Movie Review

Apr 01, 2008 19:25

Só informando: tenho que cumprir horas de cinema/palestras/cursos pra uma matéria na faculdade, então de vez em quando, vou colocar críticas ou observações aqui, que serão lidas (espero) pelo professor, pra validar os eventos. Começo hoje com dois filmes.

Paixão Proibida

O filme fala muito mais de Amor do que Paixão, contrariando o título traduzido. Cria-se durante todo o filme uma metáfora para um amor reflexivo, platônico, sublinhando que esse sentimento realmente começa e termina em nós mesmo, e não no objeto de afeto. As ações, a cenografia, a trilha sonora, são todas sutis e precisas. O ponto alto é, sem dúvida, o fato do filme não apelar para sentimentos "baratos"; há uma preocupação genuína com a emoção, e as personagens falam fluentemente pelas entrelinhas o que não passa de rascunhos em seus diálogos (não que estes sejam ruins - ao contrário, são bons justamente pelo que fazem entender, e não o que realmente dizem).
Ao término do filme, tem-se a sensação de estar saindo de um sonho, nem bom nem mal, e sim etéreo, repleto de lindas paisagens, com a sensação de que tudo corre o seu caminho natural, dotado de uma lógica própria e ainda assim muito válida.

Senhores do Crime

Ao contrário do primeiro filme, este é bem violento e marcante, mas também trata da condição humana, de alguma forma. Ambos trajetam pela capacidade de superar o passado, ou, sinteticamente, do perdão.
Pode-se chamá-lo de "direto", mas não de "óbvio". Conta com frases e diálogos memoráveis, sempre encarando as questões "de frente"; aliás, esse olhar parece permear o filme todo: todos se enfrentam o tempo todo, há sempre algo de importante ou valioso sendo questionado, e por isso o filme nunca perde o pique.
Merece atenção especial a atuação de Viggo Mortensen, que consegue misturar franqueza e candura em igual medida, criando uma personagem memorável.
Por mais sanguinário e gratuito que possa parecer, não se trata de uma questão de sensacionalismo, e sim de mostrar a vida, nua e crua, acontecendo diante de nossos olhos, sem maniqueísmo. Também, de desenterrar as mazelas pessoais de cada um, fazendo perceber que todos temos demônios interiores. A diferença é a maneira individual de lidar com eles.

movie

Previous post Next post
Up