Voltei!
Não voltei somente pro blog, voltei para mim mesma. Voltei para reencontrar a Amanda menina que deixei por aqui perdida em seus sonhos antigos.
Bem simbólico o desejo tão forte de publicar aqui hoje (20 de outubro de 2o2o), dia em que eu faria 10 anos no Bradesco, rs. Pois é, blog! O ciclo chegou ao fim em 31 de março de 2020 e de lá pra cá tantas coisas aconteceram, pensei tantas vezes em escrever aqui, pensei no que registrar esse novo momento da minha vida, mas só hoje criei coragem mesmo.
Esses dias postei no Instagram uma foto e uma antiga colega de escola que lia assiduamente esse blog nos tempos primórdios, comentou o quanto estava feliz em ver a 'Mandixa' de novo e que tinha a sensação de que eu voltei pra casa depois de uma longa viagem pela vida. Ela fez uma analogia tão perfeita que precisava registrar isso aqui. É isso... voltei! Voltei para tirar da caixa empoeirada por meus sonhos mais antigos, voltei para reencontrar meu verdadeiro Eu. Voltei depois de conseguir tirar minhas roupas do Ego, voltei depois de renunciar a vida financeira "perfeita", voltei porque minha alma pediu. Precisei adoecer, surtar, gritar, chorar, fiz birra de criança, tudo o que o ego é capaz de fazer para não abrir mão do status, do material, o medo de não ser mais admirada como 'gerente de banco', o medo de nunca mais ganhar o que eu ganhava, o medo do novo, o medo de ser menor. Como se houvesse uma régua imaginária que medisse as pessoas como maiores ou menores a partir do seu salário/status. Santa ignorância a minha!
Mesmo com tanta dor que senti, acolhi essa Amanda frágil, expliquei a ela Amanda que eu não precisava mais parecer ser perfeita, que ela erra, ela pode arriscar, pode recomeçar, que ela não precisa mais viver em função de provar nada a ninguém, que seu tamanho não se mede pela conta bancária, mas pelo tamanho da sua alma, pelo tanto que sua consciência é capaz de expandir, essa régua não tem fim, e eu pude mostrar a essa Amanda que ela pode ser do tamanho que quiser. E aliás, o que é a conta bancária perto da paz que vivo hoje?
Hoje é uma terça-feira, acordei, fiz cuscuz com ovos pra mim e Aline, tomamos café da manhã juntas, dei tchau pra Aline pelo portão enquanto ela saia com o carro, lavei a louça cantando alto (fiz umas coreografias também, confesso), tomei banho frio e saí pra passear com Tulipa (nossa filha caçula) na pracinha, voltamos pra casa do passeio, meditei e comecei a sentir uma gratidão tão forte, que parecia rasgar meu peito, dancei sozinha na sala com os olhos fechados e braços abertos, senti a música em meu corpo, senti a paz em cada célula do meu corpo... senti a saúde, nutrição, alinhamento de corpo e espírito, senti amor. Senti amor por esse dia, senti tudo o que se sente quando se está em sintonia com o Universo. E tomada por essas sensações, decidi escrever aqui, me declarar a mim mesma. Dizer que tenho orgulho da mulher que está renascendo em mim, dizer que eu me amo como nunca me amei antes, dizer que sou muito mais forte do que imagino, pois nem as dores do ego me derrubaram... e dizer que essa nova página está só começando. Ainda tem muita coisa pra acontecer, sei disso.
Essa postagem é um registro do reencontro e alinhamento da minha mente e coração, que agora andam de mãos dadas, sem brigas internas. Espero voltar a escrever aqui com maior frequência, pois quero registrar esses novos /antigos passos.
Gratidão é a palavra que vibra em todo o meu corpo.
Até breve!