Love Letter - Parte I [Fanfic]

Jul 08, 2009 17:33


Love Letter

Autoras: Hachiko Mitsune e Aislyn Rockbell Matsumoto

Beta: Uy-chan

Categoria: the GazettE

Casal: Aoi x Uruha

Classificação: Livre

Gênero: Romance/Yaoi

Status: One-shot

Direitos autorais (de acordo com a mentalidade da Aislyn): O Uruha é da Mitsune, o Kai da Uy-chan e o Aoi é meu. O Reita e o Ruki pertencem um ao outro.

Direitos autorais (de acordo com a mentalidade da Mitsune): Precisei fazer um vudu do Uruha para que o Aoi deixasse que eu fizesse tudo o que eu sempre quis fazer! Sequestrar todos os gazeboys! A melhor parte: Com a ajuda dele e do coxudo. Muhahahahah.

Sinopse: "Cartas. Uruha não lia as cartas das fãs. Pelo menos não tão atentamente, e menos ainda com um sorriso tão... Suspeito estampado nos lábios".

AxU


Love Letter

Aoi POV

Lá estava ele, sentado no sofá, rodeado de cartas. Lia tudo muito desatentamente, entediado.

Era assim sempre.

Uruha lia, colocava as cartas de lado e pegava o violão, como se aquilo fosse algum tipo de estímulo ao trabalho.

Talvez fossem as palavras de incentivo das fãs. Sempre as mesmas palavras.

Ao mesmo tempo em que era incrível e gratificante receber todas aquelas cartas dos fãs, era entediante. Eu entendia perfeitamente aquela expressão em sua face.

Tédio.

No entanto, hoje me deparei com uma cena um tanto incomum.

Mal cheguei ao estúdio e vi que ele estava lá, novamente sentado no sofá com uma carta em mãos e um sorriso nos lábios, levemente corado.

Cartas. Uruha não lia as cartas das fãs. Pelo menos, não tão atentamente e menos ainda com um sorriso tão... Suspeito estampado nos lábios.

- Uruha...? - Chamei, e ele sequer tirou os olhos do papel. Era realmente chocante. Chocante e irritante. - Uruha! Hey!

- Hum? - O som deixou os seus lábios, indicando que ele havia me escutado, mas estava claro que não prestava atenção.

Praguejei baixinho.

“Olhe pra mim ou eu vou rasgar essa carta em mil pedacinhos, maldito.” - Xinguei-o em pensamentos.

Alguns minutos depois ele terminou de ler e finalmente olhou para mim. A julgar pela sua expressão inocente e confusa, ele não percebeu meu evidente mau humor devido àquela carta.

- Quer fazer o favor de olhar pra mim quando estou falando com você? - Resmunguei, largando minhas coisas em um canto.

- Sinto muito, estava lendo uma carta de uma fã. - Um sorriso inocente preencheu seus lábios e, como normalmente fazia, pegou o violão e começou a tocar.

Pensei em tirar satisfações, perguntar o quê aquela carta tinha de especial a ponto de fazê-lo corar e sorrir daquela maneira, mas logo os outros entraram na sala e começamos o ensaio.

Mais cedo ou mais tarde, eu perguntaria.

Pensei que a hora do almoço seria um bom momento para abordá-lo. É claro, se ele não tivesse escolhido aquela hora para sumir.

Fomos a uma lanchonete próxima ao estúdio, a qual costumávamos ir sempre.

- Alguém sabe aonde o Uruha foi? - Perguntei, procurando o loiro pelo local.

- Ele disse que ia guardar as cartas das fãs e que depois encontrava a gente aqui. Não deve demorar a aparecer. - Kai respondeu, sorrindo.

Novamente aquelas malditas cartas! Ele nunca se interessou tanto por elas antes. O que teria de diferente nessas?

Isso me incomodava. Me irritava.

Vi o loiro chegar minutos depois. Enquanto esperava por seu pedido, tomava do meu suco e conversava animadamente com Ruki sobre alguns arranjos.

Novamente, perdi minha chance de perguntá-lo sobre a carta. Mas hora ou outra ficaríamos a sós e eu poderia exigir-lhe explicações.

Ou pelo menos era o que eu esperava.

AxU

O ensaio correu normalmente, sem muitos erros ou paradas até o final.

