Tìtulo: Experimentando
Autora: Mô-chan
Bandas: MUCC & Kagerou; referências a Dir en grey & Merry (como não poderia deixar de ser LOL).
Casais: Ah, se vocês não souberem só pelas bandas, eu é que não vou dizer. U_U# É mais do que óbvio vindo de mim, GARAlho. 8D~
Gênero: Romance, LOL.
Classificação: PG-13 (? 8D)
Sinopse: Tatsurou e Daisuke acabam fazendo exatamente o que o título sugere.
Nota: Fic escrita pra Nii (
6thwound). ^___^ Inspirada
nessa foto do Tatsurou. Ali nas bandas, eu escrevi Kagerou ao invés de The Studs porque essa história se passaria na época em que o Daisuke ainda era vocalista do Kagerou mesmo, considerando que o shoot da foto em questão é de antes de 2007 (mas não sei o ano exato. 2006, 2005?).
XXX
Daisuke desligou o telefone e ficou olhando para o objeto, sem realmente prestar atenção no que estava vendo. Gara tinha acabado de ligar para ele - uma raridade, considerando o fato de o vocalista mais velho não gostar de telefones. Ao menos, era o que Daisuke achava, pelas poucas ligações que o outro lhe fizera ao longo dos anos em que se conheciam, e também pela própria personalidade dele.
Mas não era com Gara que ele estava preocupado - não, preocupado não era a palavra certa. Talvez fosse... intrigado. Quem sabe até curioso.
No entanto, seus pensamentos foram interrompidos quando o interfone tocou - algo que ele já esperava, pois o vocalista do Merry havia lhe dito que ele receberia uma visita dali a pouco.
- Pode subir - ele disse, sem se dar ao trabalho de perguntar quem era.
- Huh... quer dizer que se eu fosse um ladrão ou estuprador você ia abrir a porta pra mim e era isso?
- O Gara me disse que você vinha, baka. Mas anda, sobe logo.
Com isso Daisuke desligou o interfone e já abriu a porta, aguardando pela chegada do amigo, que dali a algum tempo surgiu no corredor do prédio, cujas luzes já estavam acesas.
- Eu não pretendia subir. Precisava ter desligado na minha cara? - ele não estava irritado ou qualquer coisa assim. Parecia nervoso, inquieto. Talvez fosse esta a razão de sua voz não ter soado convincentemente brincalhona, assim como o sorriso nos lábios cheios não alcançava seus olhos. Mexia na boina que tinha em mãos distraidamente.
- Boa tarde, Tatsu - e Daisuke sorriu após estudá-lo por algum tempo, fazendo menção para que o amigo entrasse.
Hesitando por um momento, o vocalista do MUCC acabou por aquiescer; ainda que não fosse sua intenção inicial sequer adentrar o prédio em si, ele também não precisava se apressar. Ou se preocupar tanto com o que tinha deixado lá embaixo, no térreo.
- Então... tá ocupado? - o mais alto indagou, sem se dar ao trabalho de tirar os tênis que usava, nem mesmo depois do olhar que Daisuke lhe dirigiu. Ele não pretendia demorar-se ali, nem ficar zanzando pelo apartamento, então não via motivos para se descalçar.
- Não. É uma linda tarde de sábado e eu estou entediado. - o moreno respondeu sem muito ânimo, mas havia uma certa insinuação em sua voz. Ele mexia nos cabelos negros enquanto fitava o outro, arrumando a franja que na verdade estava no lugar.
- E eu certamente sou a pessoa menos tediosa que você conhece - Tatsurou disse, já com um sorriso maroto nos lábios.
- Não necessariamente... - o mais velho provocou, sorrindo também.
- Quer andar de bicicleta? - ele perguntou, indo direto ao ponto.
Daisuke franziu o cenho diante da possibilidade. - Você está falando sério?
- Eu vim de bicicleta pra cá. Fui assim pra casa do Gara também. Ele não te disse?
- Não. - e Daisuke lembrou-se do que o vocalista do Merry lhe dissera envolvendo outras coisas, mas que também diziam respeito ao ser diante de si agora. Mas ele deixaria para tocar no assunto depois. - Não sei se é uma boa idéia.
