The second age of the being

Feb 16, 2009 20:39


Cheguei àquela fase da vida em que a serenidade apaga os restos de inquietude e fervor em demasia. Sempre me disseram que por volta dos 27 (se bem que tanto o Nintendo Wii, como os inúmeros testes comprevem que, na realidade, tenho físico e mentalidade de 23, TÁ? hehe) haveria de acalmar os ímpetos da descoberta, a nervoseira que nos provoca o desconhecido, a instabilidade emocional que pontualmente fere a calma e deixa um rasto de insensatez. Acabou-se, pelo menos por enquanto, aquela vontade de querer dar mais gás ao balão que queremos que suba bem alto e bem depressa. Se o balão se ficar pelos 400 metros de altura tenho uma boa vista do horizonte sem me chatear muito se poderei chegar aos 500. Who cares?
Cheguei, pois, à idade adulta. Yuk! O trabalho ganhou precedência, não tenho vontade de sair de Portugal (só de férias) e sabe-me bem abrir um livro, não sentada no café ou na biblioteca, mas no jardim da minha casa, enquanto afago o cão e avisto o gato a querer saltar para cima da horta. Já estabeleci novos sonhos. A universidade, o primeiro emprego, sair de Portugal, os concertos obrigatórios de uma vida, conhecer 30.000 pessoas e esquecê-las logo a seguir, descobrir o verdadeiro amor. Está tudo feito e descoberto. Bem antes de ter saído da Inglaterra, fiquei ligeiramente apreensiva e letargicamente depressiva. Não percebia bem porquê. Que a culpa era do tempo qualquer um adivinhava, mas no dia em que cheguei à conclusão que os sonhos mais urgentes, aqueles com que sonhei a dormir e acordada durante 10 anos, já se tinham concretizado, decidi virar a página e voltar a Portugal. Agora, vêm mais sonhos. Mais simples, menos megalómanos. Já voltei a sonhar com cenários diferentes. Conquistar aquelas pequenas coisas, construir aquilo que será meu e que eu mesma ergui.
Sou uma pessoa absolutamente entediante e não me importo nada. Não bebo alcóol nem café, não tomo drogas, não saio a noite, não sigo tendências e contam-se os amigos pelos dedos de uma só mão. Ouço as peças de teatro na Radio4, leio as crónicas do Sunday Times, vejo o Conta-me como Foi na RTP1 e delicio-me com as queijadas da pastelaria no Largo da Portagem. Tudo com imenso gosto. Não tenho que provar nada a quem quer que seja e estou bem assim. Se algum dia estive perto da felicidade, é este o momento. Só posso desejar a todos de quem gosto que descubram os vossos sonhos, os concretizem e esbocem novos sonhos logo a seguir porque a vida não pára nem pode parar.

Só não consigo acertar a porcaria do relógio biológico que teima em não me deixar ir para a cama antes das 3 da manhã!

Quais são os vossos sonhos, os mais imediatos e o mais longínquos?
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