konoyo deshita koto wa, konoyo dekayasu

Sep 29, 2007 09:40

Gênero: Angst/Drama  
Pairings: ???
Banda: the GazettE
Status: one-shot
Classificação: K+
Sumário: "Os anos de amizade com todos que estavam lá, não eram suficientes para o delicioso sentimento de vitória que me consumia por dentro."
Agradecimentos: Para Lih, por me ajudar com o título e para a Samara por betar.
Nota: One-sot pequena, num surto de raiva. Aí é claro que, para descontar em alguma coisa, eu fodo (desculpaê) a vida de todos. :)
Alguns que leram, definiram como forte. Então, quem procura coisas fofinhas, cheias de nhuc-nhuc, não leiam.

konoyo deshita koto wa, konoyo dekayasu¹

Por Suzuki Kaori

-

- Se sente melhor agora?

- Não.

Meu único problema foi ser imprevisível e covarde.

- Por que não me disse antes?

- Tive medo.

Por que não tive coragem o suficiente para ir atrás de você? Por tantos anos, em que estivemos juntos, como colegas de trabalho, isso crescia. Mas eu preferia ignorar. Afinal, não era gay.

- Medo? Medo do que?

- De tudo e de todos.

- Ora...! Logo você, Reita? Ter medo de algo tão...

- Idiota.

- ... Fácil.

- Você não entende.

- Nunca vou entender.

Claro... Você fez a escolha mais provável.

- Sabe... Sempre gostei de você.

- Não minta só para me fazer sentir melhor.

- Não estou mentindo.

- ... Por que...

- Você nunca demonstrou. Me desculpe.

Noites em claro, a bebida ingerida... Pensando só em você não fariam diferença agora. Mas, sem querer lembrei-me de um fato que passou batido na época: A noite em que rejeitei uma amiga. Foi na formatura do colegial. Eu era seu par, e nem havia notado as intenções dela. Depois da tradicional dança, fomos liberados e eu a deixei sozinha. Acabei ficando com outra menina e ela me viu. Lembro do seu rosto, e de como ela chorou, quando a encontrei no jardim e me confessou seus sentimentos e eu, insensível, ri da cara dela e a chamei de idiota. Amor? O sentimento que eu mais desprezei durante esses anos, até conhecer Ruki.

- Você me ama?

- Amo.

- Hahaha...

Como pude? Como ele... Pôde?!

- Isso é engraçado?

- Não. Mas a atmosfera, sim.

- Idiota...

- Covarde.

- ...

Ele ganhou. O que eu posso fazer agora? Chorar? Há... Seria a última coisa que eu faria. Ele foi o primeiro homem pelo qual senti isso, e sei que será o último. Devo confessar: se tivesse admitido o quanto eu o amava, estaria em outra situação. Melhor que essa, obviamente.

- Talvez, se você tivesse dito antes, estaríamos juntos.

- Pare de se gabar, Ruki.

- Quem vai sofrer agora, não sou eu. Eu tentei mostrar de todas as maneiras, você que não quis entender.

Será que fui tão idiota assim? Digo... Mais ainda? Será que todos aqueles abraços, palavras carinhosas - que passam longe e despercebidas desse Ruki a minha frente. - eram demonstrações? Tudo bem que desconfiei, depois dos olhares e sorrisos que ele me lançava enquanto ensaiava algumas vezes, mas...

- Eu não fazia idéia...

Imbecil.

- Bem, Aoi está me esperando. Com licença...

Com a voz mais seca que já ouvi, Ruki abriu a porta da pequena sala para a qual o puxei naquele dia após o encerramento dos ensaios, e como se fosse a pior de todas as reações, o menor gritou o mais alto que pôde e lágrimas escorriam por seu rosto. A visão de um Aoi semi-nu e um Uruha prensado contra a parede, e sem roupa alguma, com certeza não foi a melhor que teve.

- Espero que sejam felizes, juntos. Matsumoto-san.

E com o meu melhor sorriso, desviei dele, já que estava na porta, impedindo a passagem, e saí. Os anos de amizade com todos que estavam lá, não eram suficientes para o delicioso sentimento de vitória que me consumia por dentro. Sim, aquele era o fim do the GazettE, mas era também, o fim daquele sentimento por Ruki, do qual me enojo até hoje.

Afinal... Aqui se faz, aqui se paga.

Owari

¹: O título descreve bem a última frase do Reita.
Previous post Next post
Up