- E por que não? - Tatsurou já estava em meio à sua empolgação habitual, pronto para convencê-lo a se juntar a ele; o nervosismo de antes parecia ter se dissipado. - Vai ser divertido! Nós podemos apostar corridas, visitar uns lugares... e vai fazer bem ao seu coração.
Daisuke balançou a cabeça, ainda que sua boca continuasse curvada nos cantos, um certo ar de graça em suas feições. - É mais fácil eu ter um enfarte e morrer de vez.
- Não diga isso - e tão rápido quanto veio, o tom extremamente sério na voz de Tatsurou sumiu assim que ele continuou: - Vamos, Dai! Se você não quiser correr, a gente pode só passear calmamente por aí.
- Hn. Como se eu pudesse acreditar que você não vai aprontar nada.
O mais alto apenas riu diante disso, e continuou olhando para o amigo, como se seu olhar pudesse fazer com que ele cedesse.
Daisuke mordeu o lábio inferior, indeciso. Fazer algo na companhia de Tatsurou geralmente significava diversão, e ainda que esta fosse uma boa chance para que eles conversassem, no momento ele preferia ficar em casa e fazer algo mais... tranqüilo, como assistir a um filme qualquer, por exemplo. Ou jogar alguma coisa de tabuleiro, papear... apesar de ele mesmo ter feito referências ao tempo bom poucos instantes atrás.
- Vaaaamos, Dai! - o mais novo insistiu, ansioso, e em meio a um suspiro o mais baixo acabou por ceder, assentindo. - Yeeeeah!
Daisuke quase caiu no chão quando Tatsurou se jogou nele, abraçando-o em comemoração ou qualquer coisa assim.
XXX
Uma hora, dezessete minutos, trinta e quatro segundos e uma constante falta de ar depois, Daisuke se escorava no tronco de uma cerejeira, tentando fazer com que sua respiração voltasse ao normal. As árvores, o pouco movimento e o ar fresco do parque em que eles haviam parado deviam ajudá-lo, mas parecia que as características do lugar atípico se comparado ao resto da capital agora não faziam muita diferença. Suas pernas doíam; a região entre elas doía e ele podia ouvir os ruídos do ar que entrava em seus pulmões com dificuldade e saía mais ruidosamente ainda. Sons semelhantes vinham do moreno que o acompanhava, mas este tinha um sorriso maroto nos lábios, e parecia muito mais próximo de se recuperar da última corrida do que ele.
Depois de eles terem passeado calmamente por cerca de meia hora, às vezes conversando e às vezes em silêncio, Tatsurou acabara convencendo-o a apostar uma corrida. Na verdade, eles haviam feito três delas, sendo interrompidos quando Daisuke exigia uma trégua, pois Tatsurou não estava pegando leve e simplesmente ria do fato de o mais velho ficar sempre pra trás (e Daisuke era apenas três semanas e um dia mais velho do que Tatsurou, o que só fazia com que este tirasse ainda mais sarro daquele).
- Você está mais acostumado do que eu - Daisuke argumentava, sem entender como o mais alto ainda tinha tanta energia depois de já ter ido e voltado de bicicleta da casa de Gara antes de ir até a sua. Tatsurou simplesmente encolhia os ombros, e o desafiava a continuar.
Daisuke aceitava só pra ver se conseguia tirar aquele riso arrogante da cara do outro, ainda que, no fundo, a semi-infantilidade com que às vezes Tatsurou se comportava fosse quase adorável, senão irritante. E ele volta e meia se sentia contagiado pela energia vibrante que vinha de Tatsurou, que agia como se o resto do mundo não importasse; ele emanava vivacidade, intensidade, e...
- O que eu ganho?
Daisuke mal tinha voltado a respirar normalmente, quando o ar morreu em sua garganta sem que ele percebesse. Enquanto ele divagava a respeito do outro moreno, este lhe cobrara a respeito da aposta, e ao não ser ouvido, se aproximara, até que houvesse menos de um passo de distância entre eles. A diferença de altura entre ambos obrigava o mais velho a erguer a cabeça para fitar nos olhos de Tatsurou, escondidos atrás das lentes acobreadas de seus óculos escuros e sombreados pela aba da boina sobre sua cabeça. Uma breve quantidade de ar entrou nos pulmões do vocalista do Kagerou antes que estes se recusassem a funcionar outra vez, deixando-o estático diante do outro vocalista.