Guardei minha guitarra na case, satisfeito com o ensaio. Despedi-me de Kai, que saiu apressado e logo em seguida vi Reita e Ruki saírem juntos.

Finalmente sós. Eu teria minha explicação.

Virei-me para encarar Uruha. Sentado numa cadeira, tinha a mesma carta que eu vira pela manhã nas mãos, os lábios curvavam-se num pequeno sorriso e os olhos se moviam atentos a cada palavra contida naquele pedaço de papel.

Surpreendente.

- Uruha? - Aproximei-me para chamar sua atenção - O que você tanto lê aí?

- Hum... - Ele demorou alguns segundos e finalmente me encarou. - Ah, não precisa me esperar hoje não, Aoi. Vou ficar aqui mais um pouco. - E levantou o papel, voltando a ler.

Era óbvio que ele não havia prestado atenção no que eu disse. De novo. Deus, que irritante!

- Outra carta de fã? - Arqueei a sobrancelha, já sabendo a resposta.

- Não. Eu comecei a ler essa cedo, mas não tive tempo de terminá-la. - E voltou o olhar para o papel, dando fim àquela conversa.

Mas eu não desistiria de saber o que ele tinha encontrado de tão interessante ali.

AxU

Cheguei em casa mau-humorado. Mais mau-humorado que o normal, eu diria. Aquele maldito pedaço de papel para o qual Uruha dava tanta atenção não me saía da cabeça e, para piorar, enfrentei um engarrafamento. Levei quase duas horas para completar um percurso de quarenta minutos.

Joguei minha mochila no sofá, indo até a cozinha e pegando uma cerveja, caminhando até o quarto, me livrando dos sapatos e da camiseta no caminho.

Me permiti relaxar na banheira, sorvendo alguns goles da bebida alcoólica em minhas mãos, demorando no banho. Mas a cada vez que eu pensava no que acontecera hoje mais cedo, mais eu ficava tenso.

Tentei encontrar um motivo plausível para ele me ignorar, mas nada me vinha à cabeça. Só mais e mais desconfianças, suposições.

No começo, cogitei que fosse uma carta diferente, com algum conteúdo engraçado. Depois pensei que ele só fazia aquilo para me provocar. Entretanto, de todas as suposições, a que mais me preocupou foi imaginar que a carta era de alguém... Especial. Uma amante, por exemplo.

Não era segredo para nossos companheiros de banda que nós tínhamos um caso. Beijos escondidos, noites longas e cheias de luxúria.

Mas era só isso. Um caso!

E se ele tivesse se cansado de mim e dessa situação? Talvez preferisse tentar um relacionamento com uma mulher, com quem pudesse ter um namoro sério, sem correr o risco de ser julgado precipitadamente pelas fãs, ou ser pego em flagrante por algum fotógrafo de plantão. Era mais fácil assumir um namoro comum do que sofrer preconceito por ser homossexual. E Uruha era, no mínimo, bi.

O pensamento de que estava sendo traído fez com que eu me sentisse péssimo. Terminei o banho e vesti um roupão confortável, sequei o cabelo com uma toalha e fui para o quarto.

Caminhei desolado até a cama e me joguei de cara no travesseiro.

E se ele realmente estiver me traindo? Minha mente se preencheu de cenas e mais cenas que incluíam ele terminando comigo, algo que nem sequer tínhamos começado direito.

Não éramos namorados. Não éramos amantes. Éramos apenas dois companheiros de banda preenchendo as noites solitárias um do outro. Uruha não era meu. E isso me incomodava.

Ao mesmo tempo em que me sentia vazio, me sentia estranho, por estar desejando cobrar dele algo que não estava ao meu alcance.

Quando finalmente adormeci, tive um sono agitado, com sonhos estranhos cheios de cartas e Uruha me deixando pra ficar com uma garota sem rosto.

Acordei sobressaltado. O quarto ainda estava escuro e as ruas silenciosas.

Sentei-me e encarei o relógio na mesinha ao lado da cama, que marcava 05:43h. Eu não voltaria a dormir.

Maldito seja Uruha, por tirar-me o sono.

Tomei uma ducha rápida e já completamente vestido, fui procurar alguma coisa para comer, torcendo para que não tivesse que preparar eu mesmo o meu café.
Parte II

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