quando eu o fitei por um instante, ainda dirigindo. - Se não estivesse ocupado agora, eu te daria um beijo, Kaoru.
- Ah, mas você pode me recompensar depois - e ele deu uma piscada, cobrindo minha mão com a sua. Entrelaçou nossos dedos por um breve instante e então soltou minha mão, que eu pus de volta na direção.
Finalmente chegamos à clínica; estacionei, entramos no prédio, pedimos pelo número do consultório; subimos o elevador, entramos numa grande sala de espera... enfim.
- Você não vai entrar lá comigo, ne? - o guitarrista perguntou, uma sobrancelha erguida.
- Claro que não - eu respondi o óbvio, já pegando uma revista para folheá-la. - Seria estranho. Além disso, eu sou apenas um amigo que veio acompanhá-lo, para se certificar de que você compareceria.
Os olhos do líder se reviraram nas órbitas, mas um sorriso enviesado se desenhou em seus lábios finos. - Amigo, huh?
- Shhh - eu “sussurrei”, sorrindo junto com ele, enquanto fingia grande interesse pela reportagem sobre uma atriz aleatória na excelente e cultural revista sobre fofocas de famosos que estava em minhas mãos. Pena que a entrevista de Die e Kaoru havia sido hoje; eu queria saber o que seria publicado --- distorcido, inventado, etc. --- pelos jornalistas que haviam estado lá. Sem contar os que *não* estavam presentes, mas que sempre conseguiam “saber” de alguma coisa, ou tirar proveito de suas férteis, porém fúteis imaginações.
- Niikura Kaoru? - a secretária chamou, e Kaoru levantou-se, indo até o balcão. Ela fez algumas perguntas; ele preencheu uma ficha, e depois voltou a sentar-se a meu lado.
- A que horas era a consulta? - ele me perguntou após alguns minutos de silêncio, mantendo a voz baixa.
- Seis e meia.
- Ah. Nenhuma surpresa por já ser quase sete horas, ne?
- Você sabe como são os médicos - eu disse apenas, sem querer dar combustível a meu impaciente amante.
- Não é à toa que o Kyo não gosta deles.
- E do que ele *gosta*? - retruquei, sem me conter.
- De cantar - o líder respondeu, meio amargurado; mas foi algo momentâneo. - E do Toshiya, é claro.
- Shhh! - eu voltei a “sussurrar” o pedido de silêncio, costumeiramente usado quando não se queria gastar saliva para mandar alguém calar a boca ou simplesmente ficar quieto.
O médico finalmente apareceu na porta que levava à sua sala, chamando pelo último paciente do dia. Kaoru levantou-se, os dois se cumprimentaram polidamente, e depois que o guitarrista entrou, o médico assentiu em minha direção, num cumprimento igualmente educado. Então ele fechou a porta, e ficamos apenas eu e a secretária na sala de espera.
- Hayashi-san?
Eu ergui os olhos da revista para fitá-la, um tanto quanto relutante. Esperava que ela não tivesse escutado minha conversa com Kaoru... principalmente na parte que dizia respeito a Kyo e Toshiya. Tudo o que eu e a banda não precisávamos agora era de um boato sobre o “provável” relacionamento dos dois.
- Desculpe-me por perguntar, mas eu queria muito saber... É verdade o que os telejornais estão dizendo?
Eu ergui uma sobrancelha, tanto por não saber --- apesar de ter uma vaga idéia --- do que ela estava falando, quanto pela indelicadeza por parte da mulher --- não. Garota. Devia ter uns dezoito anos. Talvez dezessete.
- Que Dir em grey acabou? E que é porque Niimura-san não pode mais cantar?
Se Kaoru estivesse aqui, ele teria revirado os olhos, que é o que eu senti vontade de fazer. Mas ao invés disso, apenas soltei um suspiro de cansaço, e dei de ombros, voltando a folhear a revista --- e me sentindo um pouco estúpido por ter pegado justamente aquela ali.
Eu senti que ela ainda me olhava, como se esperasse alguma palavra minha; mas ao perceber que não obteria nada, se calou --- felizmente --- e voltou a ocupar-se com seus afazeres. Mas depois eu descobri que havia uma minúscula televisão em seu balcão, e que de vez em quando ela se distraía com o noticiário. Daí se explicava como ela soubera sobre a banda.
Algum tempo depois, Kaoru reapareceu, com uma cara não muito boa --- mas parecia mais indignação do que preocupação, o que me deixou intrigado. Entretanto, as perguntas ficariam para quando estivéssemos a sós.
