Let Me Introduce Myself, I Produce Myself - Blueprint

Jun 16, 2009 23:37

Meus indies, meus indies, não acredito que não foram capazes de adivinhar de onde veio esta dica!

Como já devem ter percebido, a autoria é de Bueprint, no mais famoso Freestyle de Orphanage:

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"Hi Everybody, Let me introduce myself, [I] Produce Myself, Blueprint speak..."

O mote foi por ele lançado e por isso mesmo, é a ele que dedico este primeiro artigo da série "Let Me Introduce Myself, I Produce Myself".

Blueprint deve ser dos mcs e produtores mais emblemáticos da Rhymesayers. Não é um artista regular, quer estejamos a falar de álbuns ou do estilo de produção. Mas é um caso raro de um mc que gosta de se produzir a si próprio, não apenas para uma música, mas para um álbum inteiro - e qualquer MC vos dirá que produzir para si próprio é uma seca e não dá pica nenhuma.

"1988" foi o seu primeiro e único álbum, totalmente auto-produzido. Nunca mais me esqueci de faixas como "Tramp", "Fresh", "Where's Your Girlfriend At", "Kill Me First" e, claro, "1988", a música que poderia perfeitamente fazer parte de qualquer dos seus álbuns com RJD2.

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E por falar em RJD2 (antes se ele se tornar num renegado), eis o único produtor tão perfeito para Blueprint como o próprio Blueprint. Isto porque basta-vos ouvir qualquer um dos álbuns para ver como eles combinam bem. Enfim, quase tão bem como a dupla de mc e produtor Blueprint & Blueprint.

"8 Million Stories" foi provavelmente dos álbuns de indie rap que mais vezes ouvi na vida. Fiquei fã incondicional do Blueprint como mc para sempre. Ele é esganiçado, engraçado, musical, fluente e tem um nível de realness do caraças. É engraçado que fui, na altura da escrita deste artigo, ouvir todas as faixas e apesar de já não me lembrar de alguns instrumentais, conseguia-me lembrar das letras palavra a palavra! Weird shit. De destacar "Inhale", "Fuckajob", "Look of Pain", "Survival", "Run", "Right Place, Wrong Time" e "No Excuse For Lovin" - são faixas que estão no meu cd de músicas intemporais (sim tenho um cd desses. já nem funciona no pc de estar tão usado).

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O "Things Go Better" já não tem o mesmo feeling nem o mesmo génio de mcing de Blueprint. É algo mais ao estilo de RJD2 do que do próprio Blueprint. Não me marcou.

Um outro trabalho integralmente produzido por Blueprint foi o álbum da sua crew Greenhouse Effect "Columbus or Bust". Eles lançaram mais três, mas só este é que me cativou a sério... talvez por o ambiente ser tão Blueprint e tão goddamn hilariante. São paródias de músicas bem conhecidas e estão geniais. "Still Shook", "Watch", "They Listen To This", "Street Theme", "Bad Girl" e "What's It All About" são os meu hits deste álbum. Greenhouse Effect tem totalmente aquele feeling a colectivo da Def Jux. Fazem-me lembrar às vezes os Hanger 18, outras vezes os Cann Ox.

(Sabem o que chateia? Pesquisar no youtube por "Greenhouse Effect" e só aparecer Asher Roth.)

Ainda em termos de trabalho a solo, viciei em algumas faixas de "The Weight Room" e "Chamber Music". Ambos os álbuns têm algumas faixas só instrumentais que não me chamam muito (outras sim). Mas acho que a fórmula mágica só funciona quando Blueprint está do lado da produção e do lado da rima, simultaneamente.

Ainda para 2009, Blueprint diz estar a preparar o seu segundo álbum "Adventures in Counter-Culture", que vai sair pela Rhymesayers. Veio dizer ao Twittter há uns tempos que estava às voltas com uns samples que não podia utilizar por causa do copyright, e falou com saudades do "88" por o estatuto underground lhe ter perimitido fazer o que lhe desse na gana.

Por agora, dá-nos o seu novo site onde podemos ficar a conhecê-lo um pouco melhor.

blueprint, opinião

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