Cabrito arredio que sobe a montanha, não chega no topo

Dec 18, 2008 09:51



Na peça Dança dos Signos do Oswaldo Montenegro, o capricorniano é descrito como "o cabrito que sobe a montanha, mas não olha para baixo para não ter vertigem, nem para o alto para não ver a distância do topo". Eu não sou lá a pessoa mais crédula nessas coisas de signo, muito menos nessas coisas astrológicas inventadas para peças. Só que essa frase é, coincidentemente, tão como eu sou, que acabou ficando guardada na memória.

E essa sou eu porque nunca me faltou coragem para entrar de cabeça nas missões impossíveis ou para ter objetivos inatingíveis. Mas sempre me faltou coragem para encarar de frente o quanto algo poderia ser difícil, por toda a minha vida me esquivei de pensamentos como esse porque eu não queria a vertigem, a sensação de que "eu não vou conseguir", assim como ficar refletindo o quão longe ainda estão os meus objetivos, para não desanimar...

Mas o importante é que eu subo a montanha! Mesmo que só olhando para frente.

Tudo que eu fiz até hoje na minha jornada ao topo da montanha foi estudar como a boa nerd que sou e trabalhar como uma escrava. Nunca tive duvida alguma de que esse era o caminho e ainda não tenho, mas existem outras coisas. Existem mais pessoas subindo a montanha e, a despeito das vezes que um tenta derrubar o outro, há vezes que um ajuda o outro a caminhar. E isso é fundamental.

Dividir experiências, debater, discutir, conversar no bar, são as oportunidades de se ter novas visões e também, porque não, novas (ou melhores) soluções. E, na minha opinião, esse é o catalisador não só da subida ao topo, mas do crescimento pessoal. A capacidade de discutir e aprender de dá possibilidades infinitas. E esse, para mim, é o ponto inicial da ciência, não um problema, não um objeto, mas uma discussão.

As instituições de ensino são um dos melhores lugares para isso. Eu passei correndo pelo colégio, entrei, estudei e saí. E estava fazendo o mesmo com a faculdade, mas parei e respirei. Eu não quero só o topo, eu quero o caminho inteiro.

E agora que eu estou colocando isso em prática, as coisas estão sendo mais do jeito que eu sempre quis. Além de estarem rendendo alguns outros frutos que eu não esperava, porque o que era exclusivamente acadêmico, resultou em amigos e um irmão.

E isso é muito mais do que eu poderia querer. ^^

metáforas toscas, facul

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