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Pipa foi promovida á espiã.
Ganhou um equipamento bem ultrapassado
mas exato para o momento.
Aquele dia de manhã saiu com sua filmadora na bolsa,
Objeto pequeno, preto, discreto e leve
mas mordaz e audaz!
Durante o dia pesquisou a beira do Rio Tietê, agora de sua propriedade,
comprou-o de Poseidon pelo preço das riquezas de suas águas.
Estava ela nos liames do rio Tietê e a cidade.
Onde já havia grandes vestígios de destruição:
quando começou a chover... era quase final de tarde.
Parou sobre os escombros de uma velha construção, em abandono.
plantas e entulhos, muito mais entulhos era a visão.
A chuva caia cada vez mais forte. Seu cachorro impaciente,
andava de um lado para o outro, com medo das nuvens.
Ela olhou a sua volta viu uma flor bem grande
no meio dos escombros.. Que lugar mais feio
para nascer uma flor, ainda porque uma flor solitária.
que destino mais insonso!
Uma margarida bem grande, maior que o normal.
Queria guardar aquela imagem.
Mas não queria mostrar as coisas feias por ali,
"vou mostrar só a grande margarida"
Abriu a bolsa pegou a filmadora... a chuva caia.
pegou uma toalha e um plástico, ajeitou a filmadora
para filmar na chuva... que desastre!
nada dava certo, o papel caia, a toalha molhava
a pouca luz do sol se ia.
Quando de repente passou por ela uma borboleta
branca com leves bordados coloridos nas asas,
voava na chuva, estava apressada, parecia aflita.
Pipa não teve dúvida, aquela borboleta tinha assunto
urgente para resolver. Estava arriscando a propria vida,
por que... bisbilhotou!
A borboleta parou alguns metros dela.
Pipa com a filmadora na mão e na chuva se aproximou.
Ligou a máquina e começou a filmar,
a borboleta se esquivou para o meio das folhas
pipa desligou a máquina para procurar uma melhor posição.
e a borboleta apareceu e se exibiu: abriu e fechou varias
vezes suas lindas asas para pipa
que não conseguia filmar,
havia desligado a filmadora, e até ligá-la e fazê-la
funcionar a cena já havia acabado.
A borboleta branca voo mais um pouco
para os entulhos, longe ainda da margarida.
Pipa a seguia com passos sorrateiros e
chutava seu cachorro que queria correr atras da borboleta.
Finalmente a borboleta branca parou e agitou as asas
novamente... Assim pipa viu o que acontecia:
Uma gigante borboleta azul estava caida no meio dos entulhos,
suas enormes asas de uma ponta na outra dava mais de um metro.
Era seda de outros mundos.
Pipa se aproximou discreta, com dor no coração,
afinal nunca tinha tido tal visão,
nem mesmo em sonho.
Tentou tocar suas asas, tentou estendê-las
eram leves, eram suaves, eram belas
ainda que parecessem muito velhas.
A borboleta azul tinha olhos quase humanos,
estavam invisiveis dela. A parte mais robusta do seu corpo,
tinha o diâmetro de uma bola oficial de futebol!
Pipa a tocava, além de surpresa, pipa queria mostra-la,
mas queria que ela estivesse viva e voando
sobre a natureza... era tão mais que um pássaro,
embora os pásssaros sejam tamanha grandeza!
Pipa guardou navamente a filmadora na bolsa,
pendurada no ombro esquerdo e com as duas
mãos tentava dar sustento à borboleta.
Fascinada com a borboleta azul e sua vida,
pipa então começou um estranho diálogo:
Olha aqui Djarme, para mim!
e Djarme abriu os olhos, olhou pipa: Djarme estava triste,
queria dizer que morria de fome, estava morrendo de fome.
por que por ali não havia mais flores, para sustentá-lo.
Ela apontou para o Leste: agora olha para lá,
vê aquela pequena luz que tão distante...aparece
é o sol... e vem veloz, logo será dia.
Sustente suas asas largas com um pouco mais de desejo,
quem sabe verá outras flores.
O que Djarme precisava era simplesmente alimentar-se:
Alimentar-se daquela grande margarida branca
que nasceu nos entulhos da civilização.
Pipa olhou para Djarme
era mesmo uma borboleta velha e cansada
e desanimada mas ele era sábio o bastante,
para conhecer suas margaridas.
E Djarme queria mais que uma margarida,
queria um jardim com muitas flores.
Mas aquela única grande margarida,
lhe salvaria a vida, ainda
que fosse apenas por aquela noite,
Pipa tomou Djarme em seus braços
e num abraço nunca antes sentido,
entre borboletas e pessoas o carregou no colo
junto ao peito, feito menino.
Djarme era agora e para sempre
sua borboleta... levou-a até a margarida
branca e assim Djarme pode receber de novo sua vida,
e como milagre, antes mesmo de qualquer
sol chegar, Djarme estave refeito.
continue lendo, eu continuo escrevendo