Título: Teach Me the Art
Autora: deviant_dev
Banda: My Chemical Romance
Casal: Gerard Way/Frank Iero (com participação de: Quinn Allman, Mikey Way, Bert McCracken, Patrick Stump & Pete Wentz)
Censura: de PG-13 à NC-17
Tradutora:
mycute_benji (EU)
Status: completa
Capítulos: 25
Sumário: Gerard tem 28 anos. Frank tem 15. Professor / Aluno - sacanagem com enredo. A arte não é sobre o que você faz, mas sim o que você é.
Dedicatória: À Bibs e à Lisa.
Nota da tradutora: Sim, este é o último capítulo da fic, MAS tem a continuação, que vou traduzir também e postar aqui. ^^
Gerard observa Frank arrumar a última mala, seu coração doendo. “Vai me ligar assim que estiver em seu quarto?”, pergunta. Frank grunhe e faz ‘sim’ com a cabeça. Quando Gerard descobriu que Frank estava deixando-o para ir à universidade, ele ficou arrasado. Não entendia como Frank poderia simplesmente deixá-lo, esquecer tudo o que passaram juntos e ir embora. Os últimos dois anos foram bons para eles.
Claro, eles tiveram seus altos e baixos. Tentando não serem vistos. Frank sendo removido de sua aula devido à sua guarda. O ciúme de Quinn que finalmente acabou quando ele marcou um encontro com Adam. Gerard ainda se lembra de quando os viu juntos. Ele e Frank também estavam tentando não serem vistos. Droga de paradas de caminhão de fora da cidade!
Todos os relacionamentos têm obstáculos. Gerard sabia que nunca seria fácil ficar com alguém tão mais jovem. Ele sabia, na parte lógica de seu cérebro, que este dia chegaria. Ele sabia, mas nunca revelou que sabia.
“Não esqueça seu anel”, Gerard diz. O anel que havia comprado para ele de Natal naquele primeiro ano. Era simples, de prata, com dois patos voando lado-a-lado gravado nele, com suas iniciais gravadas no interior do anel. Da primeira vez que ele explicou o lance dos patos para Frank, eles começaram a usar isso como uma brincadeira pessoal deles. Gerard até chamava Frank de seu “patinho” às vezes.
Frank pega o anel, desliza pelo dedo e depois fecha o zíper da mala, e põe as mãos nos quadris, olhando ao redor do quarto. “Acho que peguei tudo”, ele diz. “Se esqueci de algo, pode mandar para mim?”
“Claro”, Gerard diz. Ele teve três meses para aceitar isso, mas não conseguiu. Não está disposto a deixar Frank ir sem brigar. Uma briga é tudo o que sobrou para proteger seu coração partido. “Esteja certo de que não esqueceu nada”, ele diz. “Eu não iria querer ter de explicar nada a ninguém”.
“Você fala como se fosse entreter homens... ou garotos... enquanto eu estivesse ausente”, Frank diz, rindo um pouco, mas há certa preocupação em sua voz.
Gerard encolhe os ombros. “Você disse que nós deveríamos terminar”, ele ressalta. “Não espero encontrar conforto em minha mão, e tenho certeza de que você não terá problema em achar conforto com seus professores”.
Frank pisca, um pouco surpreso e obviamente magoado com as palavras de Gerard. “Está sendo infantil, Gee”, ele diz. “Não pode me manter preso para sempre. Consegui uma bolsa de estudos de quatro anos para a melhor universidade de Artes da América. A mesma universidade que você frequentou. Deveria estar feliz por mim”.
“Eu estou”, Gerard diz. “Deu duro nesses últimos dois anos para conseguir a bolsa depois de ter pego o segundo lugar na Exibição de Arte”. Tenta recompor sua compostura. “Eu sei o quanto você quer isso, e quero que seja feliz, mas... não quero que esteja tão longe, e eu não... não quero que fique... que fique com ninguém mais”.
“Então o que devo fazer?”, Frank pergunta. “Ir para a universidade que fica noutro Estado e permanecer em celibato por quatro anos?”
“Não”, Gerard diz. “Eu poderia ir nos fins de semana. Todo fim de semana”. Sorri um pouco. “Podemos nos trancar num motel o fim de semana inteiro”.
