(no subject)

Jan 30, 2008 21:07

Título: Black Harlequim
Autoras: nima_ e jibrille_hell
Bandas: Dir en Grey, Malice Mizer e Miyavi. Ô.o Tem mais alguém?
Pairings: DiexShinya
Classificação: caramba, eu juro que non sei! 8D
Gênero: A.U.; Drama; Romance
Sinopse: Ainda estamos pensando nela o_ob



Black Harlequim - Ato 1

Tentou acomodar-se na melhor posição possível, mas ele já estava mais do que acostumado ao desconforto que era tentar dormir num assento de ônibus. Desistindo definitivamente de tentar cochilar, abriu uma fresta na cortina para espiar a cidade lá fora.

Capital do país e grande impulsionadora da economia japonesa, Tóquio era como qualquer outra metrópole, agitada e bagunçada, mas com seu charme de fème fatalle. O ruivo franziu o cenho, os olhos se acostumando com a luminosidade do sol nascente.

- Die, fecha essa porra dessa cortina antes que eu te mate?

O ruivo olhou para o sonolento trapezista que ocupava o banco do lado e sorriu.

- Já está mais do que na hora de você acordar, Totchi. Estamos quase chegando.

- Quase. Que custava me acordar apenas quando já tivéssemos chegado realmente?

Decidido a ignorar o seu companheiro de viagem, Die olhou novamente pela janela, ouvindo logo em seguida os roncos de Toshiya. Logo o ônibus diminuiu a velocidade até finalmente parar.

Sacudiu violentamente o trapezista até este acordar, e saíram do ônibus. Estava no circo há quase dez anos, e a rotina era mais do que familiar pra ele. Ainda se lembrava do dia em que resolvera largar tudo pro alto (incluindo sua faculdade de direito) para se juntar ao circo e ir trabalhar como palhaço.

Desde então nunca mais havia tido notícias de sua família, que havia ficado em Mie. Havia se acostumado a isso, tendo "adotado" novos familiares, como o trapezista, por exemplo.

Nem bem tinha descido do ônibus e a já conhecida voz do dono do circo, Közi-san, foi ouvida através de um mega-fone.

- Muito bem, pessoal! Vocês já sabem o que fazer! Vamos começar pelos acampamentos hoje porque a previsão avisou que vai chover. Rezem para que a chuva pare até amanhã para podermos erguer a lona.

Chuva. Que ótimo. O palhaço ruivo logo foi juntar-se aos empregados do circo na montagem dos acampamentos e organização de toda a parafernalha. Trabalharam pesado durante toda a manhã até depois do almoço, uma vez que o circo contava com um número considerável de funcionários e artistas.

Quando os preparativos para erguer a lona estavam quase prontos, eis que a chuva anunciada desabou com fé e vontade. O ruivo sorriu, comparando mentalmente os funcionários do circo com formigas correndo desesperadas pra fugir da chuva. Ele estava parado, no meio da chuva, apenas apreciando a sensação das gotas frias batendo contra sua pele.

- Die! Sai já daí, quer ficar gripado?

O ruivo ignorou prontamente o amigo trapezista.

- Die, eu estou te avisando, se Közi-san pegar você aí...

- DAISUKE! O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

Die respirou fundo, reconhecendo a voz de seu superior.

- Me molhando, Közi-san.

O dono do circo apenas ergueu uma sobrancelha.

- Então vá se secar, eu não quero ninguém...

- ATCHIM!

- Daisuke, vá se trocar agora, entendeu? AGORA!

Sem muita alternativa, o ruivo molhado foi até seu camarim se trocar. Arrancou a roupa molhada e mergulhou num longo banho, na tentativa de esquecer toda e qualquer lembrança que aquela chuva pudesse lhe trazer. Lembranças antigas, que ele havia enterrado à sete chaves.

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Já era a terceira vez na semana que mal começara que Shinya dormia mal. Não era insônia, porque conseguia dormir, mas não conseguia descansar direito. Não dormia muito e dormia mal. Todas as razões para seu chefe descontar seu tremendo mal-humor em cima dele. Parecia uma espécie de ímã. Quando o executivo estava mal, tudo no mundo conspirava para tornar seu dia pior.

Até agora as coisas pareciam ir até bem. Chutou a quina da mesa com toda a força possível e agora estava mancando, teve que apagar o fogo da lixeira de um de seus vizinhos que insistia em fumar perto de um monte de papel bem quando o alarme de incêndio tinha pifado e para ajudar bastante, derramou café nos papéis importantíssimos, já assinados, de seu chefe. Isso porque nem chegou a hora do almoço.

Num instante, começou a chover. E para ajudar, seu guarda-chuva tinha pegado fogo junto com mais da metade de sua sala no incidente anterior. Desceu até o refeitório do prédio e pediu um sanduíche rápido para viagem. De relance, ouviu algumas pessoas comentando do circo que tinha chegado à cidade.

Já com seu sanduíche na mão, Shinya, o magro executivo voltou ao seu trabalho. Quando chegou na porta de sua sala, meio coberta por cinzas, fora barrado na entrada e levado para uma sala desconhecida.

- Shinya, eu sou seu psicólogo. - Começou o homem estranho à sua frente, hipnotizando-o com seus óculos de lentes fundo de garrafa. - E... Eu soube que o senhor anda muito estressado.

- Eu... Tenho psicólogo?

- Agora tem. E eu vou ter que lhe dar uma licença de trabalho.

- Por quê? Eu não pedi!

- Eu sei, mas o senhor anda muito estressado, e a minha cura é... diversão! Divirta-se durante essa semana e segunda-feira você volta a trabalhar. É uma ordem.

E Shinya foi expulso do escritório do psicólogo. “Diversão... uma ova que diversão cura o que eu tenho. Eu tenho é azar. Não vou seguir essa licença nem que a vaca tussa”. E assim sendo, jogou o papel explicando a licença no lixo e voltou à sua sala.

- Shinya-san, está proibido de entrar em sua sala. - Disse a secretária.

- Proibido? Quem proibiu?

- Seu psicólogo.

- Eu tenho psicólogo?

- Agora tem. Saia e vá se divertir.

E foi assim que Shinya teve que sair mais cedo do trabalho e se enfornar em casa nesses dias. Assistindo a televisão que só mostrava cenas de circo, como na época da queda das torres gêmeas, só mostravam aquele atentado. Começou a se tornar chato, e foi quando Shinya decidiu ir para lá, ver o circo.

Continua...

malice mizer, dir en grey, miyavi

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