Comédias não costumam ser sugestões que eu aceito. Mas abri uma exceção e resolvi levar anotado num papelzinho o nome do filme - porque eu cismava em não lembrar. Toda vez que eu pensava nele pensava como "Melhor que ficção". Cheguei à locadora e, em vez de olhar o bendito papel, pedi pelo "meu título", o moço riu, me corrigiu e me deu o filme. Eu sou cheia disso. Confesso que estava um pouco resistente. Junto com ele, aluguei "Pecados Íntimos" (que entrou no meu top five sem nem pedir licença, por isso, era um salva-vidas garantido). Me supreendi mais do que poderia imaginar. Até achei que fosse engano de quem me deu a dica, dizer que o filme era uma comédia. Pareceu dramático, não um drama cuspido e escarragado, desses tipo "I am Sam", mas desses que a gente ouve todos os dias por aí, porque fazem mais parte daquilo que estamos acostumados - é claro que esses dramas de que falo, não têm narrador. Mas ainda assim, gosto do nome que eu dei para o filme. Pode ser que a história seja realmente mais estranha que ficção, mas no meu ponto de vista, se começarmos a olhar para o lugar certo, na hora certa, nossas vidinhas medíocres vão parecer bem melhores que a mais brilhante obra-prima "inventada", sejam elas - as nossas vidinhas - feitas de romances banais ou cômicas tragédias.
Sinopse
Certa manhã Harold Crick (Will Ferrell), um funcionário da Receita Federal, passa a ouvir seus pensamentos como se fossem narrados por uma voz feminina. A voz narra não apenas suas idéias, mas também seus sentimentos e atos com grande precisão. Apenas Harold consegue ouvir esta voz, o que o faz ficar agoniado. Esta sensação aumenta ainda mais quando descobre pela voz que está prestes a morrer, o que o faz desesperadamente tentar descobrir quem está falando em sua cabeça e como impedir sua própria morte.