Notei que havia dois papéis na mão do guitarrista, nos quais eu daria uma olhada depois. Ele se despediu do médico e olhou para mim, o suficiente para que eu soubesse que ele queria ir embora *imediatamente*, e foi o que fizemos.
Kaoru só relaxou quando chegamos ao estacionamento. Até então, ele havia permanecido em silêncio, olhando volta e meia para as folhas em sua mão.
Ele soltou um suspiro exasperado e apoiou as costas na porta do carro, do lado do passageiro, e cruzou os braços sobre o peito --- revirando os olhos em seguida.
- Notícias ruins...? - perguntei tentativamente, e o guitarrista suspirou outra vez, me entregando os papéis.
- Não exatamente. Mas olha isso.
Eu fiz o que ele disse; a primeira folha tratava dos exames que ele teria que fazer, dentre os quais havia o de sangue e uma endoscopia. A segunda folha trazia uma série de recomendações que o médico havia dado ao líder, e quando cheguei nas últimas, entendi parte da indignação de Kaoru --- mas concordava com o que estava escrito, de qualquer forma.
- Evitar comidas fortes... gorduras, frituras, frutas ácidas e derivados do leite... - eu disse em voz alta, e ele fez uma careta de desagrado.
- Lacticínios prejudicam a digestão - ele explicou, mas seu tom de voz dizia que não era só com as recomendações que ele estava incomodado: - Além de querer que eu passe fome, aquele médico ainda suspeitou que eu estivesse vomitando de propósito! Dá pra acreditar...?
Eu me lembrei de quando perguntara a Kaoru a respeito disso; apesar de ele não ter reagido tão mal daquela vez, eu não sabia o que havia se passado pela cabeça dele. Ainda que eu não o tivesse acusado, a possibilidade de ter sido de propósito havia sido cogitada por mim e eu havia dito isso para ele, que apenas dissera que estava falando a verdade, deixando a meu cargo decidir se acreditava nele ou não. E eu acreditei. Como continuava acreditando, agora.
- É o trabalho dele, Kao... - eu tentei manter-me neutro, para que o líder se acalmasse. - Ele precisa averiguar todas as possibilidades, para te dar o tratamento adequado.
Kaoru grunhiu, ainda contrariado e, consequentemente, insatisfeito. - Ele viu a marca em meu pescoço - ele disse, apontando para o rastro indisfarçável que eu deixara em sua pele. - E quando veio me examinar, viu marcas em outros lugares também...
Eu ergui das duas sobrancelhas; não imaginava que tivesse ido tão longe. Mas eu ainda sentia uma fraca ardência nas costas devido à paixão que *ele* demonstrara, antes. E naquela hora, nem ele nem eu tínhamos nos preocupado com isso, afinal, não havia por quê...
- Ele deve estar pensando que eu me mutilo ou algo assim. E que sou um daqueles artistas obcecados por magreza. “Oh, isso até parece uma mistura de Kyo com Shinya.” Não duvido que ele tenha pensado assim.
Eu balancei a cabeça, pegando os braços do guitarrista para descruzá-los e fazê-lo enlaçar meu pescoço, querendo que ele desfizesse aquela carranca. - Não importa o que ele vai pensar ou não, Kaoru; desde que ele trate bem da sua saúde. E se você realmente se incomodar, nós podemos mudar de gastro, apesar de que eu duvido que vá ter alguma diferença.
Kaoru ficou me olhando, como se considerasse minhas palavras; mas resolveu mudar de assunto. - O que aconteceu com o Yoshiki que tinha medo de exposições em público? - ele perguntou, me puxando para mais perto.
Eu sorri, abraçando-o pela cintura. - Ele deu lugar ao Yoshiki que quer fazer de tudo para ficar com o Kaoru. Nem que para isso ele pareça um cara meloso e romântico demais...
- Meloso e romântico, huh? - ele disse, me dando um breve beijo antes de se afastar. - Vamos logo pra casa. Você tem algumas revelações a me fazer --- não pense que eu esqueci, tá? E ainda que eu goste desse “novo Yoshiki”, eu não quero complicar ainda mais a situação da banda dando showzinhos em público.
- Sei, sei... o que você quer é ficar a sós comigo para fazer o que bem entender, ne? - eu revidei, enquanto entrávamos no carro.
Kaoru sorriu de canto, um ar malicioso transparecendo em suas feições. - E não é que você acertou?!
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CONTINUA...