Frank balança a cabeça. “Pare, Gee”, ele diz. “Nós dois sabemos que não daria certo. Você ficaria enjoado de dirigir. Eu me sentiria como se estivéssemos nos escondendo de novo”. Ele se aproxima e envolve a cintura de Gerard com seus braços. “Eu te amo. Você é o único homem que eu já amei. Não quero amar mais ninguém, mas não vou deixar que fique sentado aqui, esperando por mim”.
“Eu esperaria para sempre”, Gerard diz, pressionando sua bochecha no ombro de Frank.
“É por isso que não posso deixá-lo ir me ver”, Frank diz.
“Quê?”, Gerard pergunta, afastando-se e olhando com olhos bem abertos e incertos. “Não quer que eu... que eu vá visitá-lo?”
“Não”, Frank diz. “Não quero”. Ele dá um passo para trás e ergue os braços num gesto impotente, deixando-os cair soltos às suas laterais. “Sinto muito. Nunca quis magoá-lo, mas você sabia. Você sabia que isso iria acontecer. Você sabia que se me desse um empurrão, eu iria com tudo, e eu iria querer isso mais que qualquer coisa. Você sabia. Não finja que não sabia. Você estava me repelindo tanto quanto eu mesmo estava me afastando”.
Gerard engole com dificuldade, lutando contra a queimação de emoção em sua garganta e a ardência de lágrimas em seus olhos. Ele quer agarrar Frank e beijá-lo, implorar para ele ficar, mas não pode. Frank está certo. Ele esteve afastando-o. Não porque não o amasse, mas porque o amava.
“Você me ensinou a arte de viver”, Frank diz. “Deu-me tudo o que precisei para eu conseguir sozinho. Amou-me como um filho e como um amante, e estava tão confuso quanto eu sobre tudo isso. Você queria que eu fosse atrás de meus sonhos, e estou indo. Vou para uma universidade que eu só poderia sonhar quando criança. Vou me formar e virar alguém na vida. Vou fazê-lo orgulhoso de mim”.
“Eu tenho orgulho de você”, Gerard diz.
Frank deixa as lágrimas rolarem por suas bochechas, e Gerard também está chorando. “Tem que me soltar, Gee”, ele diz. “Por favor”.
“Patos ficam juntos pela vida inteira”, Gerard sussurra.
“Então a vida terá que esperar por nós”, Frank diz. A campainha toca lá embaixo e Bert grita que o táxi chegou para levar Frank ao aeroporto. Frank enxuga as lágrimas, então agarra a mala e caminha para a porta. Ele olha para trás, para os olhos vermelhos de Gerard, e suspira. “Eu te amo, Gee”.
“Eu também te amo”, Gerard diz, sem se importar em enxugar as lágrimas que estão rolando continuamente pelas bochechas. Desce atrás de Frank, vai para fora enquanto Frank se despede de Mikey e Bert, e depois espera perto do táxi, vendo Frank entregar sua mala ao motorista.
Quando Frank vira-se desta vez, ele abraça Gerard e beija-lhe os lábios, sentindo o gosto das lágrimas de Gerard. Ele se afasta e enxuga as lágrimas com o polegar. “Eu ligo quando chegar, para que saiba que estou bem”.
Gerard apenas assente um pouco com a cabeça, abraçando a si mesmo contra o ar frio da manhã. O outono está chegando depressa este ano. Observa Frank entrar no táxi, assiste o táxi afastar-se. Tudo parece tão solitário, tão vazio, tão... morto. Ele mal nota a mão de Mikey em seu ombro. “Não acredito que ele está me deixando”, diz.
“Ele voltará”, Mikey diz. “Ele te ama, Gee. Ele só precisa consertar sua própria vida, ser alguma coisa. Você faria o mesmo se tivesse a idade dele”.
“Isso não dominue minha dor”, Gerard diz.
“Venha, vamos voltar para dentro”, Mikey diz. “Vamos vestir o Bert com roupa de mulher e fingir que somos clientes de bar. Ele pode dançar na mesa de café novamente”.
Gerard sorri apenas um pouco. “Só preciso de alguns minutos”, ele diz.
Mikey o abraça, e lhe diz a única coisa que consegue pensar, algo que Gerard havia lhe contado quando era ainda uma criança e eles tiveram que deixar um filhote de coelho voltar para a selva. “Se você ama algo, precisa soltá-lo de vez em quando. Se voltar para você, é seu. Se não voltar, é porque nunca foi”.
Para a sorte de Gerard, Frank é um pato.