A não ser que Daisuke estivesse tremendamente enganado, a faísca nos olhos de Tatsurou deixava transparecer no que ele estava pensando como recompensa por ter ganhado a aposta, por ter ficado na frente durante todo o decorrer do passeio dos dois. Daisuke não sabia se desejava estar errado ou não; mas a conversa que havia tido com Gara só fazia com que suas suspeitas fossem mais convincentes.
- O que você quer? - ele se ouviu dizer, a voz baixa e estranha enquanto sua mente gritava para que ele se acalmasse, para que seu corpo voltasse ao normal, para que ele não esquecesse que respirar era extremamente vital e que ele estava exagerando, exagerando demais nas reações ao que quer que estivesse se desenrolando ali, naquele momento, entre eles dois.
Por um momento, pareceu a Daisuke que Tatsurou iria recuar, como que acordando de um transe ou desistindo de algo - mas então a faísca que antes aparecera em seus olhos se transformou em decisão, e ele tomou o pequeno passo que faltava, as mãos apoiadas uma de cada lado do rosto de Daisuke e contra o tronco da cerejeira, sucedendo em manter o mais baixo no lugar.
- Você já se pegou observando o Gara e o Kyo, Dai?
Não era exatamente a pergunta que ele esperava ouvir naquele instante; mas era o assunto que ele sabia que Tatsurou traria à tona em algum momento ou outro.
- Você já se perguntou como é?
- Ele não reagiu mal quando eu contei que estava com o Kyo, Dai. - a voz de Gara soava calma através do telefone, reafirmando suas palavras. - Parece até que ele já sabia...
- Hm. - Daisuke preferiu não dizer nada sobre os olhares que Kyo e Gara trocavam, sobre a comunicação silenciosa que se estabelecia entre os dois sem que eles mesmos percebessem, sobre como eles mudavam quase que imperceptivelmente quando tinham um ao outro por perto, sobre como Kyo sorriria secretamente, pensando que ninguém havia visto, e sobre como Gara baixava a guarda, participando um pouco mais das conversas, rindo mais e com mais naturalidade.
- Mas ele perguntou como era. Primeiro eu pensei que ele estava sendo abusado, que era parte da curiosidade excessiva que ele tem em relação a tudo; mas os olhos do Tatsurou me perguntavam outra coisa. Não era sobre minha relação com o Kyo. Não era sobre estar com um cara. - E o vocalista do Merry fez uma pausa longa o bastante para que Daisuke processasse a informação.
O mais novo podia visualizar claramente o cenho franzido do outro, mesmo que não o estivesse vendo agora. Emitiu outro som qualquer que indicasse que estava ouvindo e que Gara podia continuar; era como se eles tivessem trocado de lugar por um momento, pois Daisuke estava apenas ouvindo enquanto o mais velho falava muito mais do que o esperado, sem que ninguém o perturbasse para tanto.
Havia um mal disfarçado senso de humor misturado a alguma surpresa e afeto nas próximas palavras de Gara: - Ele queria saber como era estar com alguém. Assim, "de verdade", como ele disse. Eu estranhei; isso não soava como uma pergunta que ele faria, não é o tipo de coisa sobre o qual ele conversaria... mas daí eu entendi. E mandei que ele fosse atrás de você.
Ao pensar no que Gara havia dito, agora olhando nos olhos de Tatsurou, Daisuke não teve mais dúvidas. Assentiu à pergunta que lhe fora feita, sem se dar ao trabalho de dizer que já havia falado a respeito daquelas mesmas coisas com Gara, que ele também havia observado o jeito como este interagia com Kyo e vice-versa, um sentimento estranho lhe corroendo as entranhas. Não era que a relação dos dois lhe incomodasse; pelo contrário, ele estava mais do que feliz porque seus dois amigos estavam felizes também. Era só que ele queria aquele mesmo tipo de coisa pra si mesmo. Queria saber como era. Queria ter alguém que o fizesse suspirar pelos mais variados motivos, que o irritasse e acalmasse e entendesse e discutisse com ele, que fizesse seu sangue ferver e o deixasse sem ar e o fizesse rir, chorar e gritar.
Daisuke queria saber se Tatsurou era aquela pessoa, como parecia ser. Queria saber se Tatsurou queria que ele fosse aquela pessoa. Queria experimentar e fazer parte daquele espírito vivaz, brincalhão, aventureiro, divertido; queria fazer parte de Tatsurou e se entregar às suas vontades do mesmo jeito que o outro fazia; queria que Tatsurou fizesse parte dele também.
- Você quer saber como é, Tatsu? - ele perguntou, ciente de que a pergunta-quase-sugestão podia soar estranha, boba, mas que ele tinha que começar de algum lugar. Um sorriso se formou no canto de seus lábios e ele viu a faísca nos olhos do outro não apenas retornar, mas se transformar numa chama.
Tatsurou tirou a boina e os óculos, jogou-os no chão perto de onde eles dois haviam deixado suas bicicletas e voltou sua atenção para o mais baixo. - Eu quero que você me mostre.
Talvez fosse a aparente simplicidade ou a sinceridade inesperada na resposta de Tatsurou; Daisuke não sabia e não se importava - mas ele se sentiu compelido a e então puxou o outro pela nuca, só encostando sua boca na dele num momento de hesitação.
No entanto, qualquer receio foi embora quando os lábios de Tatsurou pressionaram os seus, se partindo num convite para que ele fizesse o mesmo. Daisuke sentiu a ponta da língua do outro tocar na sua boca e ele a recebeu de prontidão, acariciando-a com a sua repetidamente, as duas indo e vindo de uma boca para a outra, se encontrando no meio, começando uma dança vagarosa e instigante. Tatsurou não apoiava mais os braços no tronco da cerejeira; ao invés disso, eles vinham agora para o pescoço de Daisuke. Uma mão permaneceu ali, explorando a pele abaixo da orelha, perto do ombro, dedos se infiltrando sob a gola da blusa; a outra desceu até o quadril, deslizando sem pressa alguma em volta dele até chegar nas costas, parando na região da base da espinha.
Daisuke voltou a puxá-lo, beijando-o com mais vontade e entrega agora que Tatsurou havia acendido o fogo que havia dentro de si - de ambos. O mais alto o puxou de volta, e o resultado foi os corpos dos dois se juntando de cima a baixo, uma leve fricção de quadris que os deixou pensando em como seria caso eles fizessem a mesma coisa de novo, mas sem roupas para atrapalhar...
Depois de receber mordidas mais do que convidativas no lábio inferior, Daisuke interrompeu brevemente a troca de beijos e afins, o suficiente pra respirar direito e olhar nos olhos de Tatsurou, como se buscasse alguma coisa. Eles continuaram com os corpos grudados um no outro, mãos movendo-se apenas para acariciar com vigor, apertar ou arranhar não tão de leve. O mais velho queria propor que eles voltassem pra casa, mas ele não se sentia em condições de andar de bicicleta agora; parecia que suas pernas haviam sido anestesiadas, assim como o resto de seu corpo... exceto que ele podia sentir o calor percorrendo suas entranhas, se concentrando em determinada região, subindo à cabeça e tornando difícil pensar de forma coerente. E ele havia apenas beijado Tatsurou...
- Tem gente olhando pra cá. - o vocalista do MUCC comentou, lábios se movendo contra os de Daisuke no processo, porque eles não haviam se afastado o bastante para que tal coisa, deliciosa que era, não acontecesse.
Daisuke desviou os olhos dos do outro e espiou pelo canto do olho pros dois lados, vendo que Tatsurou tinha razão. Não havia vergonha na declaração que o mais novo fizera, nem Daisuke ficaria ruborizado pelo flagra; as tradições japonesas aliadas às mentes fechadas de pessoas em geral conseguiam ser bastante chatas às vezes. - Vamos pra minha casa. - ele disse, beijando Tatsurou mais uma vez antes de empurrá-lo gentilmente para ir até as bicicletas e montar na sua.
- O que eu ganho se chegar antes de você? - veio a pergunta aliada a um sorriso maroto, senão libidinoso, enquanto Tatsurou subia na própria bicicleta depois de catar a boina e os óculos que quase foram esquecidos. Ele estava pronto pra disparar pra fora do parque e na direção da casa do “amigo”.
- Ah. Com certeza, mais do que um amasso. - Daisuke respondeu, curvando os lábios num sorriso que sem dúvidas o comprometia muito mais do que o de Tatsurou.
- Feito.
Daisuke nem perguntou qual seria sua recompensa caso ele ganhasse a corrida, porque ele estava mais do que disposto a perdê-la de propósito dessa vez.
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