Há alguma coisa mais triste do que adiar a vida?
Deve haver, que neste mundo se procurarmos tristeza encontramos um poço sem fundo (ou a uma caixa de Pandora)... mas mesmo assim, vidas adiadas estão lá bem no topo da hierarquia. Particularmente a vida que adiamos por motivos mesquinhos, por medos ridículos, por normas de sociedades populada por gente na sua maioria infeliz.
Há muitas coisas que temos de adiar porque não temos opção. É triste, mas é assim mesmo. Temos, apesar de tudo, de sobreviver em sociedade... em sociedades que não nos consultaram sobre as regras a adoptar, mas é isso que temos.
Não me peçam para esperar por amanhã... eu quero esperar quando acho que vale a pena (e apesar do poeta discordar, nem sempre vale a pena, mesmo quando a alma não é pequena), eu tenho de esperar quando não tenho outra opção, eu quero só adiar quando tenho fé (e é uma questão de fé porque não sei adivinhar o futuro) que a espera vai tornar o resultado melhor. Mas não me peçam muito para esperar (ou esperar muito). Todos os dias tenho eu de batalhar os meus próprios medos (que se calhar são mais que os vossos), declarar guerra ás minhas próprias inseguranças (que são mais do as que deixo transparecer), batalhar as normas de sociedade que por vezes nos acorrentam (e outras nos protegem), usar a insígnia do não conformismo... para ir em frente, para não adiar aquilo que posso fazer sem consequências de mais, para eu própria deixar de adiar, ponto.
Alturas haverá em que terei força para batalhar os meus demónios e os vossos, mas nem sempre... por vezes preciso de forças redobradas para os meus. Nessas alturas, se me virem andar uns passos mais em frente, sem olhar para trás, saibam que o faço sem raiva e só com um pouco de mágoa (por não vos sentir ao meu lado)... mas tenho de o fazer e pode até ser que volte atrás (mas não fiquem á espera) ou que voçês acordem e eu vos encontre no caminho. Querem, digam... não querem, digam também... mas acordem que é para eu também não adormecer ao volante.
Se o mundo acabasse daqui a uns minutos, quantos "gosto de ti" ias deixar por dizer, quantos gestos de carinho iam ficar por fazer, quantos sentimentos iam ficar por partilhar? Quantas experiências não terias arriscado? Quantos projectos terias deixado na gaveta? E porquê? Porque tiveste medo de te expôr? Porque pensaste que devias receber mais carinho do que és capaz de dar? Porque tiveste medo do que um grupo infindável de desconhecidos iam pensar sobre ti?... achas que isso faz sentido?...
Deixaste de mostrar a alguém o quanto precisavas dela/e, não mostraste a quem amas esse amor, não sorriste para um desconhecido que se calhar estava naquele dia só a precisar que alguém lhe oferecesse um sorriso, não conseguiste abrir os braços a uma nova experiência porque não conseguiste perceber que o passado não é mais que isso, não conseguiste esquecer-te um bocadinho de ti e olhar só para o outro, não soubeste dar um abraço quando um abraço era o que mais estavas a precisar, pensaste mais nos "porquês" para não teres que enfrentar os "porque não", fizeste alguém que se cruzou no teu caminho pagar pelos erros de alguém que no passado te magooou... deixaste os teus demónios sublimarem tudo o que há de melhor em ti... e tens ainda coragem de te queixar que vais passar aqueles últimos minutos sózinho/a?... tens coragem de pensar que o mundo foi injusto para contigo?... e queres tu que eu espere por ti?...
...o primeiro passo para mudar o mundo começa connosco, certo?...
...'k... I better stop here :P... I apologize for not babelfishing this one, but if I reread it, I will not post it...
PS... quando eu digo voçês, nao quero necessariamente dizer
voçês, certo?... porque eu sei que a maioria de voçês também não quer adiar a vida... e muitos têm coragem para não o fazer, e é uma das razões que vos acho lindos... e se estão a adiar... andem, que como diz a canção "amanhã é sempre tarde demais" (nem sempre é verdade, mas a voz do menino é lindinha... :P
PPS... perdoem o vomitar de ideias... :P
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