Há dois anos atrás (2016), eu fui à Web Summit. Assisti a uma conferência de hitRECord que foi sobre direitos de autor, apresentado por Joseph Gordon-Levitt (JGL): lembram-se de um dos actores de “Inception”?
É esse.
Click to view
Nota: é obrigatório ver o vídeo.
JGL afirmou que "If someone does some work and that generate some money, then that person deserves some of money". Isso é verdade. Só que mudou de formato. Não são as pessoas que produzem música que recebem, mas as gigantes companhias. A industria da música migrou: de editoras (Universal, Sony, Warner, etc) para a era digital (Google (YouTube), Spotify, iTunes e Amazon). O JGL está precisamente contra isso.
Pensava que era diferente, quando tinha o
antigo blog há 15 anos atrás e escrevia muito sobre
copyrights e
direitos de autor. Se eliminasse os intermediários (editoras, agências, rádios, etc), os músicos recebiam mais dinheiro. Pensava que fosse o Spotify ou YouTube a eliminar os intermediários (e, efectivamente, eliminou-os) mas onde está o dinheiro? Desde que o
YouTube arranjou forma de demonizar os conteúdos até
Spofity não paga as contas, passo a citar: “The basic reason is simple: According to the data trackers at
BuzzAngle Music, more than 99 percent of audio streaming is of the top 10 percent most-streamed tracks. Which means less than 1 percent of streams account for all other music.”, não era o que esperava.
Estava redondamente enganada.
O negócio da música não muda, o que muda são as (gigantes) moscas.
O hitRECord é uma das soluções, mas não é A Única Solução. Não se foca muito na música. É mais em formas de cooperação e de criatividade do que um meio de subsistência. Não vai escalar (“scale”). E mesmo que fosse, quanto maior for o número dos usuários, mais difícil é de gerir e de pagar justamente.
Talvez seja a
Bandcamp, mas os meus artistas favoritos não usam (ou só alguns, desculpa, Monster Jinx e et al)? O Spotify e Bandcamp apareceram na mesma altura, em 2008. Possivelmente, no Spofity pode-se criar playlists e melhorou muito em descobrir as novas músicas a partir das músicas que já conheço, enquanto a Bandcamp funciona em formato de álbuns. Mas hey, a
Bandcamp já tem lucros! Podem tirar dúvidas e questões na página da
Bandcamp Pricing.
Uma nota: o Web Summit está a ficar demasiado mainstream. Eu não pude ir, mas assisti em live. Está a torna-se uma espécie de “tendências, cultura e lifestyle em Web Summit”. François Hollande? Sara Sampaio? Brad Parscale, responsável pela estratégia digital da campanha do presidente Trump? Bruno de Carvalho??
Só havia DUAS conferências sobre cryptocurrencies no palco “Growth Summit” quando já existem desde 2008?! Please, spare me.
Está a perder qualidade e é pena. Prefiro ir a
Blockspot, também em Novembro, e é sobre Blockchain, Criptoeconomia e Futurismo. Vai ser muito mais